quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Chico Xavier: mais de 70 anos de estragos ao Brasil

O LIVRO QUE NARRA O EMPATE QUE FAVORECEU CHICO XAVIER.

Muitos consideram Francisco Cândido Xavier um vencedor. Acham que ele é - mesmo depois de morto - capaz de derrubar até a ciência, se transformando no "dono da verdade" que está acima do bem e do mal, do lógico e do sobrenatural.

O fanatismo dos seguidores de Chico Xavier alimenta esse mito, que cresceu depois de mais de 70 anos de "jogo de cintura" por parte da Federação "Espírita" Brasileira, que sempre arrumou um jeito para blindar seu popstar, usando a astúcia para salvar sempre a reputação de seu propagandista.

Na verdade, se Chico Xavier fosse um atleta olímpico, ele teria vencido às custas de doping. Sua primeira vitória nem foi uma vitória assim, mas um empate que apenas rendeu pontos a Xavier, num daqueles mecanismos que as pessoas conhecem através do futebol.

No julgamento sobre o processo movido pelos familiares de Humberto de Campos, através do advogado Milton Barbosa - que identificou irregularidades na obra atribuída ao espírito do escritor maranhense - , a Justiça da época, o ano de 1944, não entendeu a questão do processo e decidiu por um desfecho neutro.

Segundo o juiz, não havia leis nem regras que protegessem os direitos autorais relacionados a obras atribuídas à atividade de espíritos do além, os direitos autorais só correspondem ao que espíritos que já estão falecidos haviam produzido em vida, ou seja, o legado deixado por eles aqui na Terra. O que se atribui à produção deles no além não competia à apreciação da Justiça.

Foi um evidente zero a zero, no qual os familiares de Humberto de Campos não saíram vencedores da causa, já que o processo deles foi considerado improcedente, mas também não representou uma vitória de Chico Xavier e da FEB, porque eles também não receberam legitimação de uma prática que juízes e juristas, escritores e intelectuais, simplesmente desconheceram.

Na época, a FEB tentou puxar a brasa para sua sardinha e tentou creditar como "comprobatórios" os depoimentos céticos de nomes como Agripino Grieco, Monteiro Lobato, Raimundo de Magalhães Júnior e Apparício Torelly, o Barão de Itararé.

Nenhum deles quis dizer, em seus depoimentos, que o trabalho de Chico Xavier era realmente mediúnico. Eles, cada um à sua maneira, demonstraram apenas um ceticismo leigo, não se acharam em condições de dizer se o que Chico fazia era fraude ou era mediunidade mesmo.

O fato deles declararam não poderem considerar as atividades de Chico Xavier como fraudulentas, não significava que eles legitimassem tais trabalhos. Eles não legitimaram mesmo. A FEB ignorou a diferença explícita que existe entre dizer "não desconfio nem confio" e dizer "eu confio".

Chico Xavier nem era um "bom atleta". Se fosse "lutador de UFC", já que um assunto noticiado há poucos dias foi a acusação de uso de doping contra Anderson Silva, Chico Xavier teria também usado doping, até com muito gosto.

ESCÂNDALOS VERGONHOSOS

O que Chico Xavier causou de escândalos foi algo de muito vergonhoso. Lembrando que Allan Kardec era um pedagogo, se Chico fosse aluno de sua escola os diretores teriam chamado os pais de "Chiquinho" para lhes advertirem do desempenho no mínimo desastroso do aluno, reprovado sem qualquer chance de recuperação e pouco aplicado às lições de aula e ao dever de casa.

Isso é muito sério e muito grave. Os seguidores de Chico Xavier brincam com fogo, fazendo pilhéria, achando que Chico (mesmo depois de morto) derruba tudo, até o raciocínio lógico e os exames científicos, acreditando que os cientistas só têm valor quando se ajoelham à imagem do "bom velhinho".

Chico se envolveu, só entre os anos 1940 e 1970, em vários escândalos, suficientes para que ele fosse jogado no lodo das personalidades lamentáveis, caído do mais absoluto esquecimento popular, e os erros que Chico cometeu eram gravíssimos, e muito maiores do que simplesmente o de entender mal a obra de Allan Kardec.

Acusações severas de pastiche, vindas de outros jornalistas, como Osório Borba, acusações que nem de longe podem ser vistas como rancorosas ou invejosas, porque se baseiam em comparações consistentes entre o que os autores falecidos produziram em vida e o que se atribui a eles sob a suposta psicografia de Chico Xavier.

Como é que se pode atribuir como "manifestação de inveja", "perseguição a um homem de bem", "julgamento injusto da ciência material dos homens", "negação dos belos exemplos de fé e caridade", questionamentos imparciais, da mais pura investigação lógica, da análise cautelosa de conteúdo, feita sem tomar partido contra ou a favor de quem seja, apenas buscando a coerência dos fatos?

E as fraudes de materialização que Chico Xavier apoiou com gosto, fazendo atestados, conversando com os fraudadores nos bastidores, dando sua cumplicidade irresponsável, sobretudo no caso de Otília Diogo, desmascarada numa reportagem da revista O Cruzeiro?

E as psicografias que nem de longe apresentam qualquer vestígio da caligrafia dos falecidos, pois tudo é escrito com a caligrafia do próprio Chico Xavier, criando mensagens de sua própria mente, todas iguais umas às outras, enganando famílias e se promovendo às custas da emotividade das mesmas, como no exemplo "clássico" de Arnaldo Rocha, viúvo de Meimei?

E aí vieram os partidários de Chico Xavier, em mais uma reação por vezes chorosa, por outras raivosa, dizendo que ser cúmplice não é ser culpado. Mais uma vez a luta contra a lógica dos argumentos. Ser cúmplice é participar da culpa de um ato, sem ser responsável por sua decisão, mas participando de sua execução de forma direta ou indireta, em claro sinal de apoio.

Roustanguista enrustido, Xavier teve as circunstâncias a seu favor, em certos casos como colaborador dos mandos e desmandos da FEB, por outros cúmplice e artífice entusiasmado de uma série de fraudes e equívocos que deveriam fazer de Chico Xavier uma personalidade definitivamente reprovada e rejeitada da Doutrina Espírita de Allan Kardec.

Rejeitar Chico Xavier como figura do Espiritismo não é manifestar ódio nem perseguição, nem mesmo inveja ou incompreensão. É manifestar a honestidade dos fatos, da coerência, do argumento lógico, da nossa capacidade de raciocinar quando o absurdo e o surreal tentam se colocar acima da realidade, mesmo usando o pretexto da fé.

Rejeita-se Chico Xavier com a serenidade da alma, enquanto, do lado dos seus seguidores, qualquer questionamento desperta nos "amorosos" chiquistas reações que chegam ao ponto da fúria e do rancor daqueles que se julgam "incapazes" de tais sentimentos.

Essa é a verdade. Chico Xavier causou grandes estragos ao país. Era, no fundo, um figurão ultraconservador, um "AI-5 do bem" que só pensava na evolução da humanidade se todos rezassem calados e ficassem felizes até no pior dos sofrimentos.

Sádico, Chico Xavier queria que fôssemos masoquistas no "sensualismo" pernicioso de suas sedutoras "palavras doces". aquelas que muitas pessoas ainda publicam nas mídias sociais, felizes da vida, sem saber que tais frases açucaradas escondem o veneno traiçoeiro que estraga muitas vidas. O "espiritismo" brasileiro é, na prática, uma "fábrica de sofredores".

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