sábado, 20 de janeiro de 2018

Como explicar a deturpação do Espiritismo para os leigos?

PÁGINA DE COMUNIDADE "ESPÍRITA" NO FACEBOOK - Gororoba doutrinária.

Como explicar para o público leigo e como divulgar para fora dos meios espíritas, autênticos ou não, o problema da deturpação que atinge frontalmente a Doutrina Espírita, desmoralizando o legado kardeciano original?

Nos bastidores do "movimento espírita" e nos meios de debates nas redes sociais e na Internet, a deturpação é muito questionada, mas, fora desses meios, o que se vê ainda é uma ideia equivocada de que o Espiritismo, no Brasil, é uma doutrina sóbria, equilibrada e dotada da mais pura simplicidade e despretensão.

Isso tudo é uma ilusão. Mesmo assim, prevalece a narrativa, digna de ficção novelesca, que descreve Allan Kardec criando uma doutrina a partir de estudos sobre a espiritualidade, que depois ganhou contornos religiosos no Brasil e tudo resultou numa equilibrada religião cristã marcada pela simplicidade, pelo ecumenismo, pela tolerância e pela despretensão.

Tudo isso é falso. Afinal, por trás dessa embalagem tão agradável, há muita podridão. Acusações de mediunidades fake que atingem até os ditos renomados "médiuns" Chico Xavier e Divaldo Franco, pregação a favor do sofrimento alheio, defesa não só de valores morais conservadores mas também de governos reacionários, tudo isso mostra o lado sombrio do "espiritismo" brasileiro que escapa das compreensões do público médio.

O rol de escândalos que envolve o "movimento espírita" é coisa de arrancar os cabelos e se comparam aos escândalos dos pastores das seitas neopentecostais. Chico Xavier fazendo "leitura fria" para "rechear" falsas psicografias de "informações". O renomado espírita José Herculano Pires definindo a "caridade" de Divaldo como "condenável", chocando o desavisado que se habitua a ver no "médium" baiano um símbolo pleno de "filantropia e fraternidade". E por aí vai.

Como divulgar todas essas irregularidades e como apontar que os livros de Xavier e Franco destoam, em muitos aspectos, dos ensinamentos kardecianos? Como dizer aos leigos que o "espiritismo" brasileiro é deturpado e cometeu desonras sérias à doutrina francesa original?

Seria preciso furar o bloqueio de uma mídia complacente com os "espíritas" e, pelo menos, pedir à imprensa progressista, que serve de contraponto à imprensa dominante, que aborde o "movimento espírita" brasileiro sem complacência com os deturpadores, suficientemente blindados por uma Globo, Veja, SBT ou Band. Não há necessidade do Brasil 247, por exemplo, blindar Chico Xavier, e o Diário do Centro do Mundo fazer vista grossa no caso Divaldo Franco-farinata do Dória.

Há uma imprensa de baixa qualidade que ensina Espiritismo tudo errado, glorificando os deturpadores, explicando errado a mediunidade e cultuando os "médiuns" que não merecem a menor confiabilidade, pela forma com que eles "vaticanizam" a doutrina kardeciana, não raro agindo com a pior das hipocrisias.

Seria necessário, portanto, essa furada de bloqueio. Buscar denunciar a deturpação do Espiritismo na mídia alternativa, apontando seus aspectos principais e, depois, indo mais adiante. O que não pode é manter o deslumbramento com os "médiuns", sob a desculpa da "fraternidade", até porque essa conciliação aparente só age em favor dos deturpadores, sobretudo os próprios "médiuns", que se aproveitam da ingenuidade das pessoas para impor seu poder sob o verniz da "humildade".

Não se pode poupar os "médiuns" sob a desculpa da tolerância e conciliação, porque o que se tolera na verdade são as práticas da mentira, da mistificação e das fraudes feitas por eles. E a suposta conciliação é, na verdade, um sinal verde para a divulgação de ideias e conceitos anti-doutrinários, que são defendidos ao arrepio da lógica espírita original.

Deixemos que a blindagem aos "médiuns espíritas" se limite à Globo, Veja, Band, SBT ou outros veículos solidários da mídia patronal. A mídia alternativa, como o DCM, Brasil 247, Carta Capital e outros, deveriam ser veículos para se questionar e repudiar a deturpação do Espiritismo.

Não se pode usar a desculpa da "fraternidade" e outros conceitos bonitos para se permitir a deturpação e o poder dos "médiuns", porque isso é consentir com a deturpação que desmoraliza gravemente todo o trabalho árduo que Kardec fez na Codificação. Glorificar os "médiuns" brasileiros é ofender, desonrar e repudiar o trabalho deixado pelo pedagogo lionês.

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