terça-feira, 28 de abril de 2015

A mensagem igrejista de suposto espírito Theophorus


Depois de amedrontar os desavisados, a "profecia" de Chico Xavier, anos após a morte, recebeu avisos "consoladores" principalmente do "espírita" Geraldo Lemos Neto, quando, a quase quatro décadas após ter recebido o relato do anti-médium mineiro, "psicografou" uma mensagem de puro panfletarismo religioso e forte apelo igrejista, atribuído ao suposto espírito Theophorus.

A mensagem foi divulgada em 14 de agosto de 2006, no "centro espírita" Luz, Amor e Caridade, em Belo Horizonte (MG), e apresenta todos os clichês piegas e sentimentaloides do texto igrejista, sempre "mendigando fraternidade".

A mensagem, em tom solene, também descreve a suposta vinda de crianças de "caráter elevado" na Terra, cometendo o equívoco de atribuir a 2010 o "início da regeneração" da humanidade na Terra e o ano de 2057 para sua conclusão na etapa evolutiva, ano que coincide com a aposta do anti-médium baiano Divaldo Franco, um entusiasta em criar datas fixas para o futuro.

A mensagem aposta num otimismo igrejista em que vale até mesmo o título católico de "Nosso Senhor Jesus Cristo", embora também haja a bajulação a Allan Kardec em duas passagens, como no começo do texto, em que cita uma frase de Jesus reproduzida por Kardec, e outra, citando 2057, ano do bicentenário de O Livro dos Espíritos, definindo o livro como o "consolador prometido pelo Cristo".

A açucarada mensagem se equivoca em muitos aspectos, não bastasse o nível igrejista e à maneira enjoada de "pedir fraternidade". Cria datas fixas, como o aniversário de 100 anos de nascimento de Chico Xavier, 2010, como o "marco da regeneração", quando sabemos que, no Brasil e no mundo, a humanidade tornou-se o inverso, mais turbulenta, tensa e conflituosa.

Mera desculpa para criar uma esfera emocional para "fortalecer" o "movimento espírita", essa mensagem do suposto Theophorus é reproduzida abaixo, a título de análise questionadora, para as pessoas perceberem o tom do discurso igrejista e dos apelos fantasiosos de evolução da Terra, que, sabemos, está longe de fazer realizar as quimeras "espíritas" tão conhecidas:

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Irmãos,

Na abertura do Capítulo IX de O Evangelho Segundo o Espiritismo, Allan Kardec, com muita propriedade, escolheu a frase inesquecível de Nosso Senhor Jesus Cristo:

“Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra!” (Ma­teus, 5: 5)

Por muitos séculos, a frase augusta do divino Mestre restou não compreendida pela coletividade cristã na face terrestre. Afinal, que terra prometida é essa a que se refere o Cristo, reservando-a aos brandos de coração e aos humildes do espírito?

Não obstante o aspecto profundo, muitas vezes atribuindo às palavras iluminadas de Jesus de Nazaré o sentido figurado, em que muitos estudiosos da letra cristã consideraram essa terra sob o significado espiritual da terra simbólica da paz reinante nos corações dos justos, forçoso é reconhecermos que o real alcance da promessa do Cristo a esse respeito vai mais longe. Os mundos, estâncias de trabalho e aperfeiçoamento que enxameiam a colmeia universal da Criação divina, também progridem espiritualmente, galgando novos postos de serviço como educandários valiosos dos espíritos de suas humanidades correlatas, em contínuo processo de ascensão. À medida que avançam as noções superiores do espírito encarnado, levantando o próprio olhar para as realidades da vida imperecível, soa o clarim de uma nova era para as coletividades humanas sedentas de paz e de progresso.

É chegado o momento de novo degrau evolutivo para a casa planetária a que chamamos Terra. O prazo de 20 séculos da mensagem espiritual do Mestre inesquecível, desde sua passagem renovadora às margens do mar da Galileia, chegará no próximo ano de 2030. Desde o advento do novo século XXI, por determinação superior, apenas têm acesso à porta da reencarnação os espíritos que atingiram em suas conquistas espirituais a mansidão, a brandura e a humildade. Aqueles que não souberam adquirir esses patrimônios morais na contabilidade de seus créditos pessoais, no transcurso de suas sucessivas reencarnações em 20 séculos de vida cristã na face da Terra, serão, como já estão sendo, conduzidos a mundos de expiação e provas que se lhes afinem com as tendências inferiores e infelizes.

Os bons alunos, que se têm esforçado por domar as suas más tendências, reajustando-se-lhes os corações em sintonia com o amor universal e a sabedoria de todos os tempos, são estes que o divino Mestre apelida de brandos e humildes, mansos e pacíficos, que hão de herdar a nova Terra. Muitos deles já estão entre vós, apresentando-se com a infância natural de seus primeiros anos de crianças terrestres.

À medida que forem chegando à juventude e à madureza, contudo, assumirão cada vez mais o relevante papel para o qual foram chamados na sociedade terrestre, o que imprimirá vigorosa transformação no ambiente conturbado que ainda vos envolve o cotidiano.

Aproxima-se a fase final desta transição que haverá de elevar a Terra à condição de “mundo regenerado” para a qual se destina. Este período final será justamente aquele entre o centésimo aniversário do nascimento do apóstolo consolador Chico Xavier, a comemorar-se no próximo ano de 2010, em 2 de abril, e o aniversário do bicentenário do advento do Consolador prometido pelo Cristo, a comemorar-se no futuro ano de 2057, mais precisamente no dia 18 de abril.

Até lá ainda experimentareis os estertores da vida sombria dos sentimentos inferiores que ainda vos circundam a existência, fadada, invariavelmente, a ser varrida da nova Terra pela presença da Luz. Estejamos, pois, confiantes que Jesus, nosso divino Mestre, está no leme de nossa embarcação planetária, conduzindo-a ao porto seguro da paz e da esperança, da alegria e do amor, que haverá de nos irmanar, uns aos outros, como genuínos herdeiros dessa nova humanidade.

Irmãos, amigos queridos e companheiros de jornada, façamos, pois, nossa parte para merecê-la!

“Tudo dependerá, em última análise, de nossas próprias escolhas, enquanto entidades individuais ou colettivas, para nosso progresso e ascensão espiritual. É o ‘A cada um será dado segundo as suas próprias obras!’ que o Cristo nos ensinou”.

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