LIVRO DO JURISTA GERALDO MONTEDÔNIO BEZERRA DE MENEZES, SOBRE O PAI, TAMBÉM JURISTA.
Até agora um mistério ronda o sobrenome Bezerra de Menezes. Pode ter sido um grande clã, originário do Nordeste, sobretudo no Ceará, e com descendências no Estado do Rio de Janeiro. Mas, infelizmente, o nome do dirigente "espírita" Adolfo Bezerra de Menezes ainda está desvinculado a outras personalidades do mesmo nome, sem qualquer tipo de explicação.
Rotulado erroneamente como o "Kardec brasileiro", já que Adolfo Bezerra de Menezes preferiu a deturpação de Jean-Baptiste Roustaing, o "médico dos pobres" parece isolado de outros personagens do clã Bezerra de Menezes, como se o "movimento espírita" lhe garantisse uma distinção que o impedisse de se misturar com os demais membros do clã.
Há muito mistério na vida do dr. Bezerra de Menezes e isso ocorre de forma inexplicável. Afinal, Bezerra era contemporâneo de Joaquim Nabuco e Machado de Assis, figuras que dispõem de fartos dados biográficos. Bezerra teria sido um parlamentar com algum destaque na vida política brasileira, além de ter sido médico e militar de considerada reputação no Segundo Império.
Não há uma biografia isenta, imparcial, que mostrasse não só qualidades, mas defeitos, sobre o dr. Bezerra. E isso impede uma compreensão de sua vida desprovida de paixões religiosas, que fazem com que o dirigente "espírita" seja tratado como se fosse a versão brasileira do Papai Noel.
Isso é chocante, porque o "espiritismo" brasileiro se define como um movimento simpático à ciência, à busca do Conhecimento e diz apreciar os trabalhos intelectuais, a visão isenta dos fatos, o raciocínio investigativo e a análise da realidade. Mas, na prática, faz o contrário de tudo isso, até de forma aberrante.
Qual o parentesco do médico "espírita" Adolfo Bezerra de Menezes com o jurista fluminense Geraldo Montedônio Bezerra de Menezes? É leviano relacionar o médico "espírita" ao jurista católico, ligado ao Centro Dom Vital (instituição de Jackson de Figueiredo e Alceu Amoroso Lima)? Não é, e além do mais o "médico dos pobres" também era um católico devoto.
E, mais uma vez, se queixa de não haver dados biográficos objetivos sobre Adolfo Bezerra de Menezes, enquanto sobram estórias fantasiosas feitas para fortalecer o mito "filantrópico" e a imagem "santificada" do ex-presidente da Federação "Espírita" Brasileira.
Existe até mesmo supostas mensagens espirituais de Adolfo Bezerra lançadas por Chico Xavier e Divaldo Franco foram divulgadas de forma tendenciosa, diante da crise da cúpula da FEB e como forma de se vingar de Luciano dos Anjos, um dos membros dirigentes da federação, que denunciou que Divaldo teria iniciado suas "psicografias" plagiando as de Chico.
O tom tendencioso era de que o suposto Adolfo Bezerra de Menezes se "arrependeu" do roustanguismo - defendido por Luciano dos Anjos - e pedia para os "espíritas" se "kardequizarem", adotando uma postura supostamente "fiel" a Allan Kardec. Só que o igrejismo ficava latente com a expressão "kardequizar", que sugere um trocadilho com a palavra "catequizar".
As manobras "psicográficas" de Chico e Divaldo para mostrar um "dr. Bezerra" supostamente fiel a Allan Kardec deram origem à postura "dúbia" do "movimento espírita" de hoje, que faz juras de suposta fidelidade e respeito ao pensamento kardeciano, mas continua investindo em deturpações de cunho igrejista.
Além disso, é pouco provável que Adolfo Bezerra de Menezes realmente tenha deixado de reencarnar, como é a visão oficial do "movimento espírita". É muito provável que ele reencarnou, sim, e estaria hoje provavelmente na sua segunda reencarnação depois de 1900, talvez um jovem de cerca de 25 anos de idade.
Há também a necessidade de esclarecer a árvore genealógica da família Bezerra de Menezes, sem a separação de Adolfo Bezerra de outros familiares. Além do mais, que mal tem ligar o médico "espírita" a juristas católicos se o próprio doutor Bezerra também foi católico?
É preciso que se avalie a trajetória de Adolfo Bezerra de Menezes sem escorregar na areia movediça do deslumbramento religioso e das tentadoras ilusões da "bondade" religiosa. É preciso ver o "movimento espírita" sem deslumbramento, e não adianta fingir isenção e imparcialidade e depois sucumbir a tais ilusões. É preciso ter coragem para ver a realidade, nem sempre doce e meiga, do biografado.
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