segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

Texto traz ideia equivocada de "mediunidade" e exalta deturpadores do Espiritismo

YVONNE PEREIRA, CHICO XAVIER E DIVALDO FRANCO - ADEPTOS NÃO DE KARDEC, MAS DE JEAN-BAPTISTE ROUSTAING.

A mídia progressista, infelizmente, reproduz os mesmos paradigmas religiosos da mídia reacionária, e contribuem para o mau ensino da Doutrina Espírita, exaltando os deturpadores às custas de um engodo teórico que mistura a Ciência Espírita original com conceitos igrejistas deturpados.

O que se vende como "kardecismo autêntico" acaba sendo um engodo em que se mistura igrejismo, cientificismo e esoterismo, se exaltam deturpadores sob a desculpa da "caridade" e se leva gato por lebre o tempo inteiro, sem questionamento algum.

O pior é que as esquerdas exaltam deturpadores do nível de Chico Xavier e Divaldo Franco, que são blindados pela Rede Globo de Televisão e servem a interesses das classes conservadoras, pois os dois já expressaram seu direitismo, em muitas ocasiões, não cabendo a mídia progressista ficar exaltando essas figuras bastante duvidosas.

O texto também cita a "médium" Yvonne Pereira, que, sabe-se, também foi roustanguista como os dois "médiuns", sendo portanto figuras que destoam do legado espírita original e que apenas reduzem a herança de Kardec num arremedo para justificar conceitos igrejistas aqui e ali.

Para terminar nossa análise e irmos ao texto abaixo, vale lembrar que o conceito de "mediunidade" é muito distorcido no Brasil. Médium, na verdade, não é aquele que "recebe mortos", mas aquele que transmite a mensagem dos mortos para o mundo dos vivos.

Essa distorção faz com que a figura do "médium", da forma que é feita no Brasil, perca o caráter intermediário original para se servir a interesses do "movimento espírita". Difunde-se, de maneira equivocada, a ideia pela metade, se limitando a dizer que "médium" é aquele que "fala com os mortos", independente de transmitir mensagem para os vivos. Esquece-se que quem só "recebe os mortos" é tão somente paranormal, só vira "médium" quando transmite esse contato a um vivo.

Os "médiuns" aqui se servem do culto à personalidade e se tornam o centro das atenções, se tornando os "sacerdotes" do "movimento espírita". É triste que até as esquerdas estão desinformadas de tanta deturpação que atinge como um punhal pelas costas a memória do pedagogo lionês.

Não custa avisar às pessoas para ler todo texto favorável a um "médium espírita" com muito cuidado, para que assim se evite a adoração deles através de argumentos confusos, falaciosos ou ingênuos, caindo na tentação das paixões religiosas, mesmo travestidas de "lógica científica". Cabe aqui ler o livro de maneira crítica, sem margem alguma de complacência aos "médiuns" deturpadores.

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Todos os humanos são médiuns e interagem com os Espíritos (Ciência e Filosofia Espiritualista)

Por Marcos Villas-Bôas - Jornal GGN

O Livro dos Médiuns, publicado por Allan Kardec, é considerado a grande obra sobre mediunidade, porém, após ele, muitas outras vieram, até porque médiuns espetaculares encarnaram e puderam ser estudados, sobretudo no Brasil, como Yvonne do Amaral Pereira (1900-1984), Francisco Cândido Xavier (1910-2002) e Divaldo Pereira Franco (1927-).

Percebe-se pelas datas acima que a mediunidade não é doença e que é possível viver por muitíssimos anos passando por fenômenos surpreendentes, mas isso desde que sejam compreendidos e que o indivíduo saiba tomar os cuidados devidos para que a sua faculdade não lhe ocasione perturbações ou, o que é pior, doenças de ordem física ou mental.  

Neste blog, insistimos muito na explicação científica sobre a existência dos Espíritos devido à capacidade que tem essa teoria de mudar a vida das pessoas para melhor. Dado que todos são médiuns, ninguém deixa de interagir com os Espíritos diariamente, o que afeta suas vidas de forma positiva ou negativa. Entendendo muito bem como se dá essa interação, é possível agregar mais experiências positivas do que negativas.

