quinta-feira, 1 de junho de 2017

Texto de palestrante "espírita", mesmo contraditório, traz revelações sobre Chico Xavier


O texto que veremos a seguir é de um integrante do "espiritismo" brasileiro bem afeiçoado com a deturpação. O palestrante Alamar Régis Carvalho, um dos astros da "fase dúbia" - prega "rigoroso respeito" às bases kardecianas mas aprecia o igrejismo - , neste texto bastante longo, revela algumas coisas sobre os bastidores do "movimento espírita". O artigo foi publicado em 2013.

Evidentemente Alamar comete contradições. Enquanto elogia a obra Os Quatro Evangelhos, de Jean-Baptiste Roustaing, bajula figuras como Deolindo Amorim e Herculano Pires, numa falsa postura conciliadora que sempre transformou o "movimento espírita" num balaio de gatos e que, numa pretensa "fraternidade", sempre colocou o igrejismo acima do cientificismo, por mais que os dois supostamente coexistissem.

Outra contradição que Alamar faz são as habituais críticas que ele faz à "vaticanização do Espiritismo", e aos "Constantinos" que querem dominar o "movimento espírita". No entanto, Alamar sempre exaltou nomes como Divaldo Franco, que tanto Luciano dos Anjos quanto Herculano Pires definiram como "roustanguista convicto".

Mesmo assim, o texto serve para as pessoas verem as confusões do próprio "movimento espírita" e os inúmeros conflitos de interesses, até para ver o quanto é caótico o cenário do "espiritismo" brasileiro que, com toda a bajulação em torno de Allan Kardec, comete traições muito graves ao seu trabalhoso legado.

Alamar, conhecido também por artigos e canais de TV "espíritas", também revela as razões que fizeram o "médium" Francisco Cândido Xavier deixar de ter seus livros publicados pela FEB, dando informações sobre a crise da cúpula da federação, com a aposentadoria e morte de seu presidente Antônio Wantuil de Freitas, que mostram as origens da "fase dúbia" que vigora hoje no "movimento espírita".

Portanto, leiam este longo texto com muita paciência, observação e sem deslumbramentos, sem esperar que este longo artigo traga alguma lição de sabedoria e coerência, até por ser escrito por um colaborador da deturpação do Espiritismo.

DECEPÇÃO DO CHICO CONTINUA

Por Alamar Régis Carvalho - Reproduzido do portal da Associação "Espírita" de Caridade André Luiz

