terça-feira, 11 de abril de 2017
Desesperados, deturpadores do "espiritismo" apelam para espíritas autênticos
A deturpação da Doutrina Espírita tornou-se uma armação tão bem sucedida que, até certo ponto, todo um repertório de contradições é mantido coexistindo ideias antagônicas entre si apenas pela desculpa da "fraternidade" e do "equilíbrio".
Como lobos em pele de cordeiro, os deturpadores do Espiritismo podem ser roustanguistas e dizer que "são fiéis a Allan Kardec", praticando um igrejismo extremado que vai contra a Codificação. Têm a sorte da desinformação constante entre os brasileiros e o discurso de apelo à emoção que usa palavras agradáveis como "fraternidade".
Com o agravamento da crise no "movimento espírita", os seus membros mais prestigiados em seu meio tentam agora correr para evocar figuras realmente humanistas e, ironicamente, de outras religiões, como Dom Paulo Evaristo Arns e Martin Luther King, e espíritas autênticos como Deolindo Amorim (pai do jornalista Paulo Henrique Amorim) e José Herculano Pires (sobrinho do contador caipira Cornélio Pires).
Apavorados ao ver que suas ideias foram identificadas como a leitura "espírita" da Teologia do Sofrimento e, por conseguinte, também ao moralismo de Jean-Baptiste Roustaing, os deturpadores não se satisfizeram em exaltar Allan Kardec, Jesus de Nazaré e Erasto, mas criar outros alvos de bajulação, dos mais diversos, atingindo personalidades íntegras e progressistas.
É muito constrangedor ver que tais palestrantes ora dizem para o povo "deixar de ser besta", fazendo de seu público um bando de bestas. Ou elogiar, em um momento, a "surpreendente atualidade" de Kardec e, em outro, exaltar a "luminosidade" de Chico Xavier. Ou reproduzir alertas de Erasto, num dia, e textos inteiros de Emmanuel, em outro.
Ser contraditório não é ter equilíbrio e ninguém é fraterno pela contradição. Não dá para costurar ideias antagônicas com o aparato da "solidariedade". É muito fácil criar um balé de belas palavras, misturando ideias antagônicas e argumentos confusos e dizer que faz "coerência espírita" apenas porque pronuncia palavras como "amor" e "fraternidade".
Mas isso vai contra os postulados de Allan Kardec e em seus livros há muitos alertas sobre os deturpadores, principalmente pelo fato destes apelarem para o "amor" e a "caridade" para impor sua mistificação, seduzindo facilmente as pessoas que se deixam levar pelo mel das palavras. Não foi por falta de aviso que o legado de Kardec foi desmontado no Brasil. E a hipocrisia só aumenta quando os deturpadores tentam se apoiar nos espíritas autênticos para sobreviver.
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