Todos são médiuns, pois o ser humano tem uma faculdade ínsita a ele de receber vibrações, pensamentos e até outras influências de seres desencarnados. A glândula pineal, sobre a qual voltaremos a tratar em outros textos, que é muito pouco estudada pela Medicina, teria papel essencial na emanação dessa faculdade.

No item 159 do Livro dos Médiuns, está dito que são raras as exceções de pessoas que não têm esse “canal” aberto para o mundo espiritual ao menos em estado rudimentar:

“159. Toda pessoa que sente a influência dos Espíritos, em qualquer grau de intensidade, é médium. Essa faculdade é inerente ao homem. Por isso mesmo não constitui privilégio e são raras as pessoas que não a possuem pelo menos em estado rudimentar. Pode-se dizer, pois, que todos são mais ou menos médiuns. Usualmente, porém, essa qualificação se aplica somente aos que possuem uma faculdade mediúnica bem caracterizada, que se traduz por efeitos patentes de certa intensidade, o que depende de uma organização mais ou menos sensitiva”.

Normalmente, o que se entende por médium no dia a dia é aquele chamado no meio espírita de “médium ostensivo”, alguém com faculdades muito evidentes, que lhe permitem ver ou ouvir os Espíritos, ou ainda que permitam aos Espíritos escrever (psicografia) ou falar (psicofonia) por meio dele.

A mediunidade está, contudo, muito mais no dia a dia humano do que se pensa. Muitos há que podem enxergar campos magnéticos em torno das pessoas, vendo uma tênue linha de energia em volta do corpo (ex. a aura). Outros podem sentir, durante uma meditação ou outra atividade relaxante, formigamentos na pele, pressões na cabeça ou outras reações físicas decorrentes da conexão com Espíritos.

Muitos há que chegam em determinado local e sentem uma vibração ruim nele, descobrindo depois que algo negativo acontecia ali. Muitos há que sentem uma vibração ruim em certas pessoas e depois descobrem que ela estava passando por problemas ou que carrega muitos pensamentos negativos.

Acima de tudo, a mediunidade que a maioria tem é uma sensibilidade em relação às vibrações de outros Espíritos encarnados e desencarnados, que permite receber deles influências e ser até mesmo dirigido. Na pergunta 459 do Livro dos Espíritos, que Kardec faz a um Espírito, ele responde assim:

“459. Influem os Espíritos em nosso pensamentos e em nossos atos?

- Muito mais do que imaginais. Influem a tal ponto, que, de ordinário, são eles que vos dirigem”.

Até pelo fato de se saber que todos têm um guia espiritual, é preciso que se tenha a mediunidade para haver influência por parte desse guia na vida do indivíduo. Muitas vezes, é ele quem nos dirige. Outras vezes são Espíritos menos evoluídos, que buscam satisfazer seus desejos, como vingança, diversão, vícios em álcool, fumo ou outras drogas etc.

A compreensão da mediunidade é fundamental para que os indivíduos possam se conectar cada vez mais com Espíritos, encarnados ou desencarnados, que sejam evoluídos, pois um dos fatores elementares da mediunidade é abrir o ser para um magnetismo em relação aos demais seres. Todos nós, encarnados ou desencarnados, nos atraímos ou repelimos por sintonia das vibrações.

Há diversos tipos de mediunidade, muitos deles catalogados em O Livro dos Médiuns, que é resultado de anos de observações realizadas por Kardec em reuniões mediúnicas, contando com esclarecimentos de Espíritos superiores, os quais assinam muitas das comunicações transcritas na obra.

Não iremos mais adentrar em questões sobre a existência ou não de Espíritos ou de mediunidade, pois cabe a cada um pesquisar e tirar suas próprias conclusões. Focaremos na proposta principal deste blog que é, por uma visão científica, estudar a espiritualidade de modo a ajudar as pessoas a interagirem melhor com ela, realizando progressos em suas vidas.

