terça-feira, 29 de março de 2016
É mais fácil um camelo entrar na cabeça da agulha do que um "espírita" no Paraíso Espiritual
Muitas vezes, as piores ilusões não partem daqueles que claramente adotam algum aspecto de futilidade e malícia, já que a complexidade da vida humana mostra armadilhas diversas que desafiam a atenção de muitos.
No "movimento espírita", observa-se, pela sua estrutura e sistema de valores, a repetição dos velhos procedimentos religiosos, a atualização das vaidades de antigos pseudo-sábios e a presunção de muitos ídolos em afirmar que, quando "retornarem à Pátria Espiritual", encerrarão sua missão reencarnatória e estarão no banquete dos Espíritos Puros.
Sim, fala-se de ídolos como Francisco Cândido Xavier e Divaldo Pereira Franco, entre tantos outros que estabeleceram ou compartilharam a deturpação do Espiritismo, inserindo, na doutrina arduamente desenvolvida por Allan Kardec, ideias contrárias à sua natureza lógica, muitas delas do mais rasteiro preconceito religioso medieval.
Diante da crise do "movimento espírita" que mal consegue sustentar sua postura dúbia - bajular Kardec e praticar a deturpação de padrão igrejeiro - , seus membros, desesperados, agora apelam para o bom-mocismo para tentar validar sua doutrina, como se maus espíritas podem prevalecer sob o manto da filantropia e da fraternidade.
Parafraseando Jesus, que disse a frase "É mais fácil um camelo passar pela cabeça de uma agulha do que um rico entrar no Reino dos Céus", podemos dizer que é mais fácil o camelo fazer tal tarefa impossível do que um "espírita" entrar no Paraíso Espiritual.
Isso é chocante, porque, em tese, o que os "espíritas" brasileiro mais fazem é falar sobre fraternidade e perdão, praticar filantropia, exercer curandeirismo, publicar lindas mensagens, falar sobre coisas edificantes, reivindicar a caridade e a união. Como eles não teriam direito nem estão preparados para o banquete divino ao lado de Deus e das almas mais purificadas?
Simples. Porque tudo isso é um jogo de aparências, um malabarismo discursivo e um ritual de aparatos que escondem processos levianos de mistificação igrejeira, pregações moralistas severas e a reciclagem de velhos dogmas religiosos em narrativas piegas em que a "boa moral" e "outras coisas lindas" são apenas um gancho para impressionar as pessoas.
A figura "frágil" de Chico Xavier, o estereótipo de "professor à moda antiga" de Divaldo Franco, entre tantas coisas, como muitos palestrantes que ilustram seus textos com desenhos de coraçõezinhos e crianças sorridentes, mostram o quanto esse aparato deslumbra as pessoas, mas esconde um processo de vaidades, presunções, pretensões.
Para uma doutrina que consiste na deturpação do pensamento de Allan Kardec através de conceitos e ideias igrejistas, o que lança mão de uma série de mentiras, fraudes e fingimentos, não há como esperar que seus membros, uma vez falecidos, possam estar no banquete dos puros no "outro lado".
Mesmo Chico Xavier e Divaldo Franco escondem pontos muito sombrios, sendo o primeiro um realizador de pastiches literários e o segundo, iniciado sua carreira como um plagiador do primeiro. O primeiro consagrando mentiras igrejistas dentro do Brasil, o segundo espalhando essas mentiras pelo mundo afora.
O aparato de "bondade" e "caridade" é apenas uma tradução atualizada de velhas vaidades pessoais, como as dos fariseus e saduceus, que rezavam orgulhosos nos bancos da frente, nos seus templos, e traziam falsos ensinamentos, algo que era reprovado severamente por Jesus.
Hoje, são os chicos e divaldos os fariseus e saduceus de hoje, trazendo a palavra embelezada, com gosto de mel, para disfarçar o veneno da mistificação e do moralismo. Os falsos sábios a presumir que possuem respostas para tudo, principalmente Divaldo Franco. Os falsos profetas a supor que conhecem o futuro mais remoto. Os falsos cristos que se passam por vítimas de suposta intolerância, quando advertidos de seus erros graves.
É isso que impede eles de serem considerados sequer de elevada evolução. Os mitos de Chico Xavier e Divaldo Franco como "almas puras" foram forjados pela publicidade tendenciosa da Federação "Espírita" Brasileira. Tudo para forçar a venda de livros e os lucros dos dirigentes "espíritas".
Daí que a pieguice com que se expressa esses estereótipos de "amor e bondade", com todos os clichês relacionados, mostra o quanto esse aparato não tem sentido prático nem verdadeiro, e não é difícil entender quando pessoas deslumbradas com esse aparato se irritam facilmente quando contrariadas. É porque a aparência de beleza e superioridade moral não passa de uma grande ilusão.
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