sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015
Paixões materialistas motivam idolatria a Chico Xavier
O "espiritismo" feito no Brasil é materialista. Bem mais do que o marxismo, por exemplo, porque Karl Marx se preocupou com a sociedade igualitária e solidária - que ele chamava de "comunista", com base na ideia de bem comum a todos; o termo "comunista", infelizmente, acabou sendo "demonizado" na sociedade capitalista - , à sua maneira.
O "movimento espírita" se baseou em fontes medievais, trazidas pelo Catolicismo português que ainda as manteve. E isso acaba influindo nas ideias materialistas que sutilmente são mantidas no sistema de valores supostamente "espírita".
As pessoas podem achar isso absurdo, porque não acreditariam que o "espiritismo" feito no Brasil é materialista, mas ele deixa sinais claros do seu mais puro materialismo, baseado em ritos, dogmas e até em valores moralistas que transformam, entre outras coisas, a instituição Família numa entidade pétrea, que fosse além dos laços hierárquicos materiais.
Mesmo o mundo espiritual do "espiritismo" é materialista, porque é uma interpretação caricatural e um tanto pedante dos planos materiais que somente a física quântica, associada com estudos do Magnetismo de Franz Mesmer, poderiam explicar melhor aquilo que os delírios de Waldo Vieira para seu personagem André Luiz não conseguiram esclarecer.
ESTEREÓTIPOS MOVEM IDOLATRIA A CHICO XAVIER
Os fanáticos de Chico Xavier, que não aceitam um til dado contra ele, são muito mais materialistas do que muito stalinista que deturpou o comunismo de Karl Marx num totalitarismo de esquerda. E isso sob os pretextos que se supõem os mais espiritualistas e desapegados à matéria.
No entanto, o materialismo torna-se claro quando Chico Xavier se torna endeusado justamente por suas "qualidades materiais": interiorano, de origem humilde, jeito caipira, modesta instrução (embora "devorador" de livros), e, tempos depois, idoso e aparentemente frágil.
São aparentes fragilidades que não deixam de ser consideradas como critérios materialistas. E são elas que respaldam, num processo de contraste ideológico, a suposta "superioridade" de Chico Xavier, como se ela agisse em função de tais fragilidades.
Ele mesmo era a personificação de contrastes e o símbolo da glamourização do sofrimento humano defendido pelo neo-medieval "movimento espírita" brasileiro. A "força" garantida pela fragilidade, a "felicidade" obtida pelo pior sofrimento, a "sabedoria" pela ignorância, a "voz" do silêncio.
Sobre o último item, a ditadura militar (apoiada por Chico Xavier) iria adorar, não precisava sequer o AI-5, Chico era capaz de silenciar vozes com tranquilidade, teria o poder de dissolver passeatas dos cem mil com suas melífluas "palavras de amor", era uma espécie de "AI-5 do amor".
Sua ideologia prometia a libertação pela castração, numa interpretação errada das lições do sofrimento. Não é o sofrimento que é bom, o que é bom é quando o sofredor reage contra o sofrimento e cria meios de combatê-lo. Isso não é a mesma coisa que dizer que o sofredor recebe bênçãos porque sofre o pior dos sofrimentos.
Chico Xavier simboliza os estereótipos que os brasileiros mais conservadores e moralistas esperam de uma pessoa a ser admirada. Interiorano, de origem humilde, caipira, "bom velhinho". Seus seguidores pouco prestaram atenção às fraudes que tiveram sua participação e do quanto ele usou de sua esperteza para os desvios cometidos pelo "movimento espírita".
Por isso, por mais que se falem em sentimentos "do mais elevado grau de espiritualidade", são as paixões materiais que movem as emoções dos seguidores de Chico Xavier e seu sentimentalismo cego dos "olhos do coração" se apoia em impressões meramente terrenas, uma visão puramente materialista do que é a espiritualidade e a natureza da vida espiritual.
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