segunda-feira, 16 de maio de 2016

Rede Globo manipula as mentes e influi até no "espiritismo"


A influência da Globo se verificou na campanha pelo impeachment de Dilma Rousseff, até de maneira escancarada. Só o episódio da tentativa do presidente interino da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão, anular o processo de expulsão da presidenta, fez a Globo reagir de maneira hipnotizante.

Jornalistas com semblante tenso e uns com expressões de prantos narravam a anulação do processo de impeachment, fazendo o expectador se envolver emocionalmente na revolta por ver a governante repudiada pela Globo ter tido chances de permanecer no poder.

O clima rancoroso contra Dilma Rousseff, Luís Inácio Lula da Silva e o Partido dos Trabalhadores (PT) em geral é uma campanha midiática comandada pela Globo - embora os textos rancorosos sejam primeiro expressos pela revista Veja, do Grupo Abril - para confundir uma saudável oposição política (ninguém é obrigado a ser petista nem esquerdista) com intolerância e ódio.

Esse é só um exemplo de como uma grande corporação midiática é capaz de manipular as mentes das pessoas, com o agravante de que ela atinge setores sociais que aparentemente se declaram opositores da empresa dos irmãos Marinho.

Recentemente, a Globo fez o "milagre" de transformar um time espanhol em "time carioca", já que o Barcelona, por ter como um dos craques o festejado Neymar, criando um "hábito" de fazer os brasileiros torcerem pelo "Barça" tal como se torce pelo Flamengo, Fluminense, Botafogo ou Vasco.

A Globo influi no gosto musical ruim das pessoas, associado a derivados da música brega, a música comercial lançada nos anos 1960 e hoje hegemônica no mercado. Influi até mesmo no vocabulário popular, difundindo gírias como "balada" e "galera" e substituindo a palavra "freguês" pela "cliente".

Se esse aspecto de manipulação do vocabulário popular - que lembra o processo da "novilíngua" narrado por George Orwell em 1984 - não é reconhecido pela sociedade, a forma de perceber o mundo pelos filtros da Globo pelo menos é tem reconhecimento por parte dela.

A ficção enrustida que é o Jornal Nacional, em que há um roteiro de "notícias bombásticas" combinando com outras "mais leves", diante dos gestos calculados dos apresentadores e do texto escrito para envolver e manipular o telespectador, exprime de maneira clara esse tom controlador, já que o JN dificilmente convence como um noticiário com um mínimo de transparência.

Quatro apresentadores são decisivos para manipular o inconsciente coletivo: William Bonner, Luciano Huck, Fausto Silva e Galvão Bueno. Da gíria "balada" - símbolo do empobrecimento da linguagem brasileira, uma gíria criada pela alta sociedade paulista e que, sem pé nem cabeça, define de um jantar entre amigos a uma apresentação de um DJ - ao fanatismo pela Seleção Brasileira de Futebol, os telespectadores e até parte dos detratores sofrem a hipnótica influência "global".

O vestuário dos personagens da novela das 21 horas em exibição, os ídolos musicais que aparecem no Domingão do Faustão ou no Caldeirão do Huck, as "tribos" culturais que aparecem em Malhação ou no Fantástico, o político que tem que ser o mais odiado pelo povo, e até mesmo a visão de "caridade" e os ídolos religiosos a serem vistos como "unanimidades", tudo tem o dedo da Globo.

CHICO E DIVALDO

Sim, estamos falando do "movimento espírita" que, sob o ponto de vista da Globo, é um instrumento de manipulação das mentes humanas pela fé religiosa bem mais eficaz do que o Catolicismo. Sabe-se que a Rede Globo defende a Igreja Católica.

O "espiritismo" tem como vantagem em relação ao Catolicismo o fato de ser mais informal. As ideias, os dogmas, os mitos e as práticas são quase totalmente os mesmos, a roupagem religiosa do "espiritismo" é puramente católica, diferindo do fato de dispensar batinas, folhagem a ouro, celibatos e outras formalidades católicas.

Travestido de "ciência" ou "filosofia", o "espiritismo" pode atender aos interesses da Rede Globo em evitar a mobilidade social, submetendo as pessoas aos mesmos elementos da fé católica, mas de maneira bem mais sutil e sem perceber que é um padre que está dizendo isso ou aquilo.

Ídolos como Chico Xavier e Divaldo Franco, tidos como "ecumênicos", são instrumentos eficazes nesse processo de manipulação do inconsciente coletivo, e da engenhosidade psicológica da Rede Globo de influenciar até quem não sente simpatia pela emissora.

Da mesma forma que aparentes detratores de Luciano Huck e Fausto Silva falam "balada" ou "galera" e detratores de Galvão Bueno seguem seu fanatismo pelo futebol, sobretudo no Rio de Janeiro, há quem idolatre Chico e Divaldo sem que uma única sombra da manipulação "global" seja notada.

Pior: até ateus e esquerdistas se tornam complacentes com os dois ídolos religiosos, manipulados por paradigmas de "bondade" e "caridade" que correspondem aos valores dominantes transmitidos pela Rede Globo e outras mídias associadas, mesmo não vinculadas empresarialmente às Organizações Globo.

Isso porque são valores "positivos" que não incomodam as elites e exploram paradigmas de mansidão e benevolência que é do interesse da mídia manipuladora fazer prevalecer na sociedade. Uma "caridade" tida como "transformadora" apenas por uma questão de tendenciosismo ideológico, já que seus efeitos são inócuos, sem resultados profundos e não incomodam o sistema de privilégios abusivos existentes.

Vide a manipulação da Globo quanto ao paradigma de "caridade", que aborda de forma pejorativa projetos realmente eficientes como o Método Paulo Freire, que ensina a pessoa a ver o mundo de maneira questionadora, e superestima projetos como o da Mansão do Caminho, de Divaldo, que ensina a ler e escrever mas prefere formar cidadãos mais submissos e dotados da mais conservadora fé religiosa.

O "espiritismo", dessa forma, torna-se um instrumento mais habilidoso para a Rede Globo do que a Igreja Católica, porque introduz a mesma fé religiosa do Catolicismo de modo mais sutil e dissimulada, travestida de "ciência" e "filosofia" e sem que se observe essa manipulação ideológica, sobretudo os concorrentes da Rede Record, desprevenidos do verniz "laico" dessa manobra religiosa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.