quinta-feira, 12 de março de 2015

Jihadistas mostram o grau extremo do fanatismo religioso


Nos últimos dias, terroristas do Jihad que organizam o movimento "Estado Islâmico" realizaram vários ataques contra patrimônios históricos milenares, destruindo, entre outras coisas, raras relíquias artísticas expostas em um museu em Mossul, no Iraque, e, depois, no início da demolição das ruínas da cidade de Nimrud, berço da civilização assíria, também no mesmo país do Oriente Médio.

Consta-se que os assírios são os pioneiros da civilização moderna, Embora tenham sido, em seu tempo, uma civilização dotada de valores considerados hoje grotescos e violentamente cruéis, foi na Assíria que muitos dos inventos contemporâneos e muitas ideias atualmente consolidadas foram criados.

Conhecidos pela tecnologia militar avançada para sua época, considerando que o auge da civilização assíria se deu entre 2400 e 612 a. C, os assírios desenvolveram a fabricação de objetos de ferro, produção de pilhas e foram pioneiros também em asfaltar estradas e construir aquedutos, além de serem responsáveis pela construção dos primeiros arcos.

Eles também foram pioneiros na criação de fechaduras para portas, da descarga em vasos sanitários, do sistema de correspondência postal, das primeiras bibliotecas e de um dos primeiros instrumentos musicais que deu origem às atuais guitarras e violões.

Os assírios também foram os pioneiros a sistematizar um projeto de unificação cultural dos povos da Mesopotâmia, e, por conseguinte, de todo o Oriente Médio, criando condições para o desenvolvimento de religiões como o Politeísmo helênico, o Cristianismo, o Judaísmo e a religiçao muçulmana.

O ataque de grupos jihadistas - que distorcem de maneira estúpida e grosseira as lições da religião muçulmana, que condena o terrorismo - parece querer combater as raízes da civilização moderna, desesperados em promover uma teocracia sanguinária de caraterísticas bastante primitivas.

O terrorismo islâmico é uma expressão do fanatismo religioso, um fenômeno que se torna perigoso para a humanidade planetária e que também mostra casos similares, mesmo em menor intensidade de ameaça, em outras crenças.

O Catolicismo medieval tornou-se um exemplo histórico de como a humanidade regrediu, retrocedendo das tentativas de progresso moral e cultural da Grécia Antiga para um obscurantismo teocrático de romanos e, depois, bizantinos, e cuja trajetória tão trabalhosamente tentamos recuperar a partir do século XV.

Agora, os focos de extremismo religioso, depois dos atentados ocorridos nos EUA em 11 de setembro de 2001 - sequestro suicida de um avião, ataques ao Pentágono e destruição do World Trade Center - , além de outros ataques a Londres e Madri, chamaram a atenção depois que parte de uma equipe do jornal humorístico Charlie Hebdo foi assassinada por um grupo de terroristas, em Paris.

O mundo está inseguro, e o caos ainda é acrescido por manifestações "menores" como a defesa do Papa Francisco da "palmadinha" dada por pais aos filhos, ou da formação de um grupo "paramilitar" chamado "Gladiadores do Altar", pela Igreja Universal do Reino de Deus.

Mas mesmo a "profecia" de Chico Xavier, de um mundo "dominado pela fraternidade", preocupa, porque por trás do discurso "fascinante" existe um projeto roustanguista de "religião única", um neo-catolicismo de verniz "espírita", uma teocracia brasileira que não deixa de ter também sua função centralizadora e hegemônica.

O projeto de "Brasil, Coração do Mundo" tão sonhado por Francisco Cândido Xavier e pelos dirigentes da FEB seria, na verdade, uma rearticulação do Catolicismo medieval do Império Romano e do Império Bizantino, uma espécie de revanche pela decadência do jesuitismo (que continua existindo, mas sem o poder de outrora) e pelo fim da supremacia católica no planeta.

O "espiritismo" brasileiro seria, portanto, a consolidação, adaptada para os conceitos locais, do processo aparentemente aglutinador da diversidade de crenças descrito por Jean-Baptiste Roustaing, que defendia o desenvolvimento de uma "religião espírita" cujos moldes eram justamente herdados pelo Catolicismo medieval.

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