domingo, 30 de agosto de 2015

O que sempre foi esperado para os líderes "espíritas"

UMBRAL, NA VERDADE, É UMA FANTASIA COMPARTILHADA POR ALMAS ATORMENTADAS NO ALÉM-TÚMULO.

O "movimento espírita" brasileiro é um caminho que supõe ser um meio menos árduo para conseguir a evolução espiritual, desde que faça da encarnação presente um roteiro de infortúnios ou de submissão à fé e espere prêmios futuros no além-túmulo, na "verdadeira vida" que, em verdade, pouco tempos noção do que se trata.

As deturpações "espíritas" tentam dar uma visão de "vida espiritual" que não é mais do que especulativa. Tentam desenvolver noções de mediunidade e de comunicação com espíritos que não vão além do âmbito da especulação ou mesmo da fraude, vide as pinturas "mediúnicas" que destoam completamente dos estilos que os pintores alegados deixaram em vida.

A "vida espiritual" é um enigma que mesmo Allan Kardec teve cautela para analisar. Ele era cauteloso e evitava especular sobre o incerto, não supunha detalhes da vida espiritual que ele mesmo não era ainda capaz de entender, pois a novidade do tema Espiritismo era algo a ser pesquisado e debatido e esse processo estava somente no começo.

Mas, no Brasil, o "movimento espírita" criou fantasias dignas de ficção científica, especulando o mundo espiritual da forma mais materialista possível, já que a religião espiritualista em que se reduziu a Doutrina Espírita é muitíssimo materialista.

Em princípio, como se vê em Nosso Lar, o mundo espiritual é narrado como se fosse um grande parque, no qual possuem alguns edifícios, uns administrativos e outros hospitalares, geralmente imponentes e parecendo mistos de shopping center com hospitais privados. As pessoas vestem roupas que lembram pijamas brancos e se comportam como se fossem "zumbis do bem".

O comportamento é bondoso, mas frio. A personalidade é sisuda, embora cordial e aparentemente generosa. Existem cargos políticos e, no caso da famosa obra do fictício "André Luiz", existe até unidade monetária, os "bônus-hora", que serve como moeda de pagamento de alimentos, mercadorias e até de ingressos para cinemas e teatros.

A maioria dos "espíritas" define esse mundo como "superior", embora há quem diga que eles são mundos ainda medianos. O umbral é visto como "inferno", mas há quem o atribua a um "purgatório". As alegorias de Céu e Inferno no "movimento espírita" são bastante confusas e contraditórias, mas a orientação predominante é que a "colônia espiritual" é o "céu" e o umbral, o "inferno".

É risível que os líderes "espíritas", pretensos sábios e sempre se apoiando por uma aparente caridade - que não raro não vai além de medidas paliativas - , se achem na certeza de que, quando desencarnarem, irão para o céu ou poderão escolher serem missionários para "completar" suas tarefas humanas às quais "falta pouco para cumprir".

Há o caso de Chico Xavier que, quando faleceu num dia de "muita felicidade para os brasileiros" - embora na verdade essa "felicidade" seja autêntica para Ricardo Teixeira, João Havelange, José Maria Marin, Marco Polo Del Nero etc - , foi considerado "espírito puro" e por isso "sem necessidade" de reencarnar.

Existe até mesmo uma lenda anunciada por "espíritas" de que o anti-médium mineiro, depois que viu seus entes queridos, ao receber o chamado de Jesus Cristo para ir para o "reino dos puros", se "evaporou" como se tivesse sido sugado por um aspirador de pó.

Isso é mito. Afinal, um anti-médium de trajetória confusa, cheio de graves contradições, acusado de pastiches literários que se confirmam em comparações e pesquisas, não pode ser considerado "espírito puro" só porque errou demais, mas era "bonzinho". Ele teve que reencarnar e, como todo líder "espírita", ficou chocado com a realidade espiritual que encontrou no além-túmulo.

Chico Xavier, como Yvonne Pereira, Antônio Wantuil de Freitas, Luciano dos Anjos, Waldo Vieira, Arnaldo Rocha, Wanda Canutti, "Tio" Nilson Pereira, Marlene Nobre e outros que na Terra compartilharam das manobras igrejistas para a Doutrina Espírita, todos eles encontraram no desenlace o "umbral" que supunham em suas mentes.

Todos tiveram algum peso na consciência, porque ficaram chocados com a ilusão que tiveram na Terra. Imaginavam um gigantesco parque com enormes prédios imponentes, com céu azul a combinar com a relva verde e muita luz ao redor, com crianças brincando, dóceis bichinhos e árvores frondosas e jardins floridos, entre outras coisas.

Não sabemos como é o mundo espiritual, mas com certeza sabemos que os líderes "espíritas" levaram um choque violento, vendo o "umbral" de suas almas, já que o vazio que se deu diante da desilusão os deixou desnorteados, confusos, atormentados ou, na melhor das hipóteses, bastante tristes e decepcionados.

Chico Xavier foi o que mais levou choque. Ele, que imaginava ser acolhido pelos seus melhores amigos e por Jesus que o convidaria para sentar no banquete dos puros, sentiu o grande choque de estar sozinho, desamparado no além-túmulo, e com a consciência bastante pesada, enquanto algum conselheiro espiritual seu lhe advertia que ele teria muito que pagar pelos erros na vida.

Quanta desilusão Chico Xavier teve, assim que retornou ao mundo espiritual. Não sabemos detalhes, mas as informações do parágrafo anterior são verídicas pelo aspecto lógico das mesmas, e é muito mais chocante para o anti-médium essa desilusão porque ele imaginava que apenas aristocratas com excesso de extravagâncias sofreriam tais choques.

Ele, o anti-médium, pela apropriação indevida que teve dos mortos, um processo que misturava ostentação publicitária, exploração sensacionalista e falsidade ideológica, representando ações que juntam oportunismo e desonestidade, viu o "horizonte" espiritual de maneira muito sombria e deprimente.

Ele, que realizou pastiches literários e ainda por cima glamourizava o sofrimento, recomendando as pessoas a aguentarem seus problemas caladas, sem questionar e, de preferência, sem sequer chorar ou gemer de dor, mas "amando" e "agradecendo a Deus", retornou ao mundo espiritual quase que de forma traumática, com a reputação rebaixada pela consciência pesada da decepção.

Isso é o que se espera para Divaldo Franco em breve, que teve o agravante de dissimular o que Chico Xavier já fazia de ruim, em poses professorais e pseudo-científicas, em verborragia envolvente, em falsa elegância de espírito, criando em si a ilusão de pureza e enobrecimento que o túmulo desmanchará de forma ainda mais devastadora.

Pois a ilusão dos "espíritos puros" da Terra, apoiados no tendenciosismo da aparente caridade, criando arremedos de superioridade moral, inteligência refinada e ação fraternal, que no fundo escondem mistificações e moralismos traiçoeiros, ela pode ser considerada indiscutível aos olhos materialistas de seus seguidores.

No entanto, com a morte, essas lideranças veem ruir, como um prédio em implosão, suas ilusões uma a uma, que lhe davam a falsa certeza de que encontrariam áreas paradisíacas e os convites de Jesus e de Deus Pai para o jantar dos puros e justos.

Pela injustiça que fizeram através da desonestidade doutrinária, eles acabam sofrendo um desfecho ainda mais chocante quando voltam à "pátria espiritual", se decepcionando com o nível de recepção, ou melhor, de falta de recepção que encontram no além-túmulo.

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