CHICO XAVIER DEMONSTRA VÁRIOS PONTOS REPROVADOS PELOS ENSINAMENTOS DE O LIVRO DOS MÉDIUNS, DE ALLAN KARDEC.
Não é difícil admitir nem provar e confirmar que Francisco Cândido Xavier ignorou ou violou muitos dos ensinamentos contidos em O Livro dos Médiuns, sendo portanto um dos piores e mais desastrados médiuns do país, com o agravante de ter espalhado, com seu carisma alimentado pelo sensacionalismo e pelo fanatismo da fé religiosa, todo seu péssimo trabalho às demais pessoas.
Ele criou um péssimo método, em que se faz a "mentiunidade", que é o faz-de-conta mediúnico - seja psicografia, psicofonia ou psicopictografia - em que tudo é criado pela imaginação do próprio suposto médium e que consiste numa fraude amenizada por mensagens de apelo religioso (psicografia e psicofonia) e por finalidades supostamente filantrópicas (psicopictografia, geralmente restrita a pinturas de pessoas, frutas, plantas ou paisagens naturais, aparentemente laicos).
Acumulando um carisma descomunal - no último dia 02 de novembro, um dos túmulos mais visitados no país foi o de Chico Xavier - , o anti-médium mineiro criou uma bagunça nas mentes dos brasileiros que nem Edir Macedo teria sido capaz de fazer, com todo o perfil retrógrado e charlatão que este tenha.
Chico Xavier nunca entendeu de Doutrina Espírita, e nunca sentiu qualquer interesse em Allan Kardec. No fundo, sentia um desgosto e uma má vontade com o professor lionês. Chico Xavier era apenas um católico fervoroso e paranormal, que foi apenas forçado pelos chefões da Federação "Espírita" Brasileira (sobretudo Antônio Wantuil de Freitas) a ser "kardecista".
Isso é tão certo que os livros de Chico Xavier são um verdadeiro acinte às recomendações doutrinárias das obras kardecianas, e tal constatação é fácil de se ter, com apenas um pouco de atenção e frieza para admitir as contradições que as duas bibliografias se apresentam, quando confrontadas.
Só um único livro como Nosso Lar é capaz de provar que Chico Xavier nada representa em favor da Doutrina Espírita, até porque o relato especulativo e fantasioso do mundo espiritual, sem que haja qualquer estudo sério que buscasse entender a vida no além-túmulo, receberia a imediata e firme reprovação de Allan Kardec, a depender do que está escrito em seus livros.
O Livro dos Médiuns é uma das obras que reduziriam a credibilidade de Chico Xavier a pó, como um castelo de areia destruído pela mais calma onda do mar. Só um estudo sério - recomenda-se a leitura da tradução de Herculano Pires, disponível na Internet - para invalidar todo o trabalho de Chico Xavier e desmascarar aqueles que usam o disfarce da "fidelidade a Allan Kardec" para dissimular o chiquismo.
A questão 329, do capítulo 29, Reuniões e Sociedades, foi selecionada para ilustrarmos apenas um aspecto. É preciso fazer vários recortes para comprovar a incompetência de Chico Xavier como médium sério, pegar trechos de capítulos, parágrafos e outros detalhes, para que assim fizéssemos uma análise menos cansativa e mais específica e detalhada sobre os erros do anti-médium mineiro.
A questão se refere, entre outras coisas, a questionar o mito da infalibilidade do médium, e dos cuidados que os médiuns mais adiantados costumam ter, enquanto os de menor evolução se tornam vulneráveis às tentações armadas por espíritos levianos. O caso que imediatamente identificamos no exemplo de Chico Xavier é considerado por Kardec um "verdadeiro perigo".
Chico Xavier, comprovadamente, personifica o segundo caso, pois nunca questionou coisa alguma e, por isso, não iria questionar sequer as mensagens espirituais que recebeu. Forjava também falsas mensagens mediúnicas - vide os plágios literários e as chamadas "cartas marcadas" que tinham sempre o estilo religiosista da mente chiquista - e, por isso, atraía para si espíritos dos mais levianos, que se divertiam com o alto carisma que, sem mérito algum, Chico acumulou em sua trajetória.
Se Chico Xavier já enganou muita gente com os pastiches literários de Parnaso de Além-Túmulo, feito sob consultoria de especialistas literários a serviço da FEB, e da mesma forma mostrou um "espírito Humberto de Campos" que não condiz ao que o autor maranhense foi em vida, isso mostra que o anti-médium mineiro estava sempre à mercê de espíritos enganadores, até porque no fundo era um deles, só que encarnado.
A questão 329 focaliza esse risco de erros e chama a atenção para os espíritos enganadores que encontram caminho aberto quando o médium é na verdade um ignorante desta prática, e também para o fato de que o médium tomado de influência de enganadores através da fascinação e da obsessão se irrita com as críticas contra ele, porque ele sempre acreditará estar fazendo um "bom trabalho", cego está com suas próprias convicções e vaidades pessoais.
