sábado, 27 de janeiro de 2018

"Centro espírita" de Salvador possui a mesma insegurança da Boate Kiss


Há cinco anos, uma explosão foi causada por rojões atirados por um grupo "sertanejo" na Boate Kiss, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul. A estrutura da casa, fechada, sem saídas de emergência e sem qualquer segurança, fez com que o incêndio matasse 242 pessoas.

Mas pelo menos um "centro espírita" de Salvador apresenta as mesmas condições de insegurança aos seus frequentadores, numa área tomada de "gatos" (como são conhecidos fios clandestinos que "roubam" energia elétrica fornecida pelos serviços especializados).

Localizado no bairro do Uruguai, na Península de Itapagipe, zona suburbana de Salvador, o Grupo "Espírita" Bezerra de Menezes, GEBEM, que já foi uma unidade do Cavaleiros da Luz e depois passou a ser controlada por um grupo dissidente do "centro espírita" Paulo e Estevão, em Amaralina, é um atestado dessa insegurança e outros incômodos.

Nas sessões de sábado à noite, o lugar fica trancado e os frequentadores são proibidos de sair. É preciso apresentar um motivo muito forte para sair da sessão antes da hora, solicitando ao funcionário da casa a abertura da porta.

A sessão termina pouco antes das 22 horas, mas é suficiente para causar angústia para quem depende de ônibus. A espera é muito longa para um veículo da linha 0207 Massaranduba / Itaigara - atualmente sob responsabilidade da Plataforma Transportes - , o último do horário, e que, quando chega, roda em alta velocidade pela Rua Direta do Uruguai, paralela à Rua Seis de Janeiro, onde fica o "centro espírita".

E SE OCORRER UM INCÊNDIO?

Suponhamos a seguinte situação. Vazamentos de água vindos do teto no andar de cima da sede do GEBEM caem sobre a tomada de uma geladeira, provocando um curto-circuito que provoca um incêndio. Explosões na geladeira provocados por outros curtos espalham faíscas que fazem o fogo aumentar.

O fogo então aumenta, se tornando uma labareda que derrete o chão, atingindo o teto do andar inferior, onde se realiza uma doutrinária. O teto desaba, afetado pelas chamas, atingindo vários frequentadores pegos de surpresa que, sem poder reagir a tempo, morrem queimados ou soterrados.

Os palestrantes e mediadores não conseguem se salvar. São os primeiros a morrerem na tragédia. Poucas pessoas se salvam, e, mesmo assim, precisam correr pelo acesso estreito à sala principal, e, com a porta trancada, torna-se ainda mais difícil a fuga. No saldo final, a chance mais provável é de poucos sobreviventes.

As instalações são apertadas, sem saída de emergência, sem qualquer proteção. É ingenuidade dizer que os "amigos de luz" (os chamados protetores espirituais) garantem a segurança absoluta do lugar, que, em horário noturno, ainda sofre o risco de assaltos constantes que existem no lugar. Vide o caso do trágico assalto que ocorreu num "centro espírita" de Jaboatão de Guararapes, em Pernambuco.

OUTRAS QUEIXAS

Não bastasse as condições de insegurança similares àquelas que propiciaram a tragédia da Boate Kiss, outras queixas ocorrem de pessoas que fizeram tratamentos espirituais no GEBEM. De cyberbullying até morte de namorada, passando por assaltos em pleno dia, infortúnios passaram a ocorrer depois que várias pessoas fizeram tratamentos no local.

Isso se deve, vale lembrar, ao fato do "espiritismo" brasileiro ser cheio de irregularidades e marcado pela desonestidade doutrinária, já que segue o igrejismo de base jesuíta-roustanguista mas finge exercer "respeito rigoroso" aos postulados espíritas originais. Essa atitude desonesta atrai energias negativas, trazidas por espíritos inferiores identificados com essa falta de sinceridade.

FALSA MEDIUNIDADE

Um grupo de familiares apostou na ideia infeliz de financiar um livro com mensagens supostamente mediúnicas de parte das 242 vítimas fatais da tragédia da Boate Kiss. Intitulada Nossa Nova Caminhada, ela apostou num arremedo grosseiro do que recomenda o Controle Universal dos Ensinos dos Espíritos (C. U. E. E.), recorrendo a diferentes "médiuns" de lugares diferentes, três de Uberaba e um do interior de São Paulo. Um deles foi Carlos Baccelli, ex-dirigente da FEB e discípulo de Chico Xavier.

No entanto, são "médiuns" com relação entre si, mesmo sob uma mesma afinidade ideológica com o igrejismo. As mensagens são de puro mershandising religioso e apontam pretenso profetismo do "terceiro milênio", com a estranha inclinação dos supostos mortos a um panfletarismo igrejista, pretensamente messiânico e cheio de teorias sobre "mudanças nos tempos".

Uma assinatura que chamou a atenção foi uma suposta mensagem atribuída a uma jovem morta, Stéfani Posser Simeoni, que apresentou uma grave rasura, inconcebível para um espírito que estaria mandando uma mensagem serena, que era o que se divulgou na ocasião. Isso indica um trabalho fraudulento, desqualificando o trabalho e colocando os familiares que financiaram o livro em situação ridícula.

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