sábado, 7 de janeiro de 2017

Periódico "espírita" diz que escândalos financeiros chegam ao fim. Fala sério!

AÉCIO NEVES, JOSÉ SERRA E FERNANDO HENRIQUE CARDOSO FAZEM A FESTA.

O jornal "Correio Espírita" deste mês publicou, entre as matérias de capa, um dado aparentemente otimista de que os escândalos financeiros que abalaram o país estão chegando ao fim. A impressão é de que a vida econômica dos brasileiros estará entrando num período de prosperidade e transparência.

No entanto, não é bem assim que acontece. O que ocorre é justamente o contrário. Depois da aprovação da PEC dos Gastos Públicos, que agora virou emenda constitucional, os investimentos públicos estarão cada vez mais limitados, só podendo crescer dentro dos índices da inflação do ano anterior, o que indica também uma defasagem.

Com isso, os investimentos para Saúde, Educação, Previdência Social, Infraestrutura e outros setores estarão prejudicados. Não se poderá investir em melhorias nem aperfeiçoamentos no setor público, nem na melhoria da qualidade de vida da população.

Pode parecer que o limite dos gastos públicos represente, aos olhos dos incautos - que se limitam a se informar pelos nada confiáveis noticiários de televisão, jornais impressos diários e revistas da grande imprensa hegemônica que circulam nos fins de semana - , simbolize disciplina e austeridade por parte dos governantes.

No entanto, há um grande equívoco por trás disso, porque o corte de gastos é desnecessário, porque tais setores não representavam muita despesa para as autoridades e elas mesmas já não investiam a quantia necessária para os mesmos.

Em compensação, o verdadeiro fator da recessão econômica, os juros da dívida pública - destinados a alimentar as finanças exorbitantes de banqueiros, rentistas e especuladores financeiros, entre outros manipuladores de capital - , continua em alta e a tendência é aumentar suas taxas e usar o corte de gastos públicos para desviar o que deveria ser investido na sociedade para as fortunas astronômicas das elites financeiras.

A farra financeira também beneficiará os políticos conservadores que cercam o governo de Michel Temer, composto de políticos enquadrados em vergonhosos escândalos de corrupção. O PSDB, partido da base aliada, também será beneficiado e o que se verá é a repetição da chamada "farra da privataria", quando políticos tucanos desviarão o dinheiro público, obtido sobretudo em privatizações e outras manobras econômicas, para as contas pessoais e familiares nos chamados "paraísos fiscais".

O "Correio Espírita" parece ter ido no sentido de Miguel Reale Jr., jurista que foi um dos organizadores do pedido de impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff. Reale Jr. disse que "não há corrupção" no governo Michel Temer e o escândalo do edifício de luxo de Geddel Vieira Lima era "prevaricação", quando se sabe que a pressão que Geddel havia feito no Ministério da Cultura para aprovação do edifício se encaixa perfeitamente no caso de corrupção.

O que se observa, portanto, é que os escândalos financeiros irão aumentar drasticamente, e não o contrário. Privatizações, doações financeiras às grandes corporações de Comunicação - o dinheiro que Temer corta para a Educação ajuda nas doações astronômicas de dinheiro publico para a Rede Globo e seus donos marajás e sonegadores de impostos - e generosas "gorjetas" aos rentistas revelaram escândalos futuros de fazer um careca arrancar os cabelos que não tem.

A plutocracia irá revelar, daqui a uns anos, novos e vergonhosos escândalos financeiros, coisas que assustarão a população, que acreditava que seus integrantes iriam repartir o "bolo" com a população, depois da saída do PT do poder. Concentração de renda gera escândalo financeiro, é bom lembrar.

Enquanto os hospitais e escolas públicos continuarão com falta de materiais, de profissionais e de recursos para melhoria de seus serviços, os grandes banqueiros multiplicarão suas já estratosféricas fortunas, fazendo turismo na Europa como quem caminha na esquina de casa. E temos que acreditar que as migalhas que a "repatriação de recursos" do "combate à corrupção" irá compensar as perdas financeiras que teremos até com mais uma desnacionalização da economia.

Diante disso, só poderemos esperar mais e mais escândalos financeiros. E mais e mais vergonhosos do que se pode imaginar numa perspectiva pessimista. Se bem que isso não é pessimismo, é realismo, diante da constatação de um cenário político marcado pela confusão e pela irresponsabilidade do governo do presidente Michel Temer.

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