PELO JEITO, ELES FARÃO O BRASIL SER O TAL "CORAÇÃO DO MUNDO".
Que novos tempos são estes? O delirante palestrante "espírita", Juliano Pozati, que corrobora teses da "data-limite" de Francisco Cândido Xavier que outro discípulo do "bondoso médium", Ariston Teles, renega com firmeza, parece otimista diante dos rumos do Brasil e da Terra.
É fácil usar a palavra "filosofia" e se apropriar de conhecimentos científicos de maneira pedante, para compor um repertório ideológico que mais tem a ver com messianismo religioso e predições esotéricas, dessas que compõem os horóscopos publicados diariamente na imprensa.
Coloca-se uma ilustração com o universo, destacando o planeta Terra, ou então figuras anatômicas humanas, desenhos humanoides despersonalizados, seja de corpo inteiro, seja só a cabeça, em diversos ângulos. E cria-se um discurso em cima, no qual conceitos esotéricos e religiosos se dissimulam numa verborragia pseudo-filosófica.
E aí vemos uma "filosofia" que nada tem de filosófica. Uma "filosofia" que não busca a verdade, mas uma forma igrejeira de ver estereótipos de "caridade" e "solidariedade". Se for da forma que Juliano Pozati, Geraldo Lemos Neto ou mesmo o próprio Divaldo Franco definem como "filosofia", o trevoso movimento Escola Sem Partido não precisa eliminar a disciplina Filosofia no ensino escolar.
Basta apenas deturpar. Eliminemos pensadores sérios como Sócrates, Platão, Kant, Weber, Nietzsche, Marx, Voltaire e coloquemos, no lugar, Chico Xavier, Divaldo Franco, Padre Marcelo Rossi, Edir Macedo, Lafayette Ron Hubbard (o "papa" da Cientologia), Silas Malafaia e similares.
Aí fica beleza. Uma "filosofia" em que nem o "filósofo" entende realmente do que fala, a não ser os princípios que envolvem moralismo e misticismo. Uma "filosofia" que não tem compromisso com a verdade, embora prometa a "redenção humana", a "solidariedade" e a "melhoria de vida". Tudo para garantir o sossego das "melhores famílias".
Por isso, não há como levar a sério as animadas palestras de Juliano Pozati e companhia, e nem o otimismo igrejeiro do verborrágico orador Divaldo Franco, que hoje promete "felicidade" e diz que "tudo está maravilhoso".
Eles vivem no seu mundo paralelo, de "boas notícias", alegando que "nunca se ajudou tanto o próximo como nos últimos tempos", menosprezando a gravidade das notícias negativas em que a violência não poupa sequer os próprios "espíritas". Em Niterói, um líder "espírita" foi morto ao entrar num "centro espírita" no bairro do Barreto, pouco tempo atrás.
Claro, para quem considera as vítimas de injustiças, violências e infortúnios diversos "romanos que hoje pagam pelo que fizeram", é fácil dizer que tudo está bem ou mal, dependendo da pessoa. E os "espíritas" são justamente os que MENOS tem moral para dizer como será o futuro na Terra, no Brasil ou no quintal da casa deles.
O pior é que esse "otimismo" ganhou um ingrediente insólito: a tardia apreciação das passeatas de 13 de março de 2016, que nem foram realmente o o auge das passeatas do "Fora Dilma" mas foram apenas o "ponto máximo" como um fenômeno midiático, já que a própria grande mídia (Globo, Folha, Veja etc) apoia essas manifestações.
Pois os "espíritas" encanaram em dizer que aquelas passeatas foram um momento de "despertar político" da juventude, quando os mais sérios cientistas políticos classificam tais eventos como um movimento desesperado de "analfabetos políticos", que só teve a envergadura que teve devido ao grande investimento financeiro e logístico do empresariado e de partidos políticos rivais ao PT, como PSDB e PMDB.
Os "espíritas" também definem o 13 de Março como "marco zero" da tão esperada "regeneração", como se os brasileiros que foram louvar o Pato da Fiesp junto com Kim Kataguiri, Lobão, Jair Bolsonaro e companhia tivessem recebido uma intuição da "espiritualidade superior".
No entanto, é bastante evidente que tais manifestações, na verdade, foram resultantes não de uma "intuição moral de grande elevação", mas antes um fruto de campanhas de ódio tão explícitas que um dos grupos organizadores desse "momento memorável" se chama "Revoltados On Line".
Além disso, em grande parte dessas manifestações, se observavam apelos de ódio ao PT, onde uma das faixas mostradas pedia "Por que não mataram todos (os esquerdistas) em 1964?". Jair Bolsonaro, um dos ídolos dessas passeatas, já fez declarações em apologia ao estupro e ainda discursou, na votação pela abertura do processo de impeachment na Câmara dos Deputados, em favor do brutal torturador Carlos Alberto Brilhante Ustra.
A própria votação, impulsionada pelas "iluminadas" passeatas, foi presidida por um corrupto do porte de Eduardo Cunha, a duras penas afastado do cargo, tamanha a blindagem em torno dele, e muitos deputados federais acusados de crimes diversos, de crimes eleitorais a homicídio, foram votar o "SIM" pelo impedimento de Dilma Rousseff de continuar seu governo.
E o que tudo isso resultou, após manobras jurídicas e uma votação decisiva no Senado? Dilma foi impedida e o que temos no governo é um Michel Temer que muda demais no Brasil para um presidente interino que só cumpre um mandato "tampão".
Pior: ele chamou muitos corruptos para sua "equipe de notáveis", em que até um "insuspeito" Henrique Meirelles está envolvido em fraudes na Friboi, na qual o banqueiro atuava como consultor administrativo. E Michel Temer já lançou a "Ponte para o Futuro", que na verdade é um pacote de medidas de caráter medieval que pretendem retroceder o país para os padrões sociais do período colonial.
Será que isso é trabalhar o "Coração do Mundo"? É risível ver o Brasil sendo o centro do mundo quando o Plano Temer, ou seja, a tal "ponte futurista", prevê o retorno à sua postura subordinada e subserviente aos países ricos (como os EUA). Mas se Chico Xavier dizia que o cérebro do mundo era os Estados Unidos, isso tudo tem a ver.
É muito perigoso fazer um país ser o centro do mundo. Vide o Império Romano ou a Alemanha nazista. Ver o Brasil envolvido em mais uma roubada desse tipo, por mais que economicamente seja um capacho de Tio Sam, é algo ainda mais preocupante, que alegações "espiritualistas" sob o pretexto da "solidariedade" e do "amor ao próximo" não conseguem convencer.
Que novos tempos são esses? São mais sombrios e caóticos. E muitos brasileiros ficam suspirando de tristeza ao ver que até a problemática e caótica Turquia consegue frear um golpe militar, enquanto o Brasil legitima um golpismo de toga apoiado pela grande mídia, que dita o que os brasileiros devem pensar e agir. E muitos esquecem que Chico Xavier só virou "filantropo" por causa da Rede Globo!
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