segunda-feira, 10 de agosto de 2015
Teologia do Sofrimento de Chico Xavier acabou com o Brasil
Sabemos que a Teologia do Sofrimento é um conceito lançado pela Igreja Católica. Ele se baseia no sofrimento como forma das pessoas buscarem a salvação pela fé. Mas enquanto os católicos admitem que o mal que motiva esse sofrimento é transitório, o "espiritismo" abraça esse conceito tratando o infortúnio como um processo permanente e difícil de ser extirpado.
O "espiritismo" no Brasil passou por uma deturpação perniciosa, maliciosa e traiçoeira, que infelizmente conquistou o mundo e atingiu até mesmo o país que teve a oportunidade de conhecer a trajetória simples mas dedicada à ciência e à honestidade da lógica feita, com muito trabalho e recursos próprios, pelo professor Allan Kardec.
Kardec perdia sono e gastava do seu próprio dinheiro para viagens de estudo no esforço de tentar explicar a novidade do Espiritismo, da qual nele ele tinha certeza de ser um de seus especialistas. Ele procurava apenas se submeter à lógica, sem se preocupar em ser mestre ou perito de qualquer coisa, o assunto era tão novo que tudo o que ele mais quis fazer era convidar todos para o debate.
Dai os seus trabalhos incessantes de escrita, que nada podem se comparar com a confusa bibliografia lançada em quantidades industriais de Francisco Cândido Xavier, na verdade um dos maiores traidores de Kardec. Embora nunca tivesse sido um espírita de verdade, Chico Xavier é considerado traidor porque tudo foi feito para vinculá-lo à doutrina.
Kardec escrevia seus livros, mas também fez sua Revista Espírita procurando esclarecer as descobertas espíritas. Seus últimos trabalhos eram incansáveis, apesar de Kardec estar muito doente, frágil e febril, mas sempre procurando deixar ideias para a posteridade, em respeito à lógica do raciocínio.
Isso se deu de tal forma que Kardec criou um Controle Universal dos Ensinos dos Espíritos para que as ideias espíritas fossem adaptadas às descobertas e transformações do tempo, sem no entanto sair do caminho honesto da lógica e da averiguação científica. Infelizmente, tudo foi em vão.
IGREJISMO
Kardec, mesmo com sua sacrificada dedicação em manter a coerência do tema do Espiritismo, viu sua doutrina ruir mesmo na França. Seus seguidores, temerosos, abriram mão de seus critérios lógicos e desviaram a Doutrina Espírita para o caminho do igrejismo, no começo com maior sutileza, apesar de haver o caso do deturpador voraz chamado Jean-Baptiste Roustaing.
Em muitos casos, a doutrina de Allan Kardec só era parcialmente apreciada, sem que seu cientificismo pudesse ser adequadamente apreciado. E até esse cientificismo era desviado para um esoterismo pedante e para uma apreciação da Ciência que mais parece idolatria barata, de pretensos admiradores dos cientistas, tipo aqueles fãs que endeusam mas desconhecem a obra de seus ídolos.
E no Brasil a coisa se complicou ainda mais. Em primeira instância, Jean-Baptiste Roustaing ganhou importância maior que Allan Kardec. O igrejismo já era um mal existente não só na raiz, mas na semente do "movimento espírita", formados por dissidentes católicos, cuja herança ideológica faz o chamado "espiritismo" se tornar muito mais sombrio do que se imagina.
Isso porque o "movimento espírita" nasceu no Segundo Império. Sempre cortejou Dom Pedro II e exaltava a herança da Família Real portuguesa. Surgido em bases católicas, adotava como modelo o Catolicismo brasileiro, de matiz portuguesa. E o Catolicismo português mantinha caraterísticas medievais. Resultado: o "espiritismo" foi uma forma repaginada do Catolicismo medieval, o Catolicismo Apostólico Romano do tempo das Cruzadas.
Mas como no Brasil, infelizmente, existe o pretensiosismo que faz as pessoas dizerem uma coisa e fazerem outras - George Orwell, através de 1984, definia isso como "duplipensar", a confusão de teorias e conceitos para acobertar práticas cruéis ou desonestas - , com o tempo o roustanguismo tornou-se mais enrustido e envergonhado, defendido abertamente apelas pelos chefões da FEB.
E o que se nota? O astro da Federação "Espírita" Brasileira, Chico Xavier, foi promovido, de graça, a "discípulo de Allan Kardec", às vezes até o "maior e mais fiel (sic) dos discípulos", quando na verdade sempre traiu as lições do professor lionês, sendo, na verdade um dos piores alunos.
E na garoupa veio outro mistificador, Divaldo Franco, com a cara-de-pau de dizer que "nunca foi roustanguista" porque "não teve tempo de ler a obra de Jean-Baptiste Roustaing". Divaldo e Chico acabaram sendo vistos como "kardecistas" quando suas obras são uma aberrante ruptura, da forma mais maléfica possível, ao pensamento arduamente sistematizado pelo pedagogo francês.
SOFRER É "LINDO": A "CHICUTA" QUE ENVENENA OS CHIQUISTAS
O que realmente assusta é que, principalmente no caso de Chico Xavier, a deturpação espírita é encarada sob vista grossa pela maioria da sociedade e os primeiros movimentos de contestação que surgem ainda são pequenos e não conseguem reverter o fato de que Allan Kardec virou "refém" de seus próprios deturpadores.
