segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

"Espiritismo" estabelece limites para a caridade

A CARIDADE DOS "ESPÍRITAS" APENAS MINIMIZA CASOS EXTREMOS DE MISÉRIA E FOME, SEM NO ENTANTO AJUDAR PROFUNDAMENTE NA VIDA DE ALGUÉM.

O "espiritismo" se considera a "religião da bondade". Um movimento religioso conservador e com práticas irregulares, para as quais se usa o pretexto da "caridade" para permiti-las e manter as contradições graves que fazem os "espíritas" estarem em desvantagem com católicos e evangélicos que, pelo menos, não cometem desonestidade doutrinária.

Os "espíritas" bajulam Allan Kardec, pedagogo de formação iluminista, mas praticam um igrejismo medieval herdado do Catolicismo do Brasil colonial, por sua vez introduzido por jesuítas portugueses de práticas medievais muito rigorosas e cruéis. Essa constatação é confirmada pela prática que o "movimento espírita" faz como a evocação de espíritos de jesuítas e católicos diversos.

Diante dessa desonestidade doutrinária que faz os "espíritas" estarem mais próximos do imperador romano Constantino, fundador da Igreja Católica na Idade Média, do que de Kardec, o "movimento espírita" só pode se apoiar num perfil e numa conduta conservadores, comprovada pelos artigos, palestras e publicações associadas a essa doutrina.

E isso influi no estabelecimento de restrições para a caridade, o que indica a surpreendente afinidade que o projeto educativo da Mansão do Caminho, do festejado Divaldo Franco - considerado "maior filatropo do Brasil" sem beneficiar mais do que 0,01% da população brasileira - , com a retrógrada Escola Sem Partido proposta pelo governo do presidente Michel Temer.

Sim, a caridade "espírita" tem limites, embora seus palestrantes façam todo tipo de esforço para dizer o contrário. Afinal, diante da apologia ao sofrimento humano e à condenação da individualidade, vista como um suposto capricho materialista de cada pessoa, o "espiritismo" já estabelece um padrão de "caridade" a ser aceito, praticado e estimulado. Vejamos:

1) AJUDAR OS NECESSITADOS DE FORMA PATERNALISTA E PALIATIVA - O "espiritismo" apela para determinar papéis para o teatro da filantropia: pobres e miseráveis pateticamente resignados e submissos, ricos paternalistas que apenas "ajudam um pouco". A ideia é ajudar apenas de forma a evitar efeitos extremos das desigualdades sociais, fazendo com que estas fossem mantidas dentro de níveis socialmente aceitáveis.

2) ACEITAR A EXPLORAÇÃO DE ALGOZES - A "caridade" estranhamente festejada pelos "espíritas" é aquela em que a pessoa de menor status está sujeita à exploração abusiva e tirânica de algozes de algum status superior. Ser escravo da tirania alheia e alvo de humilhações parece divertir os "espíritas" que, no seu juízo de valor, acham que submeter-se aos abusos de alguém é "caridade" e uma "excelente prova para a evolução espiritual".

3) CONVIVER COM ARRIVISTAS - Ajudar os pobres? Só dentro de duas condições: seja o pobre extremo, em condições frágeis, só para evitar os efeitos extremos das desigualdades sociais, (efeitos que trariam dívidas sociais sérias para as elites), seja o pobre arrivista que se entrega a valores e métodos retrógrados de ascensão social. Como o pobre rapaz de vida modesta e digna que é forçado pelas circunstâncias a aceitar as chamadas "periguetes" a pretexto de ensinar "valores nobres" a elas, normalmente surdas da valores que fogem do recreio orgiástico a que elas estão acostumadas.

Os "espíritas" apelam para aceitar infortúnios e desgraças e até a agradecer a quem deixa os sofredores em desgraças. A cada vez mais os "espíritas" se mostram identificados com a Teologia do Sofrimento católica e o quanto isso é comprovado em textos, palestras e publicações, da forma mais explícita possível, embora nunca assumida no discurso.

Isso mostra que o "espiritismo" nunca foi uma religião progressista, e que ele está muitíssimo distante de Allan Kardec, por mais que tente bajulá-lo. Mas as traduções igrejistas de Guillon Ribeiro e Salvador Gentile ajudam na brincadeira, oferecendo um Kardec "catolicizado" que serve para os roustanguistas enrustidos brincarem de serem "kardecianos". E tudo isso criando uma roupagem de "bondade" que, mesmo assim, só se manifesta de maneira restritivae condicional.

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