Já descrevemos que o "espiritismo" brasileiro usa a caridade como desculpa para minimizar a gravidade de seus erros. Até a reputação de seus anti-médiuns tenta ser salva por atividades filantrópicas que compensam os graves erros mediúnicos por eles cometidos.
O uso da caridade como argumento para a permissividade dos erros "espíritas" mostra o quanto o "espiritismo" no Brasil busca desviar do foco. Como desvia do caminho seguro dos assuntos de natureza espiritual do pensamento de Allan Kardec, usa a filantropia para os "espíritas" se passarem por "bonzinhos".
O caso Divaldo Franco foi bastante constrangedor, uma vez que ele, para compensar seu irregular desempenho como pseudo-sábio, de ar pretensamente "professoral" e com irregularidades na mediunidade - pastiches literários, mensagens apócrifas e falsetes vocais - com uma caridade muito menos expressiva do que andou se espalhando por aí.
Afinal, não dá para comemorar mundialmente o fato de que a Mansão do Caminho só consegue ajudar anualmente um número inexpressivo de pessoas, atingindo menos que 0,1% da população de Salvador. Em dimensões mundiais, isso é igual a NADA, para que se fizesse tanta comemoração.
Tentou-se desviar do foco, na tentativa de usar o Divaldo Franco "filantropo" para compensar as falhas do Divaldo Franco "médium" e tudo foi em vão. Como também é o caso de Francisco Cândido Xavier que, no seu fracasso de "médium" e na invalidação de qualidades "excepcionais" (como filósofo, profeta e cientista), passou a ser o "admirável filantropo" de "lindas frases".
Tudo virou um desvio de foco, um desvio de rota que se tornou uma perdição. Porque o que se conhece como "espiritismo" no Brasil não tem a ver com a Doutrina Espírita de Allan Kardec, até pela herança do Catolicismo português medieval influenciada pelo acolhimento de espíritos jesuítas nos diversos "centros espíritas", seguindo o exemplo de Chico Xavier com Emmanuel.
E o que se observa na maior parte das atividades "espíritas" tem quase nada a ver com os verdadeiros contatos do mundo espiritual. O que predomina na agenda dos "centros espíritas" são assuntos de ordem moralista, arremedos de Psicologia que enfatizam assuntos familiares, como se a Família fosse uma instituição pétrea que vale no mundo espiritual.
Perde-se tempo só para fazer as pessoas aguentarem complicações de ordem familiar, ou angústias morais de toda ordem. De que adianta ter um tratamento espiritual se tudo acontece errado em sua vida e o auxiliador fraternal do "centro espírita" diz que não há problema com a vida do fulano e que a única coisa que ele tem que fazer é orar em silêncio e ter paciência.
Você procura alguém para resolver um problema e esse alguém diz que você é que tem que aguentá-lo? De que adianta procurar um tratamento espiritual desses, gastar ônibus, gastar lanche para esperar a doutrinária do dia, se as coisas continuam dando errado e tudo que se deve ter é só paciência?
Isso é muito grave. Cria-se um desvio de foco tremendo dos temas de natureza da vida espiritual, a mediunidade e as comunicações espirituais não ocorrem como deveriam (na verdade, nem chegam a ocorrer, havendo simulações e fraudes), e esse desvio só se volta para pregações moralistas e arremedos de filantropia muito mais comemorados do que realmente feitos.
Portanto, é um desvio de foco que só serve mesmo para alimentar vaidades e justificar a perda de tempo que uma doutrina adota, sem assumir uma postura coerente e sincera. Se essa doutrina não se chamasse Espiritismo e nem fingisse seguir fielmente Allan Kardec, seria alguma coisa. Coerência de conduta não é caprichar no pretensiosismo, mas evitá-lo.
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