A matéria que escrevi, com o título “O arrependimento e a decepção de Chico Xavier”, falando sobre a questão das traduções dos livros para o Inglês, não se encerra naquele primeiro escrito; parou ali porque o email já estava grande demais e não dava para entrar em mais detalhes no momento, considerando que as pessoas se acostumaram com algo que eu chamo de “cultura do resumismo”, que é aquela que determina que nós temos que escrever pouco, porque as pessoas não gostam de ler textos grandes.
Conforme todos sabem, o brasileiro quando se prepara para o vestibular, estuda em apostilas e não em livros, e os considerados “melhores” cursinhos são aqueles que ensinam MACETES para passar no concurso e não os que ensinam mesmo as matérias, com detalhes e com boa formação de base para que os concursandos passem SABENDO e não apenas conhecendo macetes.
Mas… o que se há de fazer? Se as pessoas insistem em querer ler pouco, é óbvio que elas não poderão saber detalhadamente sobre nada. O pior de tudo é que aqueles insistem em saber das coisas apenas por alto e superficialmente, ainda se acham no direito de dar opiniões e tirar conclusões sobre determinados assuntos discutidos, sobre o qual não fez o menor esforço em se aprofundar.
A verdadeira humildade pratica recomendaria: “Não quero e nem devo emitir opinião, porque o meu conhecimento sobre o tema é muito superficial”.
Mas vamos lá.
Não é a primeira vez que eu escrevo sobre isto, para os meus leitores da internet. Já falei sobre este mesmo assunto, há mais ou menos uns seis anos, e logo recebi um e-mail do mesmo Luciano dos Anjos, que para mim é um dos mais respeitáveis, admiráveis e sérios nomes da história do Espiritismo em nosso país.
Se fosse um “espiritinha” qualquer que me mandasse um email, apenas contestando-me por contestar, como alguns fazem, simplesmente dizendo que tudo aquilo era mentira e que o Chico jamais seria capaz de tal coisa, eu não daria bola. Apenas o responderia a altura, conforme o tom que esse me escrevesse, como muito eu faço com alguns. Mas já que se tratava de um e-mail vindo de um Luciano dos Anjos…. Opaaaaaa, pare aí, Alamar… sente-se e leia com calma o que o mestre escreveu.
Foi o que eu fiz, considerando o nível de respeito que tenho por esse homem que, por sinal, é um dos espíritas mais discriminados que já conheci, por conta da defesa que faz da obra de J. B. Roustaing, que para muitos espíritas é uma obra demoníaca, de autoria do próprio Satanás. Eu já a li e não vi nada de demoníaco nela, muito pelo contrário, achei uma obra extraordinária, em que pese a minha dificuldade de aceitar algumas coisas que constam ali. Para mim, quando alguém condena integralmente uma obra, só porque 2 ou 3 por cento dela na batem exatamente conforme a concepção que tenho, desculpem, mas acho que é burrice. Será que 98% de coisas boas não valem nada, só porque 2% me deixam dúvidas ou apenas não estejam de acordo com a minha maneira de ver?
Mas não é o que vem ao caso aqui. O importante é que a observação do Luciano foi muito importante para que eu procurasse fuçar um pouquinho mais a coisa, pois adoro investigar, checar, averiguar, ir a fundo e procurar pelos detalhes e intimidades de tudo aquilo que eu me meto.
Em razão dos meus programas de televisão, que me fizeram ser conhecido por gente de todo o país e também conhecer muita gente, consegui fazer amizades com espíritas notáveis de tudo quanto é canto, inclusive de Uberaba e Pedro Leopoldo.
Uma das razões que me fez dar credibilidade ao que o Luciano dos Anjos escreveu não é só o respeito que tenho pelos seus cabelos brancos e pelo respeitável jornalista e escritor que ele é, é porque sei que ele passou uma vida inteira dentro da FEB, no Rio de Janeiro, inclusive na condição de um dos seus conselheiros, sendo um dos nomes mais ouvidos nas decisões tomadas pela casa mater.
É por isto que digo que não se trata de um espiritinha qualquer.
Só que, consultando a minha inteligência, cheguei a seguinte conclusão:
Quero ouvir, com respeito, o nosso querido Luciano, mas vou querer ouvir, também, outros “cabeças brancas” e até alguns carecas mais idosos, que também conviveram com o Chico, que também receberam o Chico por muito tempo aqui em São Paulo, que também acompanharam muitas histórias, principalmente companheiros de Uberaba, que viveram mais ao lado do consagrado médium do que os seus amigos residentes em São Paulo e no Rio de Janeiro.
Foi o que eu fiz:
Pra começar, o Teodoro Lausi Sacco, para mim, não era um maluco que simplesmente inventou uma estória, era um homem da mais alta dignidade, seríssimo e muito respeitado, ele me mostrou documentos, várias fotos, inclusive escritos do próprio Chico demonstrando a sua irritação. É uma pena que eu não peguei cópias, de preferência autenticadas, daqueles documentos e nem sei onde eles estão hoje.
Eu fiquei perplexo, na época, e não estava entendendo o porquê Teodoro estava falando sobre algo extremamente grave exatamente para mim. Eu não ficaria a vontade para pedir cópias do acervo pra mim, pois ainda vivia um pouco tímido em relação ao movimento espírita.

