sábado, 12 de março de 2016

"Protegidas" por "médiuns espíritas", cidades têm altos índices de violência

CORPOS DE PESSOAS ASSASSINADAS: NO ALTO, JOVEM MORTO EM PAU DA LIMA, BAIRRO DE SALVADOR, BAHIA, E, EMBAIXO DESSA IMAGEM, UM HOMEM MORTO EM UBERABA, MINAS GERAIS.

Uma demonstração prática de que o "movimento espírita", com suas "elevadas energias" e suas promessas de "mudanças sociais profundas", não consegue cumprir tais compromissos é o fato de áreas tidas como "protegidas" pelos dois "maiores médiuns" do Brasil sofrerem com surtos preocupantes de violência.

Dados estatísticos comprovam que o bairro de Pau da Lima, em Salvador (BA), onde fica a Mansão do Caminho de Divaldo Pereira Franco e o município mineiro de Uberaba, cidade adotada por Francisco Cândido Xavier, que nela ficou até o fim da vida, estão entre as áreas de maior violência urbana no país.

Segundo dados da Secretaria de Segurança Pública de Salvador, a partir de informações colhidas entre janeiro e novembro de 2010, o bairro de Pau de Lima integra a quinta região com maiores índices de violência na capital baiana, com 134 assassinatos registrados no período.

Além disso, conforme os noticiários transmitidos diariamente, nas últimas décadas, quase diariamente acontece alguma ocorrência de violência, como assaltos, assassinatos e acidentes de trânsito, que fazem com que a vida no bairro de Pau da Lima, tão "protegidos" pela "energia de paz" da Mansão do Caminho, se equivalha a um pesadelo.

Quanto a Uberaba, os índices de violência atingem níveis assustadores e a imprensa e a sociedade demonstram esse medo, já que os assassinatos são muitos, os assaltos acontecem até em plena luz do dia e a criminalidade cresce de forma descontrolada.

Segundo informações dadas pela polícia, Uberaba registrou 54 homicídios, só entre janeiro e outubro de 2015, com a triste perspectiva de atingir 80 no final do ano. Entre janeiro e dezembro de 2014, foram 64, e nos doze meses de 2013 eram 34. Segundo cálculos estatísticos, há uma média de 1,34 mortes por semana, cerca de 5,4 por mês.

Em Índices de Desenvolvimento Humano, Uberaba já não estava entre as cem maiores cidades do país, segundo dados divulgados pela ONU em 2000. Estava em 104ª colocação. Em 2010, ano do centenário de nascimento de Chico Xavier, a cidade caiu nada menos que 106 posições, chegando à 210ª posição.

CONVERSA MOLE

Leva-se em conta que os dados que chegam à polícia não correspondem à totalidade dos crimes que acontecem ou que têm sua ocorrência e seus suspeitos identificados. Se levarmos em conta as mortes que continuam misteriosas e, por isso, não são divulgadas pela polícia até para não atrapalhar as investigações, os dados da violência em Uberaba e no bairro de Pau da Lima podem ser ainda piores.

No "movimento espírita", a violência costuma ser explicada pela conversa mole de seus seguidores. Alguns alegam que as "lições de paz" dos supostos médiuns, Chico Xavier e Divaldo Franco, não são "devidamente seguidas", falando em "falta de amor no coração".

Alguns "espíritas", mais sádicos, dotados de julgamentos infundados de caráter moralista, chegam a atribuir às vítimas algum "resgate espiritual", por isso "sofrendo o que merecem", já que teriam sido, na visão "espírita", antigos cidadãos romanos que sentiram prazer em cometer crueldade contra o próximo.

É até risível que Divaldo Franco fique fazendo discursinho "pela paz", como em arremedos de sermão católico e mesmo uma parcela de kardecianos autênticos, mas pouco vigilantes - eles criticam a deturpação igrejista do Espiritismo, mas não querem ver Chico Xavier e Divaldo Franco dissociados de Allan Kardec - , enquanto o sangue é derramado fora dos muros da "iluminada mansão".

Se discursos resolvessem alguma coisa, a Terra já teria sido um dos melhores planetas do universo. Assim como há o ditado "de boas intenções, o 'inferno' está cheio", poderíamos dizer que "de boas palavras, o 'inferno' está superlotado", lembrando que "inferno" e, por conseguinte, o "umbral", são construções sombrias da imaginação fértil de pregadores religiosos. Eles é que acreditam nesses lugares e, por mais que tentem negar, se sentem atraídos por eles.

NEM PARA COBRAR AS AUTORIDADES

O pior é que os palestrantes "espíritas", tão confiantes no seu carisma, no seu poder de influenciar as pessoas e até de formação da opinião pública, nem para diminuir a violência eles cobram às autoridades para fazer.

Em vez disso, quando eles comparecem a eventos promovidos por políticos, se limitam a fazer discursos bajuladores, a evocar palavras de orgulho e glorificação, a exibir suas vaidades e seu orgulho com uma verborragia ufanista que, sob um desfile de palavras bonitas, nada quer dizer.

