sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

Blogueira que defende Madre Teresa expressa desprezo pelos pobres

POBRES E SOFREDORES TÊM QUE PERMANECER ASSIM PARA QUE SE MANTENHA O "ESPETÁCULO DA CARIDADE".

Chamou a atenção um texto que uma blogueira conhecida como "A Catequista" fez a favor de Madre Teresa de Calcutá. Altamente reacionário, o texto que reproduziremos abaixo apela não só para os clichês da imagem de "amor e bondade" atribuída a um ídolo religioso e não apenas contra o ateísmo que Christopher Hitchens professou em sua vida, mas ao seu desprezo ao sofrimento dos pobres.

O trecho que chamaremos atenção aparecerá grifado por nós para que vocês analisem o quanto pessoas que, sob o manto da religião, têm a boca e as cordas vocais tão cheias de vocabulários amorosos, mas, sob a menor contrariedade, explodem em rancor e raiva como cães ferozes avançando sobre qualquer desconhecido.

No "espiritismo", religião brasileira que se diz "incapaz de sentir rancor", tivemos, no episódio de Amauri Xavier Pena, sobrinho de Francisco Cândido Xavier, um texto de um líder "espírita" espumando de ódio.

Mas, para quem pensa que o assunto "desencarnou" por aí, houve o rancor dos "espíritas" contra os repórteres de O Cruzeiro, no caso da farsante Otília Diogo, e nas declarações furiosas dos seguidores de Chico Xavier, Divaldo Franco e companhia nas chamadas "redes sociais".

Pois "A Catequista" também escreve um texto raivoso, e no entanto estranhamente defende que os pobres e enfermos "permaneçam" em sua condição. Sem dar uma réplica consistente aos questionamentos do mito da Madre Teresa, levantados sob as denúncias de Hitchens, a blogueira "catequista" comete muitos equívocos em seu texto "apaixonado" em prol da freira albanesa.

Entre tais equívocos, é o de afirmar que Madre Teresa "não quis fundar uma ONG" nem "realizar um trabalho social". Pois eram as duas coisas que, em tese, deveriam ser o trabalho da freira. A "catequista" se esqueceu que muita gente, ao ler essa passagem, poderá perguntar a ela "em que planeta ela vive".

Além do mais, caridade é livrar pobres e enfermos da miséria e da doença. Se os mantém assim, mesmo sob o pretexto de que a Madre Teresa já é "sua riqueza", então esta posição é bastante hipócrita, porque a "ascensão social", que tanto a blogueira jocosamente define, é qualidade de vida, benefício, a verdadeira caridade, que é fazer bem ao próximo.

Se ela não pensa assim, se ela acha que Madre Teresa não precisa resolver tais problemas, então a blogueira deu um tiro no pé, e mostra o quanto a Teologia do Sofrimento, que é de definir o sofrimento como "algo lindo" - uma ideologia defendida abertamente por Chico Xavier - faz seus tão "cristãos" defensores estarem mais próximos dos insensíveis imperadores romanos do que de Jesus.

Nota zero para a blogueira "catecista". Ela mostrou que, nessa retórica do "amor e bondade", os pobres, enfermos e outros infortunados têm que permanecer nestas condições humilhantes e trágicas para garantir o "espetáculo da caridade" que faz parte do circo da bondade estereotipada e da misericórdia forjada pelos insensíveis e impiedosos. Prestemos atenção para o trecho grifado.

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Quem não gosta de Madre Teresa, bom sujeito não é

Do blogue A Catequista - Publicado em 11 de fevereiro de 2014.

Uma freira pequenina trabalhava como professora em uma escola católica, para meninas ricas. Até o dia em que, nas ruas de Calcutá, ela ouviu o clamor do Cristo sedento, faminto e doente. Após insistir, recebeu autorização para fundar uma nova ordem e, sozinha, deixou uma vida razoavelmente confortável e segura para viver entre os mais pobres dos pobres.

Aos poucos, se juntaram a ela antigas alunas, que se tornaram as primeiras missionárias da caridade. Madre Teresa procurava Jesus nos lugares onde ninguém O buscava: no lixão, ela ia quase todos os dias revirar a imundície, e muitas vezes recolhia ali pessoas doentes, já roídas pelos ratos, e até bebês, um dos quais conseguiu “ressuscitar” com um boca a boca (fato captado pelas câmeras da BBC).

Certamente, não foi uma mulher perfeita… deve ter tido lá os seus erros. Mas, dentro do coração de milhões de pessoas, católicas ou não, há uma convicção: se aquela mulher me visse em dificuldades, ela se comoveria e me ajudaria. Ela era mesmo santa. Tanto que seu nome virou sinônimo de virtude e bondade.

Suas rugas profundas eram como o leitos de um rio, onde corria amor e sofrimento. Mas o escritor ateu Christopher Hitchens não se comoveu com essa mulher; antes a odiou. Escreveu um livro e produziu um documentário – “Anjo do Inferno” – afirmando que Madre Teresa era “uma fanática, fundamentalista e uma fraude”. Em um programa de TV, foi além, e a xingou de bitch.

Como militante do socialismo, Hitchens não poderia mesmo entender o bem que a Madre fazia aos pobres. Sua visão materialista de mundo o impedia de ver além do que os olhos podem enxergar. Cadê os hospitais de ponta? Cadê os pobres saindo da pobreza? Perguntava ele.

Hitchens acusava a Madre de não ajudar os pobres a sair de seu estado de pobreza. De fato, Madre Teresa não fundou uma ONG, ela não fazia trabalho social; ela fazia CARIDADE, ela amava cada pobre como um filho saído de seu ventre. A mesma acusação que se fez a ela, poderia-se fazer a São Francisco de Assis: quem aí ouviu dizer que o santo levou algum pobre a ascender socialmente? E, no entanto… ele era a maior riqueza dos pobres, em seu tempo.

Alguns leitores nos pediram para refutarmos o documentário “Anjo do Inferno”. Curiosamente, a BBC deixa disponível esse filme no Youtube, mas não o estupendo Something Beautiful For God, produzido pela mesma emissora, em 1969 (se alguém achar no Youtube, por favor me avise). O interesse da BBC em encobrir as boas obras da Madre e jogar lama em sua memória fica ainda mais claro quando a emissora se recusa a autorizar a exibição do documentário de 1969 em um festival de cinema gratuito realizado em 2010, para celebrar o centenário de nascimento de Teresa (Fonte: The Hindu).

Alguns dizem que Hitchens era obcecado pela figura de Madre Teresa. Eu prefiro pensar que ele era fascinado por ela, mas se revoltava contra esse fascínio, tentando sufocá-lo com fúria. Fúria e amargura era só o que ele tinha, já que seu livro e seu documentário são pobres, muito pobres em fundamentação. Que Deus tenha misericórdia de sua alma. Espero que, ainda que em seu último suspiro, ele tenha se arrependido de seus erros.

Em vez de rebater o documentário de Hitchens, em que Madre Teresa é ate mesmo acusada de combater fortemente o aborto e o divórcio (eita mulé marvada!), preferimos deixar aqui o testemunho do nosso leitor Harun Salman. Ele aprendeu a amar Jesus no convívio com a freirinha de Calcutá. Então, os ateus socialistas ladram, e a caravana da caridade passa!

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