Vamos, então, às argumentações do nosso querido Luciano dos Anjos:

Wantuil de Freitas, então presidente da FEB:

Diz o Luciano: “Um homem que dedicou sua vida ao espiritismo e exercia aquele cargo com segurança e bastante competência. Ao mesmo tempo era compreensivo em momentos importantes e gostava de ouvir seus auxiliares mais próximos”.
Eu não conheci o Wantuil de Freitas, porque não vivi o espiritismo naquela época, mas já estudei sobre os ex-presidentes da FEB e o que li sobre ele está de acordo com a qualificação que o Luciano faz. Todavia, tenho algumas considerações que acho bastante relevantes fazer aqui:
Quem foi que disse que os presidentes das instituições espíritas têm força, autonomia e poder para decidir alguma coisa?
Afinal de contas, eles são apenas figuras decorativas, porque quem manda mesmo são os membros dos conselhos deliberativos. Caso um presidente de uma instituição espírita resolva ter a audácia de tomar alguma decisão que vá de encontro ao conselho, ele estará frito. Todo mundo sabe disto.
Só que os chamados conselhos deliberativos das instituições, inclusive as espíritas, não são transparentes para o público acerca das suas decisões. O correto, o decente, o honesto, o coerente e o sensato seria que cada membro constituinte de um conselho desses assumisse o seu voto e a sua decisão em tudo que for decidido por ele.
Se nós lutamos, por exemplo, para que os votos dos parlamentares do Congresso Nacional sejam abertos, para que todo brasileiro possa saber como vota e em que vota cada deputado e senador, é porque a gente quer transparência, decência e dignidade nos seus votos, exigência essa que acontece em razão do elevado índice de imoralidade, indecência e falta de vergonha na cara que existe em muitas votações no meio político, já que quem é safado não quer que o povo saiba das suas safadezas.
Não é isto que acontece?
Pois bem. Em outros segmentos da sociedade, onde existem os chamados conselhos deliberativos, acontece exatamente a mesma coisa. Os seus membros não assumem e não querem que as pessoas conheçam os seus votos, exatamente para ficarem a vontade para tomadas de decisões, sem qualquer compromisso com os princípios elementares de moralidade e decência.
No meio espírita, também constituído por homens, acontece também a mesma coisa, com o mesmo nível de descaramento: Pessoas são condenadas, proibições são estabelecidas, boicotes são recomendados, livros são proibidos, companheiros são afastados dos trabalhos e muita decisão é tomada, sem que o condenado saiba quem condenou e sem que tenha o menor direito de defesa.
O próprio Luciano dos Anjos é vítima disto, pela sua posição de ser o mais notável roustanguista do País. Tudo que vier dele é proibido em muitos centros espíritas do Brasil e do exterior, principalmente febeanos, onde o seu nome inclusive é proibido de ser pronunciado.
Inclusive eu tive uma experiência triste, há alguns anos, no Rio de Janeiro, por ocasião do funeral do notável Altivo Pamphiro, onde se reuniam centenas de pessoas amigas dele, dentre elas o próprio Luciano.
Já que eu era doido para conhecê-lo, pela admiração que tenho por ele, dirigi-me ao seu encontro, numa roda de conversa com outras pessoas.
Quando os amigos que já estavam comigo, antes, perceberam-me ao lado dele, começaram a fazer sinais desesperados para mim, como se eu estivesse correndo um perigo enorme, sem que eu entendesse que diabo que estava acontecendo, até que um deles puxou-me pelo braço e, em coro com mais dois, perguntaram com as caras muito assustadas:
– “Alamar, você sabe quem é esse cara que você estava conversando!?”
Eu cheguei a imaginar que deveria ser algum emissário do Satanás, tamanha era a preocupação dos amigos.
– “Ué, é o Luciano dos Anjos”.
– “Você é louco, cara? Você conhece bem o Luciano dos Anjos? Ele é roustanguista e essa sua aproximação com ele pode lhe prejudicar muito”.
– “Ah, meus amigos, não se preocupem com isto não, que eu não tenho a menor preocupação com essas coisas, já que não consigo e nem pretendo discriminar nenhum companheiro espírita”.
