PESSOAS RICAS TÊM ILUSÕES, MAS NADA SE COMPARA AOS "BONDOSOS ESPÍRITAS".
Qual a pior ilusão? A de uma pessoa que quer um (a) namorado (a) por questão de afinidade, que quer o emprego X para trabalhar seus talentos pessoais, que não aceita uma vida qualquer nota, embora abra mão do luxo e do supérfluo?
Nada disso. Essas são apenas reivindicações de uma pessoa que quer qualidade de vida. A vida material já é limitada em cerca de 80 anos, e a vida "qualquer nota", o desperdício de uma encarnação por causa das barreiras intransponíveis e das insólitas e mesquinhas soluções para resolver os problemas da vida.
Aceite o algoz, namore alguém que não ama nem sente interesse algum, nem mesmo afinidade. Sacrifique acima de suas condições. Sofra o pior possível e, mesmo assim, sorria e, de preferência, conte piadas. Abafe suas dores intensas tentando fingir a maior alegria. Se sobrecarregue e, mesmo assim, evite descansos e evite sequer parar para pensar sobre como fazer algo melhor.
A religião "espírita", que professa, de maneira nunca assumida, a Teologia do Sofrimento, tem esse sadismo. Só pelo fato de que, no além-túmulo, vamos deixar todos os bens materiais, não significa que a encarnação é algo qualquer nota e tenha que se viver de qualquer forma ou adiar grandes projetos para a próxima encarnação.
Pelo contrário. O próprio limite temporal faz da encarnação uma preciosidade. Desperdiçá-la acreditando que na próxima encarnação tudo será igual é um grande equívoco, mas os "espíritas" nem estão aí para isso.
Para eles, tanto faz como tanto fez. Você aguenta as desgraças, e só lhe resta ser um boneco das circunstâncias, um capacho do destino e, quando você tem vontade de gritar de dor ou quando o único silêncio possível é o da melancolia e da depressão, você é obrigado a sorrir e contar uma piada para todo mundo sorrir, menos você, que dá um sorriso falso que é mais uma contração muscular.
A moralidade "espírita" nem liga para as raízes do sofrimento. Impõe ao outro a "mudança de pensamentos" e a aceitação dos "desígnios do alto". É muito fácil dizer ao sofredor para ele nunca sofrer, porque deixa as demais pessoas aflitas. Difícil é entender o que o sofredor está realmente sofrendo.
É a ilusão "espírita", que, diante do seu processo de deturpação doutrinária, defendendo ideias contrárias ao pensamento original de Allan Kardec, e diante de um moralismo herdado da Teologia do Sofrimento católica, não responde aos problemas morais dos indivíduos.
Entender a vida espiritual como verdadeira é correto, mas desvalorizar a vida material e impedir que a pessoa trabalhe na melhor maneira suas habilidades pessoais, impondo-lhe barreiras pesadas, achando que a vida é só deixar de ter raiva e aceitar qualquer coisa, é um grande desrespeito que se faz ao indivíduo.
E isso também traz uma ilusão pior dos "espíritas", que se gabam de não compartilharem das orgias materiais das aristocracias, embora os astros do "movimento espírita" sempre manifestem regojizo quando vão aos eventos elitistas ganharem prêmios e acumularem tesouros na Terra. Logo eles, tão "espiritualistas". Logo gente como Divaldo Franco, por exemplo!
A indiferença com o sofrimento alheio, a ilusão de que a vida material é só uma relação brutal entre o homem e a matéria, como se o ser humano fosse um troglodita ao qual só lhe resta ser bonzinho e alegre com os outros, mostra um dos aspectos da ilusão da superioridade religiosa dos "espíritas".
Sem realizar um único estudo e sem se respaldar de qualquer dado científico sobre vida espiritual, até porque a Ciência não trouxe até agora qualquer hipótese sequer cogitável (não se fala em provável), os "espíritas" tentam tomar como certo um "paraíso espiritual" que tem concepções materialistas, como se fosse possível compensar a encarnação frustrada pelos prêmios da "vida futura".
Misturando vários clichês religiosos, quase todos da Igreja Católica, o "espiritismo" que jura "fidelidade absoluta" e "respeito rigoroso" a Allan Kardec, mas despreza severamente suas ideias e avisos, os "espíritas" acreditam serem detentores de uma superioridade moral que lhes garante o ingresso seguro nos planos superiores da espiritualidade.
Chegam a esnobar as "exigências" de quem sofre tantas barreiras, achando que estas são sacrifícios "necessários" para a evolução. Com seu moralismo, os "espíritas" confundem desgraças com desafios e exigem do sofredor coisas impossíveis, como quem exige de um peixe para que ele dê um salto olímpico para o alto de uma árvore.
Acham que pedir qualidade de vida é "nadar em dinheiro". Acham que pedir um cônjuge de acordo com a afinidade é "sensualismo". Acham que pedir um emprego de acordo com as vocações é "extravagância". E acham que pedir o fim de sacrifícios pesados demais é "covardia".
Moralismo muito cruel, que faz os "espíritas" estarem mais próximos da plutocracia do Império Romano do que de Jesus de Nazaré. Não por acaso, os tão "iluminados" ídolos "espíritas", como Divaldo Franco e Chico Xavier, reproduzem a "superioridade" dos sacerdotes presunçosos tão rejeitados pelo próprio Jesus.
Jesus havia dito que é mais fácil um camelo entrar na cabeça de uma agulha do que um rico entrar no reino dos céus. Pois é até mais fácil um rico entrar no reino dos céus do que um "espírita", até pelas ilusões que este contrai, muito piores do que de qualquer aristocrata.
Muitas vezes, basta um rico que comete crimes e luxúrias graves morrer para ele tomar conta de sua situação. Ele está preparado. Sabe que vai largar tudo e, no mundo espiritual, será reduzido a um nada. A morte, em muitos casos, permite ao rico da Terra uma avaliação autocrítica e uma desilusão que, nos contextos atuais, os ricos estão prevenidos da ocorrência.
Pior é o "espírita", tão iludido pela "superioridade espiritual" presumida na Terra, e pelo teatro de "bondades" e pela "dieta açucarada" de "palavras de amor" e "belas declarações" recebidas ou dadas aqui e ali.
Acha o "espírita" que, no além-túmulo, irá receber condecorações e saudações iguais às que recebe na Terra, com corais de anjos, amigos e parentes lhe acolhendo e tudo o mais. Mas mesmo a falsa modéstia de uns, quando dizem que "não haverá isso" e "terão muito o que fazer e por isso voltarão à Terra", também esconde um sabor de vaidade com a doutrina brasileira.
O "espiritismo" se acha acima da lógica, da realidade, do realismo. Se acha acima da coerência. Trata a ideia de "bondade" como se fosse um subproduto da fé religiosa em geral. E se acha triunfalista como se fosse capaz de passar por cima de contestações e investigações diversas, como alguém que pudesse sair vivo de uma violenta avalanche.
Passada a vida na Terra, a "superioridade espírita" se desfaz como pó. E, do contrário do rico, já prevenido da extinção de suas condições sócio-econômicas no além-túmulo, o "espírita" amargará violentas desilusões, por defender uma doutrina deturpadora do pensamento kardeciano, marcada pelo moralismo retrógrado e pela desonestidade intelectual. Despreparado, o "espírita" tente a sofrer muito mais do que imagina. O habitante do "umbral" é justamente ele.
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