domingo, 10 de janeiro de 2016

Unirmos para quê?


A religião "espírita" sempre vem com um discurso igrejista. apelando para a solidariedade e a união como fins em si mesmos, mas sem poder verificar diferenças e tensões, apenas se limitando a pedir "paz" sem dizer como e para quê.

É verdade que o Brasil vive uma série de crises, bastante turbulentas e violentas, de uma maneira peculiar e, em certos aspectos, mais aberrante que o do "velho mundo" (claro, descontando o terrorismo no Oriente Médio, um cenário insuperável).

É muito fácil pedir para que nos demos as mãos, que acreditemos em Deus - nem todos acreditam em sua existência - , que ouçamos Jesus etc etc etc. Para uma doutrina, como o "espiritismo", que ignora individualidades e necessidades humanas, a forma com que ela defende a "paz" é ao mesmo tempo inócua e insossa.

Afinal, de onde vem as crises que geram tantos conflitos? Evidentemente, há os processos de uns quererem demais e outros não terem o que mais precisam. Há pretensões, jogos de interesses, relações de conveniências, que criam uniões forçadas, em que a mínima faísca de discórdia pode gerar conflitos dramáticos e até trágicos.

O "espiritismo" ignora as individualidades humanas e não percebe os problemas e tensões existentes. Tenta apenas argumentar que "existem tempestades" e que, por isso, temos que "nos unir". Apenas isso, sem qualquer motivação ou discernimento.

Daí que seu discurso "unificador" e "pacificador" é feito em vão, mais para tocar as emoções de seus seguidores, que não parecem causar efeitos positivos e definitivos. A pieguice de seus apelos pela "paz" e pela "união" acaba entediando e até irritando muitos, porque são coisas feitas vagamente e que, na complexidade da vida, se tornam apelos inúteis e fracassados.

A união não se trata de uma questão de ter mais fé e darmos as mãos, mas buscar resolver tensões, regular desejos e necessidades, verificar tanto a igualdade dos direitos quanto a diversidade das diferenças humanas, e verificar os espaços dos outros, tarefa muito difícil nesse turbilhão de pretensiosismos, oportunismos e conveniências.

É isso que o "espiritismo" não percebe. E, através desses apelos piegas de "paz e solidariedade", acaba reforçando mais os conflitos, por não conhecer individualidades nem diversidades, tratando pessoas dos mais diversos tipos como meros bonecos de brinquedo de um ente chamado Deus, e, em vez de promover o diálogo das diferenças, prefere o silêncio sorridente das igualdades forçadas e fora da realidade. Com isso, o "espiritismo" quer desunir pela "união".

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