Para quem tiver curiosidade sobre o tema, a literatura sobre ele é vastíssima. Ver, por exemplo, a obra Recordações da Mediunidade, de Yvonne Pereira, cujo trecho interessante destacamos abaixo:

“Aos 4 anos eu já me comunicava com Espíritos desencarnados, pela visão e pela audição: via-os e falava com eles. Eu os supunha seres humanos, uma vez que os percebia com essa aparência e me pareciam todos muito concretos, trajados como quaisquer homens e mulheres. Ao meu entender de então, eram pessoas da família, e por isso, talvez, jamais me surpreendi com a presença deles. Uma dessas personagens era-me particularmente afeiçoada: eu a reconhecia como pai e proclamava como tal a todos os de casa, com naturalidade, julgando-a realmente meu pai e amando-a profundamente. Mais tarde, esse Espírito tornou-se meu assistente ostensivo, auxiliando-me poderosamente a vitória nas provações e tornando-se orientador dos trabalhos por mim realizados como espírita e médium. Tratava-se do Espírito Charles, já conhecido do leitor por meio de duas obras por ele ditadas à minha psicografia: Amor e ódio e Nas voragens do pecado” (p. 30).

A resposta comum dos que não compreendem o assunto é pensar que uma afirmação como essa acima é obra da imaginação ou de peças que a consciência prega nas pessoas, porém essa conclusão é de logo afastada pelo caráter inteligente das comunicações obtidas desses seres invisíveis, que transmitem ideias importantes, das quais muitas vezes ninguém mais tinha conhecimento, a não ser aquele indivíduo encarnado a quem o Espírito se refere como sendo a mesma pessoa.

Os Espíritos, frequentemente, sabem de fatos de que apenas nós mesmos temos conhecimento, ou dos quais nem nós mesmos nos lembrávamos, sendo que eles nos rememoram para poder nos ajudar, nos ensinar algo.

Muitos casos atribuídos, portanto, hoje à esquizofrenia, a alguma espécie de loucura ou demência pela Medicina são, na verdade, espirituais e precisam ser tratados como tal. O desconhecimento do mundo invisível tem levado muitos à depressão e até ao suicídio, cujos números são hoje alarmantes, denotando que a sociedade está doente e que há uma falha grave na Medicina atual.

Como para muitos é, de fato, difícil de crer nos Espíritos e na sua influência sem uma prova mais material, não custa, então, ao menos levar aqueles que sofrem de algum mal desse tipo até um local onde se trabalhe com a espiritualidade e que possa prestar algum tipo de ajuda, mantendo o tratamento médico, nem que seja para causar um efeito placebo, que a própria Medicina reconhece. Se não houver qualquer efeito no tratamento espiritual, basta esquecê-lo e continuar o tratamento médico normalmente.

Nunca se deve deixar o tratamento indicado pelo médico, mas agregar outros é aconselhável, dado que a Medicina, como toda ciência, vem progredindo vagarosamente. Desde muitos séculos antes de Cristo, os médicos sangravam os indivíduos pressupondo que eles se curariam de suas doenças, colocando o mal para fora por meio do sangue. Essa era a forma de tratamento mais avançada para tratar muitas doenças, segundo a ciência, até o século XIX, ou seja, há menos de 200 anos.

Hoje, com a evolução da Medicina enquanto ciência, descobriu-se que a sangria terminava causando a morte de muitas pessoas que poderiam ser curadas, tendo se restringido o tratamento a casos muito específicos em que é preciso descoagular o sangue de uma região ou reduzir nele a quantidade de ferro.   

Deste modo, como em qualquer outra ciência, e isso será cada vez mais rápido, dentro do período de um século muito do que se tinha por verdade irrefutável passa a ser considerado uma enorme bobagem. O mesmo acontecerá brevemente com o materialismo, pois o processo já está em marcha.

Yvonne do Amaral Pereira é uma das provas de que a mediunidade é um conjunto de faculdades que, quando bem desenvolvidas, podem gerar efeitos que a maioria dos humanos caracterizaria como miraculoso. Sua vida foi repleta de provas, assim como a de muitas outras pessoas que passam por situações parecidas, mas não descobrem que são médiuns, muitas vindo a se suicidar pela sucessão de perturbações que acaba enfrentando.