Chico Xavier era assim mesmo e uma frase em que ele, visivelmente irritado - contrariando o mito de que ele era a "mansuetude personificada" - , respondeu às acusações de que ele não teria psicografado mensagens de Jair Presente, ante as severas contradições mostradas nas cartas que levava seu nome e eram contraditas pelos amigos que conviveram com o jovem, diz muito quanto à irritação às críticas:
"Não creio que a rapaziada esteja acreditando muito no que digo. De vez em vez, escuto algum deles a dizer: ‘Mas esse Jair não tem jeito, não’. Mas isso é bobagem da grossa", é o que um irritado Chico Xavier disse, reagindo com rispidez ao ceticismo natural dos amigos de Jair Presente, que não viam qualquer aspecto pessoal do falecido nas cartas divulgadas em nome dele.
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PERGUNTA 329 DO CAPÍTULO 329 DE O LIVRO DOS MÉDIUNS
Por Allan Kardec - Tradução de José Herculano Pires - Ed. Lake
329. As reuniões de estudo são ainda de grande utilidade para os médiuns de manifestações inteligentes, sobretudo para os que desejam seriamente aperfeiçoar-se e por isso mesmo não comparecem a elas com a tola presunção da infalibilidade. Uma das grandes dificuldades da prática mediúnica, como já dissemos, encontra-se na obsessão e na fascinação. Eles poderiam, pois,iludir-se de muito boa fé quanto ao mérito das comunicações obtidas. Compreende-se que os Espíritos enganadores encontram caminho aberto quando lidam com a pessoa ignorante do assunto. É por isso que procuram afastar o médium de todo o controle, chegando mesmo, quando necessário, a fazê-lo tomar aversão a quem quer que possa esclarecê-lo. Graças ao isolamento e à fascinação, podem facilmente levá-lo a aceitar tudo o que quiserem.
Nunca repetiríamos demasiado: aí está não somente uma dificuldade, mas um perigo. Sim, podemos dizê-lo um verdadeiro perigo. O único meio de escapar a ele é submeter-se o médium ao controle de pessoas desinteressadas e bondosas, que, julgando as comunicações com frieza e imparcialidade, possam abrir-lhe os olhos elevá-los a perceber o que não pode ver por si mesmo. Ora, todo médium que teme esse julgamento já se encontra no caminho da obsessão. Aquele que pensa que a luz só foi feita para ele já está completamente subjugado. Leva-se a mal as observações e as repele, irritando-se com elas, não há dúvida quanto à natureza má do Espírito que o assiste.
Já dissemos que um médium pode carecer dos conhecimentos necessários para compreender os erros, que pode se deixar enganar pelas palavras bonitas e pela linguagem pretensiosa, deixando-se seduzir pelos sofismas, tudo isso na maior boa fé. Eis porque, na falta de suas próprias luzes, deve modestamente recorrer às luzes dos outros, segundo os ditados populares de que quatro olhos vêem melhor do que dois e de que ninguém é um bom juiz em causa própria. É desse ponto de vista que as reuniões são de grande utilidade para o médium, se ele for bastante sensato para ouvir os conselhos, porque nelas se encontram pessoas mais esclarecidas do que ele, capaz de perceber os matizes freqüentemente muito delicados, pelos quais o Espírito revela a sua inferioridade.
Todo médium que sinceramente não queira se transformar em instrumento da mentira deve procurar produzir nas reuniões sérias, levando para elas o que tiver obtido em particular. Deve aceitar com reconhecimento, e até mesmo solicitar o exame crítico das comunicações. Se estiver assediado por Espíritos enganadores será esse o meio mais seguro de se livrar deles, provando-lhes que não o podem enganar. Aliás, o médium que se irrita com a crítica, tanto menos razão tem para isso quanto o seu amor próprio não está envolvido no assunto, pois se o que escreve não é dele, ao ler a má comunicação a sua responsabilidade é semelhante à de quem lesse os versos de um mau poeta.
Insistimos nesse ponto porque se é ele um tropeço para os médiuns, também o é para as reuniões que não devem confiar levianamente em todos os intérpretes dos Espíritos. O concurso de qualquer médium obsedado ou fascinado lhes seria mais prejudicial do que útil. Elas não devem aceitá-lo. Julgamos já haver desenvolvido o suficiente para mostrar-lhes que não podem enganar-se quanto às características da obsessão, se o médium não for capaz de reconhecê-la por si mesmo. Uma das mais evidentes é sem dúvida a pretensão de estar sozinho com a razão, contra todos os demais. Os médiuns obsedados que não querem reconhecer a sua situação assemelham-se a esses doentes que se iludem quanto à saúde, perdendo-se por não se submeterem ao regime necessário.
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