quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

Divaldo Franco e o seu silêncio em artigo equivocado


O verborrágico roustanguista Divaldo Pereira Franco, insistindo na mistificação de um falso espiritismo com apelos igrejeiros e supostamente pacifistas, escreveu um artigo "sensível" sobre a crise do Brasil que mostra mais uma vez os equívocos cometidos pelo "médium".

O artigo, que começa bajulando Dom Hélder Câmara, tem como tema o silêncio, e deveria ser dirigido ao próprio, que reagiu em silêncio e com gritante omissão ao escândalo da "farinata" de João Dória Jr.. O próprio Divaldo decidiu, consciente dos riscos, o lançamento do terrível alimento (feito por restos de comida de procedência e valor nutricional duvidosos, que teriam matado por intoxicação alimentar internos de uma casa no interior paulista), e tentou sair pela porta dos fundos.

Ele teve sorte porque houve outro silêncio, o da imprensa como um todo, que neste caso omitiu que o evento que lançou a "farinata" de João Dória Jr. é o Você e a Paz que, de forma explícita, credita Divaldo como seu maior responsável. De repente os jornalistas mais complacentes fizeram de conta que o evento havia sido criado pela Arquidiocese de São Paulo, que é apenas coadjuvante do encontro.

O artigo, sempre com aquele apelo piegas e igrejeiro, também tem como equívoco grave considerar que houve o julgamento de Jesus por Pôncio Pilatos. Ele nunca houve, segundo historiadores conceituados. Não existem registros históricos que mostrem sequer indícios desse julgamento e quem entende da ciência política grotesca mas peculiar do Império Romano sabe que as autoridades condenavam pessoas de forma rápida e sumária, sem julgamentos.

Divaldo Franco tenta questionar o silêncio dos acomodados e a ganância dos privilegiados. Deveria olhar para si, que apoiou um político decadente, João Dória Jr. e fica cortejando autoridades ricas e poderosas. Deveria ver o quanto Divaldo manteve seu silêncio criminoso quando não cobrou das autoridades algum empenho pelo próximo, antes preferindo bajular os poderosos em troca de medalhas e condecorações.

Reproduzimos esse vergonhoso artigo, no qual Divaldo Franco não esboça a menor autocrítica, que foi publicado no jornal A Tarde, do dia 11 de janeiro último, semanas após o fiasco do Você e a Paz de Salvador, cidade na qual o povo começa a se despertar contra os deturpadores do Espiritismo e passa a abandoná-los gradualmente. Peço que leiam este texto, aparentemente cheio de "boas mensagens", mas vindo de um mistificador que fez propaganda à farsa das crianças-índigo:

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SILÊNCIO

Artigo de Divaldo Franco publicado no jornal A Tarde, coluna Opinião, em 11/01/2018

Num memorável discurso, pronunciado pelo Bispo de Recife e Olinda, Dom Hélder Câmara, em San Michel, em Paris, referiu-se com muita sabedoria e coragem que Mohandas Gandhi costumava dizer que “ele falava pelo povo sofrido do seu querido país. Ele, no entanto, fazia silêncio para que o povo pudesse falar”, expressando suas dores e a lamentável situação de miséria em que vivia.

O silêncio pode representar várias posturas comportamentais das criaturas humanas.

Em determinado momento significa muita coragem para poder suportar situações calamitosas, evitando torná-las piores; noutras situações pode expressar sabedoria para aguardar o momento adequado, quando poderá enunciar conceitos libertadores, falando por aqueles que se encontram amordaçados por impositivos perversos. 
Invariavelmente, porém, trata-se de postura covarde para não desagradar impostores, governos arbitrários, mantendo anuência com ações infelizes, pensando apenas nos interesses pessoais...

Vivemos, no mundo moderno, momentos muito graves, diante dos quais o silêncio dos justos e dos que pensam transforma-se em covardia moral, porque os seus portadores que poderiam contribuir para uma situação melhor, tendo medo de perder as migalhas vergonhosas ou usufruir do benefício das barganhas degradantes, terminam por minar as resistências dos mais fracos e submetê-los na sua ignorância a mais demorado cativeiro.

Proliferam em toda parte a decadência dos valores éticos, a prosperidade dos astutos e corruptos que desfrutam de cidadania e de popularidade como benfeitores dos humildes e humilhados, as expressões da degradação humana, os espetáculos assustadores da violência, o horror da miséria moral, econômica e social, ante a desfaçatez dos gozadores de ocasião, que os desprezam sem qualquer disfarce.

Homens e mulheres de bem que deveriam contribuir para que a situação se modificasse para melhor, não o fazem, mantêm-se silenciosos.

É comum ouvir-se dizer, repetindo o covarde Pilatos em referências a Jesus no Seu arbitrário julgamento, “que lavam as mãos”, mas não escaparam certamente da consciência ultrajada.

A coragem dos sofredores representa o poder de Deus no imo de cada ser, significando os divinos códigos do amor, da justiça, da solidariedade.

Uma sociedade que se olvida dos seus membros mais fracos, não é digna de subsistir, qual aconteceu com as grandes Nações do passado que edificaram sua glória e grandeza através da sórdida escravidão, da crueldade e dos privilégios de alguns em detrimento dos outros. Cuidado, pois, com o seu silêncio, que pode ser responsável pelo sofrimento de milhões de vidas.

Este é o nosso momento de construir o futuro.

DIVALDO P. FRANCO
Professor, médium e conferencista (sic)

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