JOÃO DE DEUS NÃO ESCONDE SEU DESEJO DE VER SÉRGIO MORO PRESIDENTE DA REPÚBLICA.
O latifundiário, pretenso médium curandeiro e dublê de ativista social João Teixeira de Faria, o João de Deus, fez uma declaração recente em favor do juiz paranaense Sérgio Moro, confirmando o apoio que os "espíritas" deram e continuam dando para o golpe político-jurídico de 2016, que levou Michel Temer ao poder.
Segundo João de Deus, Sérgio Moro surpreende pelo seu "trabalho de honestidade" e diz que o juiz da "República de Curitiba" daria um ótimo presidente da República, e o anti-médium goiano acrescentou que o juiz "está sendo guiado por Deus".
Segundo o "médium" de Abadiânia, Goiás, Moro é um líder nato, sem temor algum em ser perseguido, e tem a capacidade de trazer esperança para a população, além de exercer tudo aquilo que é visto como necessário por ele e também por parte da população.
"A presidência não é para qualquer um e ele tem capacidade, é honesto e um homem respeitável", disse ainda João de Deus, conhecido bajulador e "amigo" do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, mas que deu o "beijo da morte" na ex-primeira-dama, Marisa Letícia, que parecia curável de AVC, mas morreu "coincidentemente" após João de Deus ter dito que "orava muito por ela".
A postura "progressista" de João de Deus é, como em todo "espírita", um jogo de cena. Consta-se que ele só recebeu a famosa atriz de televisão e cinema, Camila Pitanga, por indicação do colega dela na novela Velho Chico, o "espírita" Carlos Vereza, de orientação ideológica contrária da atriz, pois Camila já havia se declarado, certa vez, que era ateia e de esquerda.
Camila Pitanga também é filha do ator e cineasta Antônio Pitanga - de Barravento, dirigido por Glauber Rocha - , até hoje em atividade e que conviveu profissionalmente com atores ligados ao "espiritismo", como Nelson Xavier e Paulo Goulart, num tempo em que a poderosa TV Tupi estabelecia um lobby com a FEB e fazia tráfico de influência "espírita" nos círculos televisivos, o que fez o produtor Humberto de Campos Filho se render aos "espíritas".
Por sua vez, João de Deus, quando foi fazer exames de rotina - havia retirado um tumor antes e periodicamente tem que voltar para verificar o andamento de sua saúde após uma cirurgia - , no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, se encontrou com o presidente Michel Temer, com o qual manifestou uma relação de muita cumplicidade, diferente da formal cordialidade com que o "médium" atendeu Lula, que a mídia superestimou como se fosse uma "grande amizade".
Apoiando Sérgio Moro, João de Deus, além de confirmar a tendência do "espiritismo" brasileiro, também deixou cair a máscara de "amigo de Lula". Sabe-se que o "espiritismo" apoiou o golpe político-jurídico de 2016 - apoiando a Operação Lava Jato e elogiando os protestos fascistas do "Fora Dilma", definidos como "começo da Era da Regeneração" - e apoia o governo Michel Temer, assim como suas amargas reformas trabalhista e previdenciária.
Ao defender Sérgio Moro e não disfarçar seu desejo de ver o juiz presidente do Brasil, o "médium" de Abadiânia apoiou justamente um juiz que não esconde sua ânsia em prender Lula, mesmo às custas de irregularidades na conduta jurídica, pois Moro é famoso por utilizar métodos fascistas como a condução coercitiva para depoimentos e as negociações espúrias para delação premiada.
Um exemplo dessas negociações foi descrito por Rodrigo Tacla Duran, ex-advogado da Odebrecht e UTC, duas empreiteiras investigadas pela Operação Lava Jato. Segundo Tacla Duran, o ex-procurador Marcelo Miller, hoje um dos investigados, teria perguntado a ele quais os suspeitos de esquemas de propina que Tacla poderia denunciar, algo considerado ilegal, pois nenhum magistrado pode induzir um acusado a escolher quem pode delatar.
As atitudes de Sérgio Moro também apontam aspectos duvidosos, do contrário que o "médium" de Abadiânia fala. Enquanto Moro jura atuar com imparcialidade e isenção e diz não sofrer de estrelismo nem ter se tornado celebridade, ele aparece em eventos sociais como um astro pop, ovacionado pelos fãs e compareceu a eventos promovidos pela mídia hegemônica, o que não cabe a um juiz que queira ser, no mínimo, levado a sério.
Além disso, é antológica uma imagem de um evento promovido pela revista Isto É, no qual Sérgio Moro aparece ao lado de Aécio Neves (tucano muito comparado ao "médium" e conterrâneo, Francisco Cândido Xavier, o Chico Xavier, pelo modo arrivista de ascensão social), com muita cumplicidade e rindo de uma possível piada. A atitude de Moro, aparecendo descontraído ao lado do senador tucano, acusado de corrupção, derrubou a imagem de "imparcial" do juiz de Curitiba.
Quanto a João de Deus, ele tem um atributo que nada lembra o de um progressista, sendo um poderoso proprietário de terras. Paciência, João Goulart, ex-presidente do Brasil e deposto pelo golpe de 1964, foi um dos poucos latifundiários que se tornaram exceção à regra reacionária do ramo.
O "médium" de Abadiânia é proprietário de uma área que equivale a 18 vezes o Parque do Ibirapuera, por sinal local do evento Você e a Paz no qual o "médium" baiano Divaldo Franco, outro amigo do golpe de 2016, ofereceu ao prefeito de São Paulo, João Dória Jr. a lançar oficialmente um composto alimentar suspeito, que os movimentos sociais definiram como indigno. Depois Divaldo diz que reprova religiosos indignos. Ele precisa se olhar no espelho.
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