sexta-feira, 12 de agosto de 2016
A ascensão dos fascistas no Brasil
Eles atuavam na Internet desde, pelo menos, o final dos anos 1990. Em 2005, já eram reacionários, mas se autoproclamavam "progressistas". Mas, nos últimos anos, eles se mostram tão claramente fascistas que se tornam uma séria ameaça social para um país desorientado como o Brasil.
Diante de vários casos de cyberbullying e violência nas ruas, a truculência dos reacionários que defendem o "estabelecido", desde uma gíria imposta pela mídia ("balada", difundida pelo lobby Rede Globo / Jovem Pan) ou arbitrariedades imposta supostamente pela "mobilidade urbana" (pintura padronizada nos ônibus e dupla função motorista-cobrador) até comentários racistas e machistas, é um fenômeno que causa perplexidade mesmo entre parte da direita brasileira.
Contrariando o suposto otimismo dos "espíritas", a ascensão dos fascistas pode colocar o Brasil em posições ainda mais retrógradas na comunidade das nações. Além disso, o governo ultraconservador de Michel Temer e a corrupção nos poderes Legislativo e Judiciário, que, sob o pretexto de "combaterem a corrupção", manipulam as leis apenas para os interesses de grupos privilegiados.
Animados com a onda de ódio contra os programas relativamente progressistas do Partido dos Trabalhadores, vários setores da sociedade brasileira começaram a reivindicar pautas retrógradas, apoiadas de imediato pelo presidente interino Michel Temer ou por seus ministros, parlamentares e empresários associados.
Vieram então pautas reacionárias, envolvendo machismo, obscurantismo religioso, economia privatista, pedagogia medieval e outras causas que não haviam desaparecido de todo mesmo com o fim da ditadura militar e, latentes desde 1985, voltaram com toda a força se aproveitando da onda de intolerância a tudo que soar progressista e contrário aos interesses das elites.
É uma situação descontrolada. Juristas, juízes e advogados manipulando parcialmente as leis para defender as causas dos amigos e combater tudo que estiver associado ao PT. Parlamentares acusados de corrupção, com provas muito mais consistentes e verdadeiras do que as que se atribui a Dilma Rousseff, presidenta condenada por uma onda de boatos. Políticos sem escrúpulos em defender perdas para as classes trabalhadoras.
Junto a isso, existe até um projeto pedagógico que pretende apresentar a Idade Média para o Brasil, a Escola Sem Partido, que afronta artigos da Constituição Federal e impõe censura ao trabalho dos professores. Além disso, movimentos que respaldam o direitismo já criam grupos que fazem alusão à violência, como os Revoltados On Line e os Gladiadores da Fé da Igreja Universal do Reino de Deus, isso para não dizer os próprios fãs de Jair Bolsonaro, a truculência em pessoa.
É um cenário sombrio no Brasil, no qual os "espíritas" não só estão complacentes como demonstraram até mesmo apoio. Um exemplo é o livro O Partido: Projeto Criminoso de Poder, de Robson Pinheiro, é uma alusão sutil ao PT e às passeatas dos "coxinhas" (reacionários de classe média que se manifestaram vestindo camisas da CBF, por sinal entidade do futebol brasileiro marcada pela corrupção).
O "Correio Espírita" também definiu as passeatas dos "coxinhas" como "momento de despertar político dos jovens". Outras fontes "espíritas" atribuem a tais eventos como "libertação" e "despertar da humanidade contra os abusos do egoísmo humano".
Mas até Francisco Cândido Xavier defendeu o golpe de 1964, a ditadura militar no auge e a eleição de políticos conservadores (como Fernando Collor) alegando que tais cenários políticos "trabalhavam em favor da sociedade". Se vivo fosse, Chico Xavier teria defendido o "Fora Dilma" e apelado para que "orássemos em favor" de Michel Temer.
No entanto, se vê, nestas manifestações, qualidades negativas que os próprios "espíritas" dizem condenar: o ódio, a revolta, a violência. Houve gente mostrando nádegas nas ruas, num ato puramente grotesco. Houve exibições de símbolos nazi-fascistas e até mesmo duas senhoras descansaram mostrando um cartaz que diz "Por que não mataram todos em 1964?".
Pessoas sado-masoquistas que preferem ver o Brasil ser extinto do que ser governado pelo PT. Existe até mesmo a palavra-chave, no Twitter, chamada #TemerMelhorQuePT. Pessoas que preferem ver a Petrobras extinta depois de adquirida por alguma das "seis irmãs" do cartel internacional de petróleo (provavelmente a estadunidense Chevron, negociada pelo ministro das Relações Exteriores, José Serra). Gente que prefere pagar mais caro achando que nada têm a perder.
Enquanto isso, aumentam os assaltos nas ruas das grandes cidades nos últimos meses e o cenário da plutocracia pode mudar do sonho para o pesadelo. Poderá haver guerra civil, pobres e ricos poderão se confrontarem nas ruas, e a chamada plutocracia (sociedade de privilegiados) poderá também sofrer suas graves perdas diante desse cenário desolador que será o governo Temer, se efetivado.
Especialistas sérios definem Michel Temer dentro do estilo do político que sempre encerra seu mandato presidencial deixando o país com grave crise econômica, com a inflação atingindo índices elevados. Isso porque o próprio Temer comprovou realizar gastos descomunais com aliados, em valores financeiros superiores àqueles que o presidente interino prometeu economizar com os cortes de gastos e com medidas de austeridade econômica.
Os fascistas já acumulam fichas policiais. Jornalistas do mundo inteiro chamam a atenção de todo o processo de retrocessos sociais no Brasil, envolvendo mídia, internautas, políticos, religiosos, juristas e empresários comprometidos com esse catastrófico cenário político.
Isso tudo já derruba as profecias tão tendenciosamente difundidas pelos "espíritas" de que o Brasil passaria por um período de regeneração a partir de 2012 para, em 2019, iniciar seu caminho para ser o tal "Coração do Mundo". Além disso ser uma grande besteira, observa-se um quadro inverso, de profundos retrocessos sociais simbolizados pelas forças sociais que assumiram o poder nos últimos meses.
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