terça-feira, 7 de abril de 2015

Coitadismo é a maior arma do "movimento espírita"


O que faz o "movimento espírita", com todas as suas piores práticas, passar por cima das leis, dos exames científicos e dos debates públicos, ficando imune a qualquer incidente que pudesse desmascará-lo?

O que faz seus líderes praticarem todo tipo de fraude, todo tipo de corrupção, e mesmo assim nem de longe serem considerados "charlatães", por mais que agissem para enganar seus fiéis com espetáculos de prestidigitação dos mais diversos, sejam falsas psicofonias, falsas psicografias e falsas psicopictografias, entre outros recursos ilusionistas?

É estarrecedor a forma com que seus supostos médiuns usam os nomes dos mortos ao seu bel prazer, fazendo um mero panfletarismo religioso de mau gosto, sempre com aqueles repetitivos e inócuos apelos de fraternidade e amor que nada resolvem, dentro de um mundo tenso e turbulento em que vivemos.

Todo tipo de incidente envolvendo os "espíritas" não é menos vergonhoso nem menos escandaloso do que os que sofre a Igreja Universal do Reino de Deus, mas algo parece intimidar juízes, cientistas, acadêmicos, que mantém o "movimento espírita" na mais completa impunidade e imunidade.

Mas o que faz o "movimento espírita", praticante de tantas fraudes, cometedor de tantas irregularidades, responsável por erros gravíssimos, sobretudo a usurpação da memória dos mortos, estar imune a todo tipo de punição, como se acreditasse que nem mesmo a Justiça dos céus tivesse capacidade de puni-los?

"ESPÍRITAS" FEITOS "SEMI-DEUSES"

O "movimento espírita" dá a impressão de que seus líderes são "semi-deuses", aos quais nada cabe responsabilizá-los pelos erros que cometeram. Eles são inocentados em tudo, nada consegue detê-los, eles são tomados de um complexo de superioridade que os faz se julgarem acima de tudo, do bem, do mal, das ideologias, da Ciência, da lógica dos fatos, da realidade, de todas as coisas.

Daí o fato de que eles se acham os "semi-deuses", aos quais só se cabe elogiá-los, sem investigar, julgar, Criam uma roupagem ideológica que intimida não pela violência, mas pela pose de serenidade de pretensos sábios, pelo malabarismo discursivo das desculpas, que os fazem continuar nos seus erros e fraudes e mesmo assim serem tidos como da mais absoluta confiabilidade.

Eles são os "donos" até mesmo do tempo. Criam datas fixas para transformações da humanidade, julgam encarnações precedentes de alguém, fazem suposições de vidas espirituais e atribuem realismo e veracidade para suas fantasias, são "donos" do passado, do presente e do futuro.

Daí o sonho que Francisco Cândido Xavier teve, um sonho sem muita importância, mas que pelo status que ele acumulou, favorecido pelas conveniências, virou "profecia" mesmo quando o anti-médium mineiro, maldosamente, rogou a extinção do "velho mundo" para a ascensão sem esforço do problemático Brasil para o comando das nações de todo o planeta.

Chico Xavier é o símbolo desse complexo de superioridade "espírita", desde os tempos em que ele estava vivo e no auge, como na época em que teve esse sonho dorminhoco cujo relato não revelou mais do que suas convicções pessoais de como deveria ser o mundo no futuro, convicções no entanto compartilhada por sua legião de seguidores.

E qual é a arma que o "espiritismo" usa para passar por cima de qualquer coisa, para ser mantido no seu pedestal, para estar acima de tudo e de todos, por mais que pesem contra ele uma série de erros, equívocos, deslizes, fraudes e tudo o mais de ruim?

O COITADISMO

O que é o coitadismo? É alguém ou alguma instituição se passando por vítima. É quando uma pessoa posa de coitado para obter alguma vantagem. E é essa a arma que os "espíritas" usam para passar em cima de qualquer coisa.

Essa habilidade de enganar as pessoas fazendo pose de vítima - estratégia que se conhece sobretudo no "funk carioca" e em certos políticos acusados de corrupção - encontra nos "espíritas" seu exemplo mais típico e engenhoso, algo raro em outras seitas religiosas.

Chico Xavier foi o coitadismo em pessoa. Ele trabalhou muito bem seu estereótipo de "caipira inocente", depois de "velhinho humilde", e seus seguidores, apegadíssimos à matéria e às impressões corporais de sua "fragilidade", o endeusam e o atribuem como guia-maior da humanidade brasileira.

É como se, para seus seguidores, Chico Xavier fosse o "presidente espiritual" do Brasil, enquanto Jesus, segundo eles, é o governador do mundo. O "anjo" Ismael, como "mentor espiritual", seria então uma espécie de "chefe da Casa Civil", para os chiquistas.

Foi o coitadismo de Chico Xavier que o fez passar por cima do processo dos herdeiros de Humberto de Campos. Eles tinham o direito de zelar pela obra do escritor maranhense, ainda mais quando as obras atribuídas ao seu espírito destoam completamente do estilo que Humberto havia escrito em vida, descontraído, informal e culto, pois o que se lia era o "espírito Humberto" ridiculamente igrejista e melancólico.

Os herdeiros, eles sim coitados, não podiam proteger a obra do escritor, e a viúva e os filhos tiveram que deixar que Humberto chegue à posteridade praticamente como uma propriedade de Chico Xavier, como atestam as buscas do Google com a palavra-chave "Humberto de Campos", entre aspas.

Chico Xavier também passou por cima do caso Amauri Xavier, o sobrinho que queria denunciar as fraudes da FEB e possivelmente teria sido assassinado a seu mando, e mais uma vez toda a aura de coitadismo de Chico e dos "fraternais" integrantes da FEB prevaleceu acima de qualquer busca por justiça.

Veio o caso de Otília Diogo, no apogeu das fraudes de "materialização", que nunca passaram da forma adulta e organizada das brincadeiras infantis em que crianças se cobriam de lençóis brancos para se fingirem de fantasmas, e Chico, que patrocinou tudo isso e assinou até atestados para forjar veracidade, foi inocentado de tudo, sob a desculpa inverossímil de que "cúmplice não é culpado".

A partir de Chico Xavier, mas passando por Divaldo Franco e de tantos outros, as fraudes e artimanhas que o "espiritismo" praticou, usando os nomes dos mortos ao bel prazer para fazer proselitismo religioso e lotar "centros espíritas", ou então vender livros "espíritas" e enriquecer por fora sob a desculpa da "caridade", foram beneficiadas pela mais extrema impunidade.

Isso porque o coitadismo, aliado a uma postura de suposta bondade, acaba intimidando a investigação da Justiça, o exame da Ciência, o debate da Lógica. Justiça, Ciência e Lógica só são aceitos pelo "movimento espírita" se aceitarem suas fantasias e fraudes e atribuírem a elas uma veracidade que pode não fazer sentido algum, mas que terá que ser assim preservada.

Daí que os "espíritas" arrumaram uma maneira de sempre conseguirem se passar por "donos da verdade". Usam o verniz da "bondade" para intimidar aqueles que querem investigá-los, adotam sempre a postura de pretensas vítimas, de supostos perseguidos, usam o rótulo de "homens de bem" para manter seu império de surrealismo e ilusionismo.

Com isso, eles apostam no coitadismo como seu maior recurso, como uma arma de pessoas fisicamente desarmadas, mas que tentam derrubar aqueles que se esforçam em mostrar os aberrantes atentados à coerência e à realidade dos fatos. Infelizmente, ser "espírita" não é acreditar no sobrenatural, mas no surreal e no fantasioso.

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