Tudo o que Chico Xavier escreveu foi um repertório de ideias ultraconservadoras, igrejistas, místicas, moralistas e piegas, que contraria aberrantemente tudo o que Allan Kardec escreveu. O mais grave disso tudo é que, apesar disso e apesar de posturas sombrias como a defesa da ditadura militar, Chico Xavier consegue ter penetração até em meios esquerdistas, grupos vanguardistas e ativistas que infelizmente não têm ideia da armadilha que os atraiu.
A base da ideologia de Chico Xavier já é suficiente para que se descarte completamente dele e abandone tudo o que ele fez e representou. Não há a menor justificativa para o apego à sua figura. Se as pessoas procuram bons exemplos de amor e fraternidade, façam elas próprias ser esses exemplos, em vez de acobertar a preguiça moral com as frases dóceis e a idolatria ao anti-médium mineiro.
Um de seus maiores princípios, aliás, é o mais venenoso e o mais traiçoeiro para as vidas das pessoas. É a Teologia do Sofrimento, a cicuta ideológica de Chico Xavier, ou melhor, a "chicuta" que adoça os corações mas envenena as vidas das pessoas.
Através dessa maliciosa ideologia, trazida com palavras "amorosas", que nos memes (mensagens ilustradas divulgadas na Internet) aparecem sob fundos de jardins floridos e céu ensolarado, Chico Xavier tenta convencer a todos de que o sofrimento é "lindo", e que deve ser feito "sem reclamar e com muito amor e fé".
Como única solução, Chico Xavier defende o "silêncio da prece" ou a "oração na mansuetude" ("mansuetude" é uma palavra que Divaldo Franco adora muito). Chico achava que o ativismo era "perverso", que causava "conflitos" e "maledicências" e preferia que as pessoas se prejudicassem quietas no pior sofrimento, desde que seja dentro de condições de paz e harmonia.
Talvez Chico Xavier nem quisesse ouvir os gritos de dor. Ele só aceitava ouvir gritos de alegria, por mais patéticos e infantilizados, quase debiloides, que sejam, a favor dos "desígnios de Deus" que em verdade não passam de desígnios ideológicos da FEB e seu astro pop maior.
Daí que a Teologia do Sofrimento, embora "aclamasse" para as pessoas encararem o sofrimento com "boas energias de amor e compaixão", sob garantia do prêmio duvidoso das "bênçãos futuras" (geralmente atribuídas para o além-túmulo), foi o holocausto que arrasou com o Brasil, ao corromper uma doutrina que prometia estar na vanguarda dos movimentos espiritualistas.
Com essa ideologia, o que se viu foi uma deturpação de energias. As energias negativas caíram sobre pessoas de bem, amaldiçoadas pela imposição do sofrimento e, não raro, vivendo verdadeiras situações de azar, o que faz a leitura de um livro de Emmanuel mil vezes mais traiçoeira do que passar por baixo de uma escada.
Por outro lado, aqueles que produzem sofrimentos nos outros são premiados com uma encarnação relativamente longa na qual eles fazem até os piores erros e, independente de se arrepender deles ou não, sempre os fizeram sob o atenuante de não encarar de imediato os efeitos danosos de seus atos. Mesmo o sofrimento que encaram dentro da encarnação é geralmente brando, sem graves consequências. Quando muito, só depressão.
O "fiado espírita" consequente da Teologia do Sofrimento tenta nos fazer crer que os algozes "serão punidos, com certeza" e que "nunca escaparão da Justiça de Deus". Só que esse conceito, além de "deixar para depois" as consequências drásticas a esses infratores e criminosos, permite que as maldades sejam vistas como "atos menos graves".
Assim, enquanto as pessoas de bem são atraídas para uma esfera de tragédias e infortúnios, as pessoas que cometem atos egoístas de prejuízo ao próximo são beneficiadas pela relativização de seus atos. A "moral espírita" chega a atribuir muitos deles a "agentes" de promoção de "resgates morais" das vítimas. Ou seja, as vítimas são as culpadas.
Ver que os algozes só verão as consequências funestas de seus atos - isso apesar da realidade mostrar que, por exemplo, feminicidas e pistoleiros de aluguel, mesmo respaldados por desculpas moralistas como "defesa da honra" e "direito à propriedade", criam condições para eles mesmos encurtarem suas vidas, ainda que sob as costas da imprensa - é algo que permite o desequilíbrio moral do Brasil.
Assim, as injustiças sociais são vistas, preocupantemente, como "formas de promoção (?!) da Justiça Social", em que vítimas pagam pelo que supostamente lhes é atribuído em vidas passadas - isso com o "espiritismo" totalmente ignorante da natureza das vidas espirituais - e algozes são "agentes" de punições tardias dos culpados de "outrora".
Cria-se um ciclo vicioso: erra-se na vida presente, paga-se o erro depois, geralmente encontrando o algoz da hora futura que também fará seu "fiado" em outra encarnação. O "lindo sofrimento" de Chico Xavier permite tais crueldades e soa como um verdadeiro "pendura" das faltas humanas, permitindo, vibratoriamente, os erros abusivos de hoje que só serão "pagos amanhã".
Com isso, trava-se o progresso do país. Travando o progresso, o Brasil não pode se destacar positivamente no mundo. Com isso, Chico Xavier também acabou contribuindo para o país não ser a pátria poderosa que sonhou. E, se depender de sua ideologia, o Brasil é que se tornará uma região inabitável, só restando intacto o mausoléu do anti-médium mineiro.
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