Foi um “Deus nos acuda”, gente! Eles me falaram coisas horrorosas do Luciano, obviamente falando como fantoches de um sistema estabelecido e implantado no movimento contra ele, para diminuir o seu nome, e contra qualquer outro que pudesse ser leitor ou defensor da obra de J. B. Roustaing. O meio espírita adora fazer isto.
Vejam a que ponto chega o movimento espírita.
Não vamos muito longe e relato aqui, como outro exemplo, o meu próprio caso em relação a TV Mundo Maior, que é a TV Espírita que hoje funciona via satélite, 24 horas no ar, colocando em prática um projeto que foi criado por mim e que fui eu quem colocou, de forma pioneira, a primeira televisão do gênero no mundo.
Queiram ou não, tenho consciência de que sou o pioneiro nesse tipo de coisa no meio espírita mundial, tenho uma gigantesca experiência na comunicação espírita pela televisão, falando sobre espiritismo, e o Brasil inteiro sabe disto. Conheço demais sobre televisão, ou melhor, conheço quase tudo, porque fui diretor de uma afiliada da Rede Globo, não me conformando em ser apenas um diretor de gabinete, mas um elemento que optou por conhecer de áudio e de vídeo, opero com mesas de áudio e de vídeo, opero com câmeras, com edição de vídeo, com produção, com iluminação, com transmissões tanto em micro ondas como satélite, a ponto até de subir em torres com mais de cem metros de altura e instalar equipamentos, conhecendo inclusive como instalar um up link para transmissão via satélite.
Desculpem, mas, felizmente, todo mundo sabe que eu não sou adepto da sem vergonha falsa humildade tão praticada no meio espírita, mas de televisão eu conheço, e muito, como um verdadeiro coringa.
Ter duas caras é terrível.
Sei que tenho um “problema” muito sério: Sei fazer a coisa a custo bem mais baixo, que o comum, sem prejuízo para a qualidade, característica esta que incomoda aos interesses de muitas pessoas em várias áreas da sociedade. Não quero dizer que se aplica ali.
Moro perto da TV Mundo Maior, todo mundo sabe disto, e agora vejam só outro detalhe:
O Presidente da FEAL, Fundação Espírita André Luiz, que é a maior autoridade da instituição a qual a TV Mundo Maior pertence, Senhor Onofre Astínfero Batista, é meu amigo, é um homem de elevada dignidade, que gosta de mim, sempre teve o maior carinho por mim, era um dos maiores admiradores do meu projeto de televisão, hoje continua dizendo pra todo mundo, sem medir palavras, que eu sou o grande responsável por tudo aquilo existir, faz questão de reconhecer e enaltecer o meu nome em todo lugar onde chega, sempre disse que gostaria que eu estive lá junto com eles, fazendo aquela televisão…
No entanto, o Alamar é proibido na TV Mundo Maior, porque outro grupo lá, que esconde a mão, determinou que não quer o Alamar lá de jeito nenhum, e não tem santo que faça o Onofre conseguir ter com a ajuda que posso dar, porque, modéstia a parte, eu poderia dar muito mais àquela televisão do que ela a mim, tenho certeza disto. Mas nada disto importa, porque os caprichos e os ódios espíritas falam mais alto que a razão.
Deveriam dizer isto para o público que assiste a televisão. Por que não dizem? Será porquê?
Eu tive que contar estas histórias para, finalmente, chegar à conclusão que se aplica ao tema aqui:
Não é porque o Wantuil de Freitas foi um grande homem, como relatada com segurança o nosso Luciano, que implicitamente todas as decisões da FEB tenham sido sempre sábias e racionais.
A incoerência, a irracionalidade, o comodismo, a preguiça, a indiferença e até mesmo a inveja são fatores que sempre estiveram presentes em muitas pessoas à frente de grandes instituições espíritas e não podemos querer imaginar que a FEB não estivesse inserida nesse contexto. Quem sempre mandou ali foram os cardeais que constituem a alta cúpula febeana. Eu sei o que o Nestor Masotti passou ali, com a sua idéia de apoiar a TV CEI, via satélite. Tanto é que tiraram do ar. Morro de pena do Cezar Perri.

