domingo, 29 de março de 2015

A "Data-Limite" apostou na "psicologia do terror"


É uma grande brincadeira de mau gosto. Cria-se uma "psicologia do terror", prenunciando catástrofes, maus presságios, ameaças, tudo para assustar as pessoas e fazê-las cada vez mais temerosas e submissas. É uma forma habilidosa de manipulação do inconsciente coletivo.

Estamos falando de George W. Bush? Pode parecer que sim, afinal o antigo chefe estadunidense tornou-se famoso pelo discurso de "combate ao terror" que fazia os Estados Unidos da América, a "nação mais poderosa do planeta" e "atual coração do mundo" (sim, isso mesmo), gastar milhões e milhões em material bélico para operações de guerra em outros países.

Mas se trata da "maravilhosa profecia" de Francisco Cândido Xavier, ele que parecia duvidar que o Primeiro Mundo, conhecido pelos seus conflitos e catástrofes naturais, fosse caminhar para um tempo de paz. Daí a narrativa assustadora que "consolou" (?!) muita gente, já que praticamente se derrubavam os portões do Primeiro Mundo para o Brasil querer mandar no planeta.

Lembrando aqueles relatos dos pais aos filhos, muito comuns em conversas do interior, em que filhos obedientes eram avisados de que poderiam ser sequestrados pelo "homem do saco" que andava pelas ruas à noite ou pelo lobisomem escondido na mata, Chico Xavier interpretou seu sonho dorminhoco como se fosse "um aviso para o mundo".

Aqui já descrevemos a história toda, que muito pescador teria adorado relatar, e a patriotada de Chico Xavier queria que o Brasil fosse a nação mais poderosa do planeta, desejo que ele manifestava desde que lançou Parnaso de Além-Túmulo, em 1932 e tornou mais explícito quando lançou, usando o nome de Humberto de Campos, o livro Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho.

Pois, após todo o catastrofismo chiquista, descobre-se, porém, que seu "mentor", Emmanuel, em seguida revela toda a "brincadeira", com o argumento que parece verossímil, descrito em suposta entrevista: "As profecias são reveladas aos homens para não serem cumpridas. São na realidade um grande aviso espiritual para que nos melhoremos e afastemos de nós a hipótese do pior caminho".

Cria-se toda uma narrativa de terror, com a Natureza furiosa só porque o "velho mundo" foi tomado de operações bélicas e ataques terroristas, deixando o Hemisfério Norte inabitável e causando pânico a europeus, norte-americanos e asiáticos que se atropelariam nos aeroportos e portos marítimos, para depois dizer, com "categoria", que tudo não passou de uma pegadinha?

A desculpa do "aviso espiritual" não procede, porque esses relatos são capazes de fazer com que muitas pessoas sofressem um infarto fulminante, só pela ideia de que a qualquer momento um maremoto vai destruir a cidade onde mora.

Isso simplesmente não se faz. E revela o quanto Chico Xavier às vezes adota posturas bastante grosseiras. E tudo isso para "pedir fraternidade" às pessoas. E papéis de jornais e livros e filmagens gastas à toa, só para dar um "tom científico" a supostas profecias que não passam do mesmo lero-lero religioso, apenas para impor a teocracia brasileira "na marra".

Com isso, o projeto do Império Romano redivivo pela nação do "Brasil Coração do Mundo" continua em pé, seja ou não seja destruído o Hemisfério Norte. Como o próprio Chico Xavier disse: Em todas as duas situações (com ou sem destruição do "velho mundo"), o Brasil cumprirá o seu papel no grande processo de espiritualização planetária".

Resta saber quem serão os novos imperadores Constantinos e os novos sacerdotes Tomás de Torquemada que "florescerão" no território brasileiro, se tomarmos como certa a "maravilhosa profecia" de Chico Xavier.

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