quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

A "caridade" condenável de Divaldo Franco

DIVALDO FRANCO ACUMULANDO TESOUROS NA TERRA.

Que celeiro de muito charlatanismo e muitas obras fake é o "espiritismo" brasileiro, que levou longe demais a deturpação do legado espírita original, e as pessoas, tomadas de cegueira emocional, em nenhum momento conseguem perceber!

Se ao menos os jornalistas dos movimentos de esquerda agissem e repudiassem os "médiuns espíritas", investigando suas irregularidades, seria alguma coisa. Devemos lembrar às esquerdas que os neopentecostais também lhes foram aliados e a desilusão foi bem menos dolorosa, cabendo questionamentos e investigações mais severas contra seus pastores, antes chamados de "neoPTcostais" pelo apoio, embora condicional, ao governo Lula.

Por que, então, tanto mimimi diante dos "médiuns espíritas"? Por que o silêncio quando se viu Divaldo Franco ao lado de João Dória Jr.? Que silêncio é esse diante do fato verídico de que foi no Você e a Paz que ocorreu o lançamento oficial da "farinata" do prefake de São Paulo? E o que fez Divaldo Franco ao chamar o farsante Sri Prem Baba, o guru dos tucanos, para se apresentar no Você e a Paz?

As esquerdas, tolas, ainda publicam colunas "espíritas" que poderiam muito bem ser escritas na revista Época, na Folha de São Paulo ou em algum jornal conservador do interior do país. Um deslumbramento em torno de Francisco Cândido Xavier e Divaldo Franco e suas pretensas imagens de "filantropos" montadas como dramaturgia da Rede Globo, eles cuja "corajosa caridade" não é mais do que um precursor dos "projetos sociais" do apresentador Luciano Huck.

Fala-se que os "espíritas" praticam Assistência Social, que traz profundas transformações sociais. Mentira. Se assim isso fosse, o Brasil seria um país próximo das nações escandinavas, em relação à qualidade de vida das classes populares. Pela grandeza que se atribui oficialmente aos "médiuns espíritas", os resultados deveriam ter sido melhores. Pelo contrário, eles pioraram e o Brasil sofreu muitos retrocessos. E olha que se endeusa demais esses deturpadores do Espiritismo!

O que esses "médiuns" fizeram ou fazem é Assistencialismo. É fácil, pelo malabarismo discursivo e pela arte de embelezar falácias, fazer pouco e dizer que faz muito. Os políticos já são hábeis nessa manobra. Alojar um punhado de pobres e doentes, dar comida e sustento é até bom, mas não resolve as condições da dependência humana.

Isso se dá na mesma forma que projetos pedagógicos que até ensinam a ler, escrever e trabalhar, mas sob o preço do proselitismo religioso e das "recomendações" para ser uma pessoa submissa e resignada ante muitos problemas da humanidade. E a Mansão do Caminho adota projetos educativos que não destoam dos princípios defendidos pela neo-medieval Escola Sem Partido.

HERCULANO PIRES AVISOU

Aliás, o responsável da Mansão do Caminho, Divaldo Pereira Franco, foi reprovado por José Herculano Pires, que não é alguém de caluniar nem de dizer desaforos gratuitos. Ele havia manifesto preocupação com o crescimento vertiginoso do "médium" baiano, na década de 1970, reconhecido como farsante e oportunista.

Uma carta de Herculano Pires ao colega jornalista Agnelo Moreto deu o alerta, o que mostra o quanto o tempo pode provocar desastres tremendos levando às alturas da idolatria extrema e unânime figuras que não merecem a menor confiabilidade. Pois as pessoas que hoje se simpatizam com Divaldo devem se alertar diante desse trecho bastante contundente e verídico:

"Do pouco que lhe revelei acima você deve notar que nada sobrou do médium que se possa aproveitar: conduta negativa como orador, com fingimento e comercialização da palavra, abrindo perigoso precedente em nosso movimento ingênuo e desprevenido; conduta mediúnica perigosa, reduzindo a psicografia a pastiche e plágio – e reduzindo a mediunidade a campo de fraudes e interferências (caso Nancy); conduta condenável no terreno da caridade, transformando-a em disfarce para a sustentação das posições anteriores, meio de defesa para a sua carreira sombria no meio espírita".