Sobre a matéria publicada em “O Reformador”

Vale lembrar que “O Reformador” é uma revista da FEB, que obviamente só publica coisas conforme as conveniências da FEB e ali só escrevem aqueles que são autorizados. Portanto, uma matéria publicada no referido periódico, obviamente, só poderia estampar a versão da própria FEB. Os que estão no índex jamais chegarão às suas páginas.

Quanto aos americanos irem a Brasília

Este detalhe aqui eu quero corrigir:
Na sua contestação Luciano dos Anjos tem razão quando diz que em 1969 a FEB não era ainda em Brasília e sim no Rio de Janeiro, eu sei disto, não tenho o que contestar. O erro foi meu, ao escrever Brasília, mas explico o porquê:
É porque dentro desta história eu me vi dentro da FEB de Brasília, várias vezes, conversando sobre o assunto, vendo a cara do Nestor Masotti, do Juvanir Borges, da Cecília Rocha, do Altivo Ferreira e de toda aquela gente de lá. Então, quando pronuncio FEB, automaticamente me vem na cabeça apenas Brasília, Brasília e Brasília… e não a FEB do centro do Rio, que não tive convivência nenhuma, mas o Luciano teve, por uma vida inteira dedicada.
Então, neste caso, o lapso não foi do Teodoro, foi de falta de atenção minha mesmo, na hora de redigir.
Portanto ele tem razão nesta observação.

Tradução horrorosa dos livros do André Luiz

Eu também tomei conhecimento disto, não somente as obras do André Luiz tiveram problemas de tradução, como a própria Obra Básica do Espiritismo. Não entrarei em detalhes aqui para evitar problemas maiores com editoras, por isto que sempre recomendo aos meus amigos, os que se dispõem a estudarem a doutrina, que procurem fazer sempre em mais de uma tradução. Quem seguiu a minha dica já identificou o porquê da recomendação.

Americanos eram empresários

Ué, qual o mal que existe nisto?
Por acaso, a visão empresarial é necessariamente a visão do diabo?
Nosso amigo Luciano dos Anjos coloca que os norte-americanos eram empresários, o que é verdade, e eles queriam dar tratamento ao assunto como empresários, como uma editora qualquer e não como o velho costume espírita, absolutamente equivocado, que determinou que livro espírita tem que ser, sempre, vendido bem baratinho, em nome da humildade (só Deus sabe que diabo de humildade é essa), inclusive contrariando ao próprio Allan Kardec que sempre foi contra isto. Eles queriam produzir em larga escala e visualizarem o livro espírita como qualquer outro livro, da cultura mundial, como obras boas que vendessem pelo seu conteúdo, que dessem lucro, que virassem Best Sellers em todo o mundo.
Qual o mal que há nisto?
Chico sabia disto, eles disseram isto para ele que, por sua vez, não fez qualquer objeção.
Sabem qual é o grande problema?
Estabeleceram-se vários paradigmas no meio espírita:
Livro espírita tem que ser vendido baratinho.
Toda receita de livro espírita TEM QUE SER para os centros.
Editora não pode ver livro espírita como os demais livros.
Qualquer livro pode trazer lucro para sua editora, livro espírita não.
Autor de livro espírita TEM QUE doar os seus direitos para centro espírita.
Então, gente, nós vivemos uma doutrina do TEM QUE SER ASSIM, NÃO PODE SER DIFERENTE DISTO, NÃO PODE MUDAR NUNCA O QUE FOI ESTABELECIDO e pronto.
Dinheiro, para a maior parte do movimento espírita, é coisa demoníaca, certamente inventada pelo Satanás, lá nas profundezas do inferno.
É claro que os americanos queriam AUTORIZAÇÃO e não a transferência dos direitos, para fazer a doutrina espírita chegar ao mundo inteiro.
Autorização para publicar e vender é uma coisa, transferência exclusiva de direitos autorais é outra totalmente diferente.
Vamos raciocinar de novo?
Poderia existir proposta melhor do que esta?
Existe alguma idéia melhor para o espírita que raciocina e entende os ideais de Kardec do que a doutrina conseguir chegar ao mundo inteiro?
Questionemos de novo:
Por que a FEB fazia tanta questão assim de ter lucros com os livros editados pelos americanos?
Por que ela não autorizaria as traduções para que os americanos, TAMBÉM, tivessem os seus lucros com os livros que editariam e distribuiriam para o mundo?
É aí que concluímos: Será que é mesmo a Dona Zíbia, só a Dona Zíbia, quem gosta de ter lucros com os livros que edita pela sua editora? Será ela a mercenária?
Eu não sou contra a FEB se preocupar com o retorno financeiro que tem dos seus livros, porque não sofro da grave enfermidade que muitos espíritas têm em relação ao dinheiro; por isto não condeno a comercialização natural de livros espíritas, de CDs e DVDs espíritas e nem de produto nenhum, cuja produção a gente não consegue de graça. Eu seria contra se ela oferecesse sessões de passes pagos, se vendesse garrafas com água magnetizada ou se vendesse produtos cujo TOTAL da sua produção fosse absolutamente gratuito.
O que me causa estranheza é o julgamento com dois pesos e duas medidas:
Por que Dona Zíbia é acusada de mercenária, porque vende livros produzidos pela sua editora e a FEB não recebe a mesma acusação, por fazer exatamente a mesma coisa?
Alguém, lúcido, pode me responder?

