PINTURA MEDIEVAL MOSTRANDO JESUS CRISTO COMO "MONARCA EUROPEU".
Que tradução poderia ser feita, verificando os interesses subliminares do "espiritismo" brasileiro, para a suposta "profecia" que Francisco Cândido Xavier teria sonhado pouco tempo após a viagem de astronautas estadunidenses à Lua, fato ocorrido em 20 de julho de 1969?
O referido sonho foi relatado ao jovem Geraldo Lemos Neto, que a partir de 1986 revelou os detalhes. A corrente "realista" dos seguidores de Chico Xavier renega a validade dessas informações, aparentemente trazidas por outra pessoa e não diretamente pelo anti-médium mineiro.
No entanto, consideramos o sentido chiquista da mensagem, porque ela tem afinidades com o antigo desejo de Chico Xavier de ver o Brasil como país mais poderoso do mundo (o "coração do mundo", como ele sempre quis) e a "profecia" já havia sido citada por Emmanuel três décadas antes.
Vamos aqui, contudo, traduzir a "profecia" conforme o conteúdo subliminar, entendendo o "espiritismo" não como uma "adaptação brasileira" da doutrina de Allan Kardec (ideia que, embora bastante difundida, não corresponde à verdade), mas uma versão repaginada do Catolicismo medieval português, assim que se viu deixado de lado por correntes reformistas do Vaticano.
O que teria sido o sonho, segundo a "tecla SAP" do discurso que havia por trás da aparência? É o que veremos a seguir:
"Um grupo de astronautas dos EUA, levando adiante as intenções do país norte-americano de fazer frente à disputa pela supremacia tecnológica espacial com a então URSS, conseguiu viajar e regressar sem problemas para a Lua, satélite do planeta Terra.
Verificando que o fato seria o apogeu das disputas políticas no Hemisfério Norte e do avanço do progresso científico dos países desenvolvidos, Chico Xavier sonhou que um grupo de espíritos ligados ao Catolicismo medieval, incluindo uma representação de Jesus Cristo e um degredado que passou a usar o nome de Ismael, juntamente com o Padre Manuel da Nóbrega, renomeado Emmanuel, realizaram uma reunião da qual Chico foi convidado a participar.
Preocupados com o auge do mundo científico e racional, em que haveria a disputa entre capitalismo e socialismo, eles aproveitaram a deixa para superestimar os conflitos pontuais que esses países vivem, além de outros provenientes de movimentos fundamentalistas árabes, para supor que haveria a destruição do Hemisfério Norte.
A reunião seria um meio de "costurar" ocorrências pontuais ligadas ao terrorismo, aos conflitos do Primeiro e Segundo Mundos, ao poderio da OTAN (Organização do Tratado Atlântico Norte) e ao terrorismo árabe com as catástrofes que acontecem em áreas como Itália, Indonésia, Japão, EUA, Islândia e outros países para anunciar a destruição do hemisfério.
Juntam-se ocorrências soltas e cria-se um discurso no qual a personificação 'científica' do Deus espiritólico (espírita + católico), a "mãe" Natureza (em 1969 o termo era bastante usado no jargão hippie), 'castigaria' os 'irmãos do Norte' se eles não promovessem o conceito católico de paz e solidariedade.
A subserviência religiosa é a receita para que o Hemisfério Norte seja poupado pela Natureza, caso contrário, à sequência de acontecimentos conflituosos e ações bélicas e terroristas, associadas aos mundos capitalista, socialista e islâmico, se daria uma série de violentas catástrofes que destruiriam o 'velho mundo', tornando suas áreas inabitáveis e dizimando milhões e milhões de cidadãos.
Pouca gente seria salva da carnificina geológica e meteorológica, e muito dos progressos culturais, intelectuais e científicos que escapassem do controle e das perspectivas da 'fé cristã' se perderiam, para serem longa e dificilmente recuperados no decorrer dos séculos, como o legado da Antiguidade Clássica que só se recuperou a partir do século XVI de nossa era.
A medida é mais um meio de evitar transformações sociais profundas que realizassem rupturas com as estruturas de poder vigentes. O extermínio de áreas consideradas 'independentes' do controle do sistema de dogmas e ritos trazidos pelo Catolicismo medieval é um modo de adiar para séculos a realização de conquistas sociais, de forma a ocorrerem apenas quando seu impacto se tornar minimizado e sua essência praticamente domesticada.
Dessa forma, os presentes na reunião estudam uma forma de repetir mais uma vez o 'freio conservador' movido pela Igreja Católica Apostólica Romana, para evitar o avanço das ideias laicas e ameaçadoras ao sistema de privilégios existentes.
Portanto, o objetivo é deixar que esse avanço seja adiado até que os detentores de poder, sem abrir mão de seus privilégios, possam se adaptar aos poucos às mudanças, pelo retardamento das transformações previstas.
O Brasil, domesticado pela fé católica e por políticas neoliberais, se ascenderá como país mais poderoso do mundo e nova sede da nova teocracia planejada pelos reunidos, através do rótulo de "espiritismo". Assim, o país, já pouco inclinado ao nível e ritmo de transformações desejados pelo povo do Norte, passará, com a destruição do hemisfério setentrional, ao comando do planeta e à imposição de valores mais conservadores ao que restou do 'velho mundo'".
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