O "pacifista" Divaldo Franco, tão metido a "grande ativista", a ponto de ACM Neto decretar o dia 19 de dezembro - data do evento "Você e a Paz" no Campo Grande, em Salvador - , se limita a fazer discursos bajuladores que enjoam diante do açúcar e do verniz das palavras bonitinhas.

Muito fácil pedir a paz em palavras "desencarnadas" e "embalsamadas" pelo mel da boca, pela etiqueta da erudição gramatical, pelo desfile de moda de palavras muito bem selecionadas e encantadoras, quando não há atitude concreta alguma, a "paz" se resume a uma verborragia que só causa deslumbramento nas mídias sociais, mas nenhuma mobilização.

Chico Xavier, então, que pregava a Teologia do Sofrimento, defendendo a conformação com a desgraça e a manifestação do silêncio submisso, também não iria cobrar as autoridades a tomarem qualquer providência contra a violência.

Isso torna-se um grande desperdício e faz com que o carisma dos "médiuns" e outros ideólogos "espíritas" - como os "alamar", "carraras", "simonettis" e "gersons monteiros" da vida - se desperdice numa verborragia linda que não traz qualquer tipo de reflexo na realidade dura das pessoas, dóceis palavras que, como pedras de açúcar, se dissolvem e se perdem sob a aridez da realidade prática.

SE AS ENERGIAS FOSSEM REALMENTE BOAS, NÃO HAVERIA VIOLÊNCIA

O "espiritismo" brasileiro é que manchou sua trajetória com tantas contradições, mistificações e fraudes. Se ele realmente trouxesse energias elevadas, não haveriam as tragédias que, de forma direta ou indireta, ocorrem à sombra da doutrina ou de locais e pessoas que sofrem sua influência de alguma forma.

Não é por desprezar Divaldo Franco e Chico Xavier que tais regiões sofrem com a violência. Os dois já são cortejados demais, Chico Xavier é a maior personalidade religiosa de Uberaba, Divaldo Franco é só flores e confetes quando aparece em algum canto de Salvador.

Se nem todo mundo é "espírita" ou ouviu falar de Chico e Divaldo, isso não significa que, se realmente os dois fossem grande coisa, houvesse algum tipo de vulnerabilidade. Até porque, em tese, as "elevadas energias" de Chico e Divaldo se anunciam como destinadas a todos, independente de religião, de crença ou mesmo de desconhecimento dessas figuras religiosas.

Sim, porque o discurso que se vê nos meios "espíritas" é esse mesmo: os dois "médiuns" (com Divaldo, ainda vivo, falando "sobre a paz", recitando poeminha lindo aqui e acolá) têm o poder de proteger e orar pelos lugares onde vivem ou onde estão simbolicamente associados (como Chico Xavier, morto há 14 anos), independente de quem quer que seja.

Em outras palavras, os "médiuns" prometem espalhar suas energias para todo o lugar, mesmo quando pessoas os desconheçam e nem sequer compartilhem de suas crenças, já que o "espiritismo" se autoproclama a "religião da bondade", alega que seu princípio maior é a "fraternidade", independente de crença e credo e, por isso, promete espalhar "boas energias" para todo mundo, sem ver caras, corações nem mentes.

Só que o "espiritismo", por suas confusões, contradições ou mesmo farsas, atrai energias maléficas para si, pois a combinação de desonestidade doutrinária - os próprios exemplos de Chico e Divaldo expressam, com surpreendente evidência, a traição ao pensamento kardeciano - e incompetência mediúnica (a "mediunidade" não passa de um faz-de-conta dissimulado pelo mershandising igrejeiro das "mensagens espirituais"), os espíritos levianos se sentem atraídos por essa doutrina.

Daí que a promessa de "energias das mais elevadas" e os "persistentes apelos de paz" dos ídolos "espíritas", mesmo trazidos de forma simbólica como a lembrança do legado de Chico Xavier, fracassam imediatamente diante do horror que os lugares que, em tese, são protegidos pelas "vibrações do amor", passam a viver, com suas tragédias diárias que, estas sim, atingem a todos, independente de cor, credo e condição social.

O "lindo sonho de amor" do "movimento espírita" esbarra no pesadelo que pessoas inocentes sofrem, perdendo entes queridos aqui e ali, e não é por falta de oração nem das "boas energias" religiosas, sejam elas católicas, evangélicas, "espíritas", neopentecostais, macumbeiras etc.

A responsabilidade e o compromisso de "espíritas" em sempre "orar pelos lugares onde se situam", num aparente esforço de "pregar energias elevadas" e "espalhar vibrações de amor e paz" por todo o lugar, se tornam em vão, porque, se eles fossem realmente eficientes, as energias teriam realmente funcionado.

O que ocorre é o oposto disso. Enquanto os "centros espíritas" se derramam numa verborragia de "amor e paz" e "lindas vibrações da fé", o sangue estoura por fora deles e inocentes continuam desprotegidos, inseguros, apavorados. É um quadro triste, que mostra a falha de uma religião como a "espírita" em influir nas melhorias energéticas nos seus maiores redutos vibratórios.

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