COMO PODERIA SER A CAPA DO LIVRO DE ATTILA PAES BARRETO, SE FOSSE PUBLICADO HOJE.
O jornalista Attila Paes Barreto é, hoje, uma figura enigmática que a memória curta fez cair no esquecimento. Atuante na década de 1940, o jornalista chegava a receber críticas ríspidas das lideranças "espíritas" brasileiras da época.
Críticos das irregularidades do "espiritismo" brasileiro sempre existiram, desde que Afonso Angeli Torteroli realizou acérrima polêmica contra Adolfo Bezerra de Menezes. Desde então, o "movimento espírita" passou a manipular a sua trajetória de maneira tendenciosa, criando sua historiografia ao seu bel prazer.
Assim, a transparência e a fidelidade histórica nunca foram o forte dos "espíritas", que em muitos casos preferem trabalhar seus personagens de maneira bastante parcial, reservando histórias bastante tenebrosas para seus rivais e as histórias mais dóceis para seus lideres e ídolos. A fantasia prevalecendo em dois lados.
Infelizmente não há uma historiografia honesta e imparcial sobre os "espíritas". Dos personagens do final do século XIX, como Rui Barbosa e Machado de Assis, suas biografias não estão imunes de mostrar aspectos sombrios de suas vidas, o dr. Bezerra de Menezes parece mais um mocinho de contos de fadas com uma biografia tão adocicada.
Não há isenção, não há objetividade. E, no caso da construção do mito de Chico Xavier, a FEB fez o possível para que todos os obstáculos fossem derrubados e os maiores críticos fossem condenados ao esquecimento.
ANÚNCIO DO REFERIDO LIVRO, EM PÁGINA DO DIÁRIO DE NOTÍCIAS, DO RIO DE JANEIRO, EDIÇÃO DE 12 DE JULHO DE 1944.
E, entre eles, temos o jornalista Attila Paes Barreto, que deveria ser resgatado à nossa memória. Atuante na imprensa do Rio de Janeiro, tendo trabalhado no Diário de Notícias nos tempos da antiga capital do país, ele estava planejando um livro contestando as atividades de Chico Xavier, que seria publicado depois do fim do julgamento do caso Humberto de Campos, em julho de 1944.
Não sabemos se esse livro foi publicado ou não, mas, se caso tivesse sido, ele poderia muito bem ter ganho uma nova edição hoje, se o nosso mercado editorial fosse bem menos atrelado, pois, por mais que existam obras que questionem as irregularidades do "espiritismo" brasileiro - sobretudo por via de José Herculano Pires - , as mais aprofundadas são ainda discriminadas pelo mercado.
O livro de Attila, que na ocasião das reportagens de julho de 1944, ainda estava em andamento, mas ele havia adiantado o sumário de sua obra, intitulada O enigma Chico Xavier posto à clara luz do dia, cuja amostra de seus manuscritos chegou a ser divulgada para o escritor Agrippino Grieco. Aqui está o sumário de um livro que precisa urgentemente ser resgatado:
O DEDO DO MUNDO INVISÍVEL
O DR. MILTON BARBOSA, A CIÊNCIA OFICIAL E
O ESPIRITISMO
O SACO DE BORRACHA
O ENIGMA CHICO XAVIER POSTO À CLARA LUZ DO DIA
I
O sr. Agrippino Grieco vítima de uma ilusão
II
“Nós não aprovamos isso”, disse-nos o sr. Henrique de Campos, filho de Humberto de Campos — “Nem o mesmo estilo, nem o mesmo ardor”, disse-os o escritor João Alfonsus.
III
O sr. Agrippino Grieco retira as entrevistas que deu
DECLARAÇÕES DO SR. HUMBERTO DE CAMPOS FILHO À “REVISTA DA SEMANA”
PUBLIUS LENTULUS (EMANUEL) DE PEDRO LEOPOLDO E SUAS ORIGENS
EIS, MEUS SENHORES, O QUE É O ESPIRITISMO NO BRASIL
OS GRANDES BOATOS DO ESPIRITISMO
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