O "caso Nancy" se refere a uma das "bandeiras" pseudo-proféticas que Divaldo divulga em suas palestras, as "crianças-índigo". Ela foi uma farsa criada pela vidente mercenária Nancy Ann Tappe, nos EUA, e ampliada por seus compatriotas Lee Carroll e Jan Tober. Uma farsa esotérica que, no país de origem, é considerada risível, mas que aqui ela é tida como "profecia futurista", sendo fundida com outra "profecia" duvidosa, a do "Brasil, Coração do Mundo e Pátria do Evangelho".

Essa patriotada "profética", que Chico Xavier jogou na conta de Humberto de Campos (que nunca embarcaria num embuste desses), é corroborada por Divaldo Franco, que inseriu ali as "crianças" criadas por Nancy. Mas tanto o projeto de "nação" de Chico quanto as "crianças" de Nancy, Lee, Jan e Divaldo são perigosos. A primeira sugere uma supremacia político-religiosa nos moldes do Império Romano / Catolicismo medieval, as segundas sugerem uma confusa discriminação, um "balaio de gatos" que envolve de prodígios intelectuais até vândalos.

A "caridade" condenável de Divaldo Franco deve chamar atenção, assim como a aberrante perversidade de Chico Xavier diante das "cartas dos familiares mortos", a "maior caridade" que se revelou cruel, por ostentar e prolongar as tragédias familiares, divulgar cartas fake e fazer o seu nome em cima do sofrimento dos outros.

O caso de Divaldo Franco, que deixa a Mansão do Caminho à própria sorte para fazer turismo pelo planeta, brincando de ser "líder pacifista" para os olhos das autoridades do mundo inteiro, tudo à mercê de uma comercialização de palavras, nos faz pensar na declaração de Herculano. A situação é grave a ponto de se tornar preocupante tanta idolatria que se dá a Divaldo, mesmo entre as esquerdas que não prestaram atenção nas aparições dele ao lado de João Dória Jr. e Sri Prem Baba.

Divaldo é definido pela "conduta negativa como orador" e "conduta condenável no terreno da caridade". É um oportunista que se promove às custas do Assistencialismo, usando a "filantropia" para forçar a aceitação pública como deturpador do Espiritismo. Divaldo Franco desfigurou os ensinamentos espíritas originais e, cinicamente, ainda viaja para Paris, Roma, Londres, Nova York, Helsinque para receber prêmios por causa de um simples "balé das palavras".

A "caridade" de Divaldo Franco quase nada ajudou. Em mais de 60 anos, a Mansão do Caminho só ajudou 0,0012% da população brasileira. Isso, em termos estatísticos, é igual a ZERO. Os defensores de Divaldo Franco tentam explicar, em vão, o título risível de "maior filantropo do Brasil", dado de graça pela Rede Globo (claro, é a emissora reaça capaz de exaltar Sérgio Moro e companhia) não pelos resultados mostrados, porque é o tipo de "caridade" defendido por ela e hoje praticado também por Luciano Huck.

Os defensores de Divaldo Franco, porém, não escondem que estão defendendo mais um ídolo religioso do que os resultados sociais apresentados. Chegam mesmo a desprezar quem foi beneficiado (pouquíssimos, e de forma mais medíocre do que se imagina), na sua obsessão de proteger um prestígio de um ídolo religioso que não pode ser questionado.

Com base em Herculano, observa-se o quanto se produziu ilusões em torno de Divaldo, com toda a pieguice emotiva nos seus relatos e causos, com o açúcar em doses diabéticas de sua oratória, seus depoimentos e seus apelos emocionais. Tudo isso para permitir que um "médium" (aliás, não um, mas dois ou mais, nos lembremos de outro deturpador pioneiro, Chico Xavier) deturpasse o Espiritismo, traísse o legado de Kardec e ainda por cima se passar por um de seus "mais fiéis seguidores".

Quanto cinismo, quanta hipocrisia...

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