O Chico Xavier soube disto depois

O Chico nunca negou que ficava triste, diante das ofensas, pois sempre se considerou humano. No primeiro momento ele só soube que a FEB havia recusado dar a autorização, e aí ele já ficou danado da vida e muito decepcionado.
Tempo depois, alguém levou para ele as informações mais detalhadas sobre o que detalhadamente aconteceu, creio que a informação fora conforme o Luciano coloca para nós.
Inclusive o detalhe de que os americanos quiseram produzir, distribuir e vender para o mundo os livros, eles mesmos, e obviamente, obterem os lucros sobre o material, e que a FEB não quis, já que ela queria produzir ela mesma, ficar com os lucros e repassar para os americanos apenas uma comissão, na condição de distribuidores.
Consta que o Chico, quando soube disto, disse:
– “Uai. Se eu passei os direitos das obras para a FEB, de graça, sem exigir um centavo pelo que fosse vendido, porque ela não fez o mesmo para com os americanos?”
E aí ficou mais danado ainda.
Gente, Chico nasceu humano, viveu humano e morreu humano! Por que muitos espíritas gostam tanto de canonizá-lo?
Chico sentava em privada, soava nariz, tinha diarréia, comia feijão, tossia, espirrava, urinava, soltava flatos, etc… Qual o problema? Será que essa sua característica humana diminui a sua obra?
O questionamento do Chico foi sensato e racional. Se ele deu de graça, para a FEB, sem querer nada em troca, por que ela não deu, também de graça, para os americanos?
Afinal, o espiritismo, com Jesus, não ensina que devemos dar de graça o que DE GRAÇA nós recebemos?
Será que alguém tem alguma dificuldade em entender isto?
Será que alguém vai querer aparecer para dizer que a história não foi bem esta, em que pese o questionamento do Chico, a ter sido desse jeito, ser absolutamente coerente?

Sobre a irritação do Chico

Luciano afirma que Chico Xavier não se irritou, mas outros amigos os quais eu consultei disseram que não apenas ele se irritou, mas que quase tem um infarto, chegou até a falar palavrão e que ficou aborrecidíssimo por muito tempo.
Gente, não vamos muito longe, mas as provas disto estão aí, explícitas, quando constatamos que a partir de 1969 nunca mais Chico Xavier deu direitos de livro nenhum para a FEB e nem permitiu mais que ela publicasse nada que viesse através dele.
Basta olhar na relação dos seus mais de 400 livros, na seqüência das publicações, e verificar os nomes das editoras.
Será que isto aconteceu sem motivo algum?
Foi obra do acaso?
Foi apenas uma coincidência?
Vamos partir da hipótese que o Chico tenha ficado com raiva por um ano apenas e que, depois desse tempo, considerando a santidade que emprestamos a ele, partamos do princípio que ele viesse a ter certa compreensão e tolerância especial pela FEB, considerando também que não poderia condená-la definitivamente, já que “errar é humano” e que devemos sempre compreender os momentos de fraqueza dos outros.
Ótimo, faz sentido.
Esperar-se-ia, então, que depois de um, dois ou três anos ele voltasse a doar direitos de livros para a FEB.
Uai, por que não doou?
Por que não doou NUNCA MAIS?
Daí perguntemos, mais uma vez: Será que esse episódio foi mesmo insignificante, foi coisinha boba e não foi conforme o Teodoro Lausi Sacco contou para o Alamar?
O próprio Nestor João Masotti, ex-presidente da FEB, dentro do nível moral e da honestidade que sempre lhe foram peculiares, consultou os livros antigos da instituição e me confessou que de fato isto aconteceu, num momento de certa infelicidade da FEB.