A vida de Dona Yvonne, como é também conhecida, foi, por exemplo, marcada por experiências de morte aparente, que quase lhe levaram a ser enterrada viva quando tinha apenas um mês de vida, e se repetiram mais tarde:

“Certa noite, inesperadamente, verificou-se o fenômeno de transporte em corpo astral, com a característica de morte aparente. Felizmente para todos os de casa, a ocorrência fora em hora adiantada da noite, como sucede nos dias presentes, e apenas percebido pela velha ama que dormia conosco e que fora testemunha do primeiro fenômeno, no primeiro mês do meu nascimento. Pôs-se ela então a debulhar o seu rosário, temerosa de acordar os de casa, o que não a impediu de me supor atacada de um ataque de vermes e por dando-me vinagre a cheirar; mas como o alvitre se verificara infrutífero para resolver a situação, preferiu as próprias orações, o que, certamente, equivaleu a excelente ajuda para a garantia do transe. Somente no dia seguinte, portanto, o fato foi conhecido por todos, por mim inclusive, que me lembrava do acontecimento como se tratasse de um sonho muito lúcido e inteligente” (p. 35).

Um dos maiores especialistas em doenças decorrentes da não educação da mediunidade ou da compreensão dos aspectos espirituais da consciência humana é Adolfo Bezerra de Menezes (1831-1900), que foi médico, político, espírita, dentre outras atividades. Sua vida está retratada no filme “Bezerra de Menezes – O Diário de um Espírito”, que pode ser encontrado aqui: https://www.youtube.com/watch?v=JD52pssheVA.

Vários médiuns escreveram muitos textos atribuídos ao Espírito Bezerra de Menezes, inclusive Dona Yvonne. Sobre os efeitos danosos da mediunidade e da não compreensão da influência da espiritualidade sobre a consciência humana, ela diz o seguinte, com base no Dr. Bezerra:

“O Espírito Dr. Adolfo Bezerra de Menezes, a quem tanto amamos, observou, em recentes instruções a nós concedidas, que nos manicômios terrestres existem muitos casos de suposta loucura que mais não são que estados agudos de excitação da subconsciência recordando existências passadas tumultuosas, ou criminosas, ocasionando o remorso no presente, o mesmo acontecendo com a obsessão, que bem poderá ser o tumulto de recordações do passado enegrecido pelos erros cometidos, recordações indevidamente levantadas pela pressão da vítima de ontem transformada em algoz do presente. Muitos chamados loucos, e também certo número de obsidiados, costumam asseverar que foram esta ou aquela personalidade já vivida e fizeram isto ou aquilo, narrando, por vezes, atos deploráveis” (p. 39).

É amplamente sabido que a Medicina ainda não explica uma porção de casos de loucura e usa, inclusive, tratamentos agressivos, que não obtêm resultado em muitas das situações. Não havendo uma compreensão dos aspectos espirituais dessas doenças, não se avançará.

“Não obstante, existem também homens que recordam suas vidas passadas sem padecerem aqueles desequilíbrios, conservando-se normais. Os médiuns positivos, ou seja, que possuam grandes forças intermediárias (eletromagnetismo, vitalidade, intensidade vibratória, sensibilidade superior, vigor mental em diapasão harmônico com as forças físico-cerebrais), serão mais aptos do que o normal das criaturas ao fenômeno de reminiscências do passado, por predisposições particulares, portanto. Assim sendo, e diante do vasto noticiário que produzimos acerca do empolgante acontecimento, temos o direito de deduzir que o fato de recordar o próprio passado reencarnatório é uma faculdade que bem poderá ser mediúnica, que, se bem desenvolvida e equilibrada, não alterará o curso da vida do seu possuidor, mas, se ainda em elaboração e prejudicada por circunstâncias menos boas, causará lamentáveis distúrbios, tal a mediunidade comum, já que o ser médium não implica a obrigatoriedade de ser espírita” (p. 40).

Nota-se, desses trechos da obra de Dona Yvonne, a seriedade dos fenômenos mediúnicos e dos demais aspectos espirituais sobre a mente humana. A ciência precisa se dedicar a eles, buscando os métodos de tratamento mais eficazes para evitar o sofrimento de milhares de pessoas em todo o mundo.

Veremos em textos seguintes mais experiências de Dona Yvonne e de outros médiuns sobre as repercussões da espiritualidade, especialmente da mediunidade, na vida humana encarnada.

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