quarta-feira, 12 de abril de 2017
O perigo que o "espiritismo" brasileiro representa até na crise
O "espiritismo" brasileiro está numa séria crise, mas nem por isso a doutrina igrejeira deixa de oferecer perigo. O Brasil é refém dos deturpadores que controlam a Doutrina Espírita e mesmo seu discurso de "fraternidade" não pode atenuar seu caráter traiçoeiro e mesquinho.
O desespero com que os palestrantes e ideólogos "espíritas" sofrem, com aquilo que entendem como a perda da posse da verdade e a perda do passaporte para o Céu, os faz apelar para tudo. Passam a exaltar os ativistas sociais autênticos, bajulam também os espíritas autênticos, e, acuados, ainda fazem falsas promessas de que "entendem seus erros e por isso irão aprender melhor a obra de Allan Kardec".
Foi esse papo furado que fez com que o "movimento espírita" entrasse na "fase dúbia" que, diante das pressões de um neo-roustanguismo calcado na Teologia do Sofrimento, não quer arredar a área. A demagogia de fingir assumir os erros e prometer "estudar Kardec" é a falácia usada principalmente por "grandes espíritas" que, na véspera, se achavam com a "verdade" em suas mãos.
A ideia é correr atrás do próprio rabo e fazer com que a deturpação se "resolva" mantendo a deturpação. Os "espíritas" seguem o vício brasileiro de ficar usando desculpa para tudo. Criam tantas contradições que se contradizem até quando tentam resolver - ou dizer que resolverão - as próprias contradições.
No primeiro momento, alegam que seu "espiritismo" é catolicizado por causa das "afinidades com os ensinamentos cristãos". Noutro, acham que exageraram na dose e prometem "entender melhor a ciência espírita". Num dia se acham seguros de seus pontos de vista. No outro, alegam que são "falíveis". Mas, no fundo, sempre arrumam rodeios para ficarem com a palavra final e se livrarem de qualquer impasse.
Temos que questionar até quando palavras como "amor", "caridade" e "fraternidade" saltam nas retóricas "espíritas". Isso porque nós preferimos o ódio a essas belas qualidades? Não, até porque, no fundo, a Teologia do Sofrimento que tanto ocupa os postulados dos "espíritas" brasileiros, mais próximos do imperador Constantino do que de Kardec, já começa a pregar o "remédio acima da dose", rogando ao sofredor uma cruz maior do que suas capacidades.
Essa overdose de desgraças que os "espíritas" tão sorridentemente defendem, alegando que o sofrimento de décadas é "pequeno" diante das "bênçãos à espera na eternidade", cria mais condições de ódio, já que o sofredor, além de encarar sobressaltos, frustrações, empecilhos e ameaças constantes, sem poder controlar seu próprio destino, perde qualquer motivação para ter paciência ou esperança para qualquer coisa.
A hipocrisia que representa a "fase dúbia" do "movimento espírita" e todo seu espetáculo de palavras bonitas se revela, infelizmente, o sucesso pleno daqueles que usurparam o legado kardeciano e hoje se acham donos do Espiritismo. A hipocrisia é tanta que são eles que esperam que a recuperação das bases espíritas originais sempre esteja nas mãos dos deturpadores, sob o pretexto da "fraternidade". Lamentável.
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