sexta-feira, 2 de junho de 2017

A preocupante "conciliação do alto" pelo "movimento espírita"

OS DETURPADORES DO ESPIRITISMO SE ESFORÇAM PARA BAJULAR ESPÍRITAS AUTÊNTICOS COMO JOSÉ HERCULANO PIRES.

O "movimento espírita" no Brasil, comprovadamente, está distanciado de Allan Kardec. Seu nome pode ser bajulado um milhão de vezes por dia, seus textos citados pela letra "desencarnada" dos "espíritas" brasileiros, suas ideias apreciadas, ainda que tendenciosamente, e nomes como Jesus de Nazaré, Erasto, Espírito da Verdade e até o Controle Universal dos Ensinos dos Espíritos sejam citados ad nauseam, que tudo isso, se sabe, é em vão.

A "fase dúbia" do "movimento espírita", que se deu com a crise da FEB e uma série de incidentes envolvendo o "movimento espírita" - como, por exemplo, o rompimento de Waldo Vieira com Francisco Cândido Xavier diante da má repercussão do caso Otília Diogo - , vive a sua mais aguda crise e o que o "movimento espírita" faz é correr atrás do próprio rabo.

Hoje, nos bastidores do "movimento espírita", além da investida de atividades "sociais" como a suposta filantropia (na verdade, Assistencialismo ou "caridade paliativa") e os cancioneiros "espíritas", se apela para a mesma conversa mole que se viu depois que Antônio Wantuil de Freitas encerrou suas atividades na FEB, há mais de 45 anos: a promessa de "entender melhor Kardec".

De maneira tendenciosa, os dirigentes "espíritas" ligados a federações regionais - bem longe do roustanguismo explícito da cúpula da FEB, pois se trata de um roustanguismo mais dissimulado - apelam para seus membros "kardequizarem mais", "viverem Kardec" e outras falácias, enquanto ficam contentes em ver o igrejismo sendo expresso nas casas e publicações "espíritas".

Até agora, a "fase dúbia" do "espiritismo" brasileiro só usou a promessa de "viver Kardec" como uma conversa para boi dormir. Mas também não serão os próprios deturpadores do Espiritismo que irão recuperar as bases doutrinárias originais. Infelizmente, mesmo parte dos contestadores da deturpação esperam que os próprios deturpadores comandem a recuperação dos postulados espíritas originais.

A retórica dos dirigentes "espíritas" tenta desenvolver um tom "conciliador". Isso se dá em palestras, artigos e tudo o mais. Uma suposta "fraternidade" que mais parece um balaio de gatos, em que um grande leque de aparentes espíritas, do pior deturpador ao mais severo crítico da deturpação, é igualmente alvo de elogios entusiasmados.

De um lado, Emmanuel, Chico Xavier, às vezes Jean-Baptiste Roustaing. De outro, Erasto, Kardec e José Herculano Pires. Uma cordialidade hipócrita, um falso apelo de concordância de juntar forças antagônicas sob o pretexto de reunir tudo "num só espiritismo", supostamente movido pelos "ensinamentos cristãos".

Poucos conseguem perceber que esse "belo discurso" é uma "conciliação do alto". Afinal, o que está em jogo é promover o falso bom-mocismo dos deturpadores, que são igrejeiros e medievais. "Vaticanizadores" que, de forma contraditória, dizem reprovar a "vaticanização". Pretensos espíritas que evocam Erasto como se o alerta dele sobre os "inimigos internos do Espiritismo" não se referisse aos deturpadores brasileiros.

E a quem interessa essa "conciliação", essa "fraternidade", um embuste tão antigo e vindo desde os tempos do dr. Adolfo Bezerra de Menezes, mas radicalizado na "fase dúbia" do "movimento espírita"? Interessa a "todos", numa "missão de paz, fraternidade e concordância num único propósito, que é o amor de Deus e do Cristo"? Tolos seriam os que acreditassem nisso.

O interesse sempre está nos deturpadores que querem sempre tomar as rédeas no Espiritismo de Kardec, como raposas governando o galinheiro. A "fraternidade" tem um caminho, e não é o da paz entre "irmãos", mas numa concordância com o igrejismo praticado pelos deturpadores, com seu roustanguismo nunca devidamente assumido e sua vaticanização que eles tão cinicamente praticam e dizem reprovar.

Isso é muito preocupante, e essa promessa toda de "conciliação", de "promoção de um único Espiritismo, o de Kardec", e outras retóricas um tanto hipócritas, nunca contribuiu para valorizar, de verdade, o legado do pedagogo francês.

Muito pelo contrário, o que não só Chico Xavier e Divaldo Franco, mas os Medrado, Alamar, Orson e Simonetti da vida também pregam gera um engodo cheio de contradições, em que ideias e práticas se chocam o tempo todo, em que a ideia de "coerência" é apenas uma desculpa para ficarmos calados e aceitar tudo de bandeja.

Esse engodo só faz sentido porque os brasileiros têm um longo histórico de desinformação e distorção dos fatos. Isso cria uma compreensão de mundo bastante equivocada em muitos aspectos, movido principalmente pelo controle da mídia corporativa, que por sinal é a que mais protege os "espíritas". Principalmente a Rede Globo, que se identifica muito bem com o caráter tendencioso e pretensioso do "espiritismo", uma religião medieval mas hábil em dissimulações.

Com isso, o que se observa é que o "espiritismo" brasileiro tenta resistir com suas contradições, respaldado pelo poder midiático e usando o Assistencialismo para criar uma "caridade de fachada", que nunca trouxe transformações sociais profundas nas classes mais pobres, apenas se limitando a ser uma "caridade" que só serve para promover a imagem pessoal dos "médiuns" que deturpam gravemente o legado kardeciano.

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