sexta-feira, 2 de dezembro de 2016
"Protegido" por "centro espírita", bairro de Salvador vive a tirania do tráfico
Reportagem publicada no UOL no último dia 22 mostra que, em Salvador, o poder do tráfico num de seus bairros mais perigosos, o Nordeste de Amaralina, faz com que ele figure nos noticiários policiais diários com uma frequência assustadora, competindo com o subúrbio ferroviário, a região de Beiru e o bairro de Pau da Lima (onde fica a Mansão do Caminho).
Essas regiões são consideradas as mais perigosas e nelas há muitos homicídios e roubos. Para piorar, o Nordeste de Amaralina - um complexo de favelas localizado no famoso bairro litorâneo de Amaralina - sofre a tirania dos traficantes, que fazem ameaças a quem fizer algum boletim de ocorrência na delegacia do bairro.
Um morador chegou mesmo a voltar para a 28 Delegacia Territorial, que opera no local, para cancelar um boletim de ocorrência que tinha feito antes. O morador estava com muito medo, sabendo das ameaças dos traficantes, que estão bem informados sobre quem entra e sai no bairro, quem é preso ou solto e sobre os trabalhos feitos pela delegacia.
A questão é tão grave que até a imprensa é desaconselhada a fazer matéria sobre o tráfico. Os moradores não podem fornecer informações, há uma vigilância rigorosa dos traficantes, que podem cometer as piores represálias, como é de praxe. Os traficantes possuem câmeras instaladas no local e usam celulares para monitorar as ações dos moradores. Até briga de vizinhos não pode ser registrada na delegacia. Os traficantes não querem a polícia entrando no Nordeste.
A situação chegou ao ponto do SINDPOC, Sindicato dos Policiais Civis do Estado da Bahia, pedir ao comando da Segurança Pública do governo estadual para mudar a delegacia para outro bairro, devido ao perigo representado pela ameaça dos criminosos.
O Nordeste de Amaralina se situa numa área próxima a um "centro espírita". Paulo e Estevão, próximo a uma das esquinas de acesso ao perigoso bairro. É ilustrativa a localização de muitos "centros espíritas" em lugares considerados perigosos.
Em Niterói, por exemplo, a existência de dois "centros espíritas", um no entorno da rua Mariz e Barros e outro na Av. Sete de Setembro, praticamente "fecham as nuvens" no bairro de Santa Rosa, no entorno de toda a rua Dr. Mário Viana. A área, conhecida como Viradouro, é alvo de constantes tiroteios que já fizeram o trânsito de veículos recuar várias vezes, sobretudo durante o dia.
"Espíritas" tentam explicar que a localização de "centros espíritas" em áreas decadentes e perigosas é para "trazer luz, boa nova e esperança aos necessitados". Só que a religião, marcada pela desonestidade doutrinária herdada do roustanguismo, deixa ela mesma se corromper pelas más energias e nada contribui para transformar áreas perigosas em "ambientes de amor e luz".
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