segunda-feira, 3 de agosto de 2015

A relação de Constantino com o sonho da Data-Limite


25 de julho de 306. Qual a relação que essa data tem para o "espiritismo cristão" brasileiro? Muita coisa. Foi a partir dessa data que Constantino chegou ao poder, declarado imperador romano e proclamado Augusto (o mais poderoso) depois que venceu uma de suas batalhas mais decisivas.

Nascido Flavius Valerius Constantinus, ele havia sido também um poderoso militar e um habilidoso chefe de tropas, que, já na condição de imperador, derrotou os imperadores Magêncio e Licínio, venceu os francos, alamanos, visigodos e sármatas e anexou a seu domínio vários territórios.

Conquistando Bizâncio, Constantino a rebatizou de Nova Roma, mas depois ela foi rebatizada de Constantinopla e veio a ser a cidade capital do Império Romano do Oriente, do qual ele tornou-se fundador e primeiro imperador. Com a queda do Império Romano, a sua parte oriental sobreviveu com o nome de Império Bizantino.

Constantino compartilhava do politeísmo grego, Se declarava protegido de Hércules, que lhe foi apresentado como padroeiro de Maximiano, que havia sido sogro do imperador, até ser por este eliminado em um conflito. Depois do rompimento com o sogro, Constantino passou a cultuar o Deus Sol Invicto, que chegou a ilustrar as moedas que circulavam no seu império.

Após derrotar, em 312, o imperador Magêncio, Constantino já se proclamava devoto do Deus cristão. A figura do Deus Sol Invicto continuava sendo admirada por ele, assim como Zeus, o "deus dos deuses" grego. Aparentemente, nunca foi batizado nem realizou eucaristias ou participou de missas.

No entanto, é através dele que o chamado Cristianismo passou a se desenhar nos moldes que se tornaram conhecidos como a Igreja Católica. É provável que a influência cristã em Constantino tenha vindo da mãe, Helena, que, segundo diz a tradição católica, teria nascido cristã e, numa peregrinação a Jerusalém, teria encontrado o sepulcro de Jesus.

Dessa forma, o Catolicismo teria surgido através de uma interpretação das elites romanas do legado de Jesus. A visão já nascia deturpada, com a visão de Jesus e de Deus como protetores dos guerreiros, e na adoção de ritos e símbolos, superestimando, por exemplo, o episódio do batismo de Jesus pelo primo João Batista, na verdade um gesto de hospitalidade de um parente e amigo.

Dessa forma, a doutrina de Jesus enfrentou sua primeira deturpação. A Antiguidade Clássica já havia sucumbido com o auge do Império Romano e, com o surgimento do Império Romano do Oriente, entraria em ascensão a Igreja Católica.

E aí entram os elementos como o fim de uma época de profundo desenvolvimento cultural, intelectual e científico, através da Grécia Antiga, substituída por tempos cada vez mais teocráticos, como o Império Romano, uma grande área de dominação político-institucional. Ou seja, uma gigantesca nação exercendo hegemonia política através de uma doutrina religiosa (teocracia).

E o sonho de Chico Xavier de 1969? Ele fala da destruição de um mundo de profundo desenvolvimento cultural, intelectual e científico (Hemisfério Norte). Fala de uma ascensão de uma nação que irá dominar o mundo (Brasil). A nação dominante será considerada "coração do mundo e pátria do Evangelho".

E o "espiritismo cristão", nas palavras de Francisco Cândido Xavier, "despertará o interesse do resto do mundo". Daí a mensagem subliminar da tão sonhada supremacia do Brasil como teocracia política da Terra. Resta saber quem será o novo Constantino da parada. Será Fernando Collor, o político que parece ter o apoio das "boas energias espirituais"?

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