Sobre a amizade dele com o Armando de Assis

Consta que, também, é fato verdadeiro, conforme relata Luciano, e que, de fato, contribuiu para a animosidade dele em relação a FEB, pela decisão do Armando não querer mais se candidatar à reeleição à sua presidência, em razão das lamentáveis ocorrências de ordem interna.
Façamos então duas perguntas:
1) Que lamentáveis ocorrências de ordem internas seriam essas?
2) Será que o simples motivo de um amigo não querer mais se candidatar a reeleição da presidência, seria motivo tão relevante assim para o Chico NUNCA MAIS doar livro nenhum para a FEB?
3) Foi só uma questão de solidariedade, levar a FEB a ter uma punição tão rigorosa?
4) Será que não fica parecendo a tal irritação do Deus da Bíblia, que condenou a humanidade inteira, por toda a eternidade, só por causa de uma maçã comida pela Eva?

Conclusão

O objetivo do Alamar não é colocar verdade absoluta e inquestionável nenhuma aqui, é colocar o acesso a informação para que você a processe, utilizando a sua própria inteligência. Ouvir Luciano dos Anjos, assim como outros que contestem, é absolutamente saudável e necessário, mesmo em um meio onde determinadas pessoas não querem que ninguém conteste nada, sob pena de ser qualificado apenas como polêmico.
O Alamar, há muitos anos, vem lutando contra a mania que muitos espíritas têm em subestimar a inteligência dos outros, quando se acha no direito de determinar que tipo de livros a pessoa deve ler e quais são os expositores que ela deve escutar.
Eu não aceito isto e jamais admito que alguém venha me fazer fantoche das suas conveniências. Eu quero ter acesso a TODAS AS INFORMAÇÕES, EU EXIJO ISTO e quero, eu mesmo, tirar as minhas conclusões.
É por isto que eu criei o Canal 500, para mostrar as pessoas informações que com certeza o movimento espírita chamado “organizado” não vai passar mesmo. O canal 500 foi feito para mostrar Hernani Guimarães Andrade, Henrique Rodrigues, Wladimir Sanches, Clovis Nunes e muitos outros nomes que são “queimados” pelos donos da verdade espírita. Quero mostrar inclusive o Luciano dos Anjos com o seu arsenal de informações valiosas, sem censura nenhuma.
É necessário, também, que mostre para a geração espírita atual nomes extraordinários como Deolindo Amorim, Newton Boechat, Hermínio Miranda, Carlos Imbassahy, Herculano Pires, Júlio Cezar Grande Ribeiro, Jerônimo Mendonça, Nazareno Tourinho e inúmeros outros que foram praticamente apagados e quase ninguém mais fala.
É necessário fazer com que os espíritas conheçam o KARDEC TOTAL, que só pode ser entendido a partir do estudo criterioso da REVISTA ESPÍRITA, quando será percebido que o que se faz na maioria dos centros é totalmente diferente do modelo que ele praticou. Por acaso, nas mediúnicas que Kardec realizava, 75% do tempo era utilizado para atender espíritos sofredores ou o tempo integral era utilizando prioritariamente para conversar com os espíritos amigos e orientadores?
Constantino desviou totalmente o Cristianismo daquilo que o Cristo ensinou e que era praticado pelos primeiros cristãos. Não vamos permitir que outros Constantinos desviem o espiritismo daquilo que Kardec nos ensinou.

Beijão a todos.

Alamar Régis Carvalho
Analista de Sistemas, Escritor e Antares DINASTIA

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