terça-feira, 25 de abril de 2017

"Espiritismo" faz mal "dando oportunidade" a espíritos atrasados


O moralismo "espírita" tem um enunciado que, à primeira vista, parece bem intencionado. Dá chance para espíritos inferiores adiantarem o progresso, dando-lhes toda sorte de se livrar das piores encrencas ou criar uma moratória de expiação, o chamado "fiado espírita", que permite a quem cometer alguma maldade só pagar pelo que fez daqui a uma ou duas encarnações.

Mas o raciocínio é puramente materialista e grosseiro. Vamos comparar com uma escola. na qual o professor dá aos alunos mais bagunceiros e gazeteiros uma chance rápida para passar de ano. Dão direito a eles colarem nas provas, a se comportarem quietos nas aulas, e deixam eles voltarem atrasados do recreio. Simbolicamente, dão notas que fazem eles passarem de ano com um conceito "C", sem no entanto sequer contribuir para obter um "D" nas notas escolares.

O raciocínio é grosseiro porque os espíritos atrasados não vão progredir por prolongarem demais uma encarnação, na tentativa de, mesmo cometendo crimes, salvar sua reputação material e seus ilustres nomes vivendo até os 95 anos, mesmo se descuidando seriamente da saúde. Eles apenas ficam fazendo turismo e recreando, ficaram "bonzinhos" e "simpáticos", mas desperdiçam tempo sem se evoluir, protegidos pela ilusão próspera de seus privilégios terrenos.

O "espiritismo", como religião-porteira - não é a mais popular do Brasil mas é a que abre as portas para as energias que afetam o país como um todo - , acabou atraindo multidões de espíritos grosseiros, alguns até com relativa inteligência, suficiente para promover dissimulações ou pegar carona em iniciativas de vanguarda, como os chamados arrivistas.

CHICO XAVIER, UM ESPÍRITO ATRASADO

O próprio Francisco Cândido Xavier, católico ortodoxo, caipira ultraconservador, pegou carona na novidade trazida da França, o legado espírita de Allan Kardec, se apropriou e desfigurou essa doutrina de forma a se tornar "dono dela" e "controlar" simbolicamente até quando houver um esforço de recuperação das bases doutrinárias.

Daí ser vergonhoso querer recuperar as bases originais da Doutrina Espírita mantendo Chico Xavier no pedestal. A esperteza do anti-médium mineiro, que "comeu quieto" diante de tantas confusões que causou, é pouco percebida, mas comprova o caráter traiçoeiro do grande deturpador que realizou com plenitude os objetivos traçados por Jean-Baptiste Rostaing.

Como caipira de fala mole e, mais tarde, com aparência frágil, Chico Xavier podia se passar pelo "humilde sensível" que muitos acreditam "ter realmente sido". A ilusão de luminosidade, que quase ninguém percebe ter sido um apelo publicitário feito com ajuda da Rede Globo (a emissora dos Marinho, que transformou Lula num "diabo", também fez de Chico Xavier um "semi-deus"), pode ser comprovadamente rejeitada por fatos.

Quem verificar as fotos mais antigas de Chico Xavier, ainda com os olhos à mostra, nota-se que seu semblante sempre foi muito pesado e diabólico, pior do que um personagem de terror. Dizem que ele tinha um olhar assassino, daí o que está por trás do posterior uso de óculos escuros para esconder o olhar assustador e traiçoeiro do Grande Deturpador.

Ele se apropriou de autores mortos e criou a pegadinha chamada Parnaso de Além-Túmulo, que deixou as pessoas desnorteadas por ser uma fraude de difícil investigação. Só mesmo pessoas como Alceu Amoroso Lima dariam a resposta. que, num caso de "fogo amigo", foi confirmado sem querer por uma carta de Chico Xavier a Antônio Wantuil de Freitas, então presidente da FEB, divulgado no livro Testemunhos de Chico Xavier, de sua adepta Suely Caldas Schubert.

A resposta foi que, realmente, Chico Xavier era incapaz de fazer pastiches sozinho. Mas se atribuir autenticidade às obras "mediúnicas", um erro ficaria evidente, pois os autores "espirituais" fogem de seus estilos pessoais e passam a "escrever e pensar" igual ao "médium" ou algum outro ligado a ele (como Wantuil). Diante disso, descobriu-se que os livros de Chico Xavier sempre contaram com outros redatores, editores e consultores literários. Era uma obra coletiva, mas de gente da Terra.

As confusões foram feitas de propósito e o caso do Párnaso e de Humberto de Campos - que, em vida, fez uma resenha que não agradou Chico e, por isso, este resolveu se vingar e, depois da morte do escritor, o "médium" usurpou seu nome e o "relançou" em estilo totalmente diferente, guardada uma ou outra semelhança superficial - comprovam que Chico Xavier era um espírito atrasado, grosseiro e arrivista.

Daí que não faz sentido fazer qualquer associação dele com o pedagogo Allan Kardec, de uma trajetória vital límpida e íntegra, desde seus tempos de jovem educador até os últimos tempos de enfermo divulgador da Codificação. Diferente de Kardec, Chico criava confusão e se metia em escândalos, afastando qualquer hipótese de atribuir coerência ao "médium".

Foi Chico que corrompeu o legado espírita de forma mais irresponsável. E, se hoje o anti-médium e beato de Pedro Leopoldo e Uberaba é visto como "figura luminosa", é através de um engenhoso discurso publicitário trazido pela Rede Globo de Televisão, e sob inspiração no que Malcolm Muggeridge fez com Madre Teresa de Calcutá.

Chico foi o maior exemplo de arrivista que o Brasil já teve. O arrivista é um tipo mais ambicioso de canastrão ou malandro que quer levar vantagem a qualquer preço e geralmente é uma pessoa de formação retrógrada que pega carona em qualquer fenômeno de vanguarda que estiver ao seu alcance.

Daí que arrivistas diversos, sejam políticos corruptos que depois viram pretensos radiojornalistas, funkeiras rebolativas que se passam por feministas e cantores canastrões de música brega que prometem "salvar a MPB", entre tantos outros, conseguem ter o caminho aberto que os verdadeiros vanguardistas não conseguem. Até porque o Brasil tem um grande histórico de pessoas de vanguarda que morrem cedo ou no auge de suas atividades na Terra.

Dar a oportunidade, desta forma, a espíritos atrasados, prolongando uma vida de êxitos e vantagens até para homicidas impunes - que parecem "nunca morrer" mesmo quando chegam à velhice e, quando não há jeito, a imprensa lhes oculta o obituário - , não conseguem obter o aprendizado prometido, e, prometendo "limpar" seus nomes, apenas reconquistam os privilégios terrenos que pareciam perdidos.

Desta forma, o Brasil não consegue superar a mediocridade cultural ou valores retrógrados como o machismo e o direitismo político. São os espíritos atrasados que acabam tendo chance de testemunhar para seus netos e, assim, representarem o "exemplo vivo" de seus atos ruins, mesmo quando eles são negativamente relatados. Mas, aí, para muitas pessoas, isso não importa, vide a ilusão fácil de ter uma juventude de maldades para depois forjar "bom-mocismo" na juventude.

Isso apenas alimenta vaidades e minimiza o impacto dos erros, fazendo piorar as coisas, porque o "fiado espírita" que influi na imoralidade inadimplente que prevalece hoje em dia irá provocar inseguranças futuras, quando as pessoas só passarem a "pagar pelo que fizeram" depois do remorso. Esse moralismo, vale lembrar, tem muito a ver com o receituário medieval da Teologia do Sofrimento, a base maior do "espiritismo" feito no Brasil.

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