segunda-feira, 25 de janeiro de 2016
Coitadismo "espírita" contraria ideia de Autoconhecimento
O "espiritismo" é cheio de contradições. Defensor da Teologia do Sofrimento, o "espiritismo" tenta pregar que "ninguém nasceu para sofrer". Sem definir as coisas, os palestrantes e articulistas "espíritas" se contradizem quando o assunto é se devemos sofrer ou não ou até que ponto continuaremos sofrendo.
Quando o "espiritismo" recebe críticas severas diante das contradições aberrantes que a doutrina brasileira apresenta, são seus expositores que se fazem de coitados, posando-se de vítimas e choramingando em suas mensagens dizendo que estão sendo atingidos por "campanhas desagradáveis".
E é essa onda de contradições, de contrastes discursivos que faz com que o "espiritismo" seja ineficaz e impotente para resolver os problemas das pessoas. Sua preferência pelas referências católicas trazidas pelo hoje renegado Jean-Baptiste Roustaing, em detrimento do pensamento de Allan Kardec, autor tão bajulado quanto ignorado em essência, já faz o "espiritismo" ser uma religião medíocre, por mais que inspire simpatia entre seguidores e até leigos.
O coitadismo ou vitimismo "espírita" consiste nos membros da doutrina brasileira choramingarem quando são criticados, ou reagirem numa pose de melancólico silêncio, como se ficassem tristes com os erros apontados.
Pois o que se observa é que, quando se denunciam os erros do "movimento espírita", eles nem de longe podem ser considerados "campanha de perseguição", "lamentáveis manifestos de fúria e ódio" ou coisa parecida, mas constatações feitas através de diversas análises e observações.
O coitadismo é a mania de alguém se achar o coitado por pouca coisa. O vitimismo é um tipo de coitadismo quando se enfoca o motivo dessa postura. E isso acaba complicando os próprios "espíritas", porque essa postura de bancarem os tristonhos quando são contrariados, sem adotar autocríticas, cria uma série de impasses.
O "espiritismo" comete o desastre de escolher a mistificação religiosa herdada do Catolicismo medieval, cria um moralismo próprio da Teologia do Sofrimento, e depois não aceita críticas, porque julga o que faz como "certo" ou como "coisa imperfeita, com erros, sim, mas viável". E daí é que vem os males que acabam comprometendo o valor da doutrina brasileira.
Pois, na medida em que não se decide se a pessoa nasceu ou não para sofrer, que tem em seu "mestre" Francisco Cândido Xavier pregando que "devemos sofrer em silêncio e aceitar os infortúnios com amor e fé em Deus", mas que jura nas palestras em "centros espíritas" que só viemos para "sermos felizes", o "espiritismo" se contradiz com tal postura sem pé nem cabeça.
Isso contraria a ideia tão mitificada pelos "espíritas" sobre o Autoconhecimento, que na prática mais parece Autoconformismo. E complica ainda mais o mito de "reforma íntima" que eles pregam em sua ideologia, porque um engodo moralista se respalda nesse mito de "conhecer a si mesmo", um pastiche de filosofia adotado pelo "movimento espírita".
É porque o que eles entendem como "autoconhecimento", base da "reforma íntima", é fazer as pessoas abrirem mão de suas necessidades e potenciais para viver uma vida "qualquer nota", para aceitar as limitações pesadas na vida, mesmo que a pessoa tenha que abrir mão do que aprendeu em desilusões na vida.
Isso porque chega um momento em que a pessoa que desiludiu demais na vida e aprendeu muita coisa com isso acaba se tornando escrava das ilusões dos outros. Com isso, não valeram as desilusões e os choques na vida. A pessoa sofreu e, além do direito de não reclamar, também não tem o direito de aproveitar as lições desse sofrimento.
A pessoa que sofre não pode interferir contra os infortúnios, não pode se queixar, nem questionar, nem contestar. E não pode sequer tirar proveito de suas limitações. Ela sofre à toa, e terá que viver como se nada tivesse acontecido e se servir às ilusões mais estúpidas de outrem.
Daí o problema. É fácil o "espiritismo" culpar as vítimas de sofrimento. Da mesma forma que os "espíritas" que se fazem de vítimas quando são contestados. De contradição em contradição nada se resolve e tudo se complica, principalmente entre aqueles com a responsabilidade de ajudarem a resolver alguma coisa, mas que não se acham na obrigação de fazê-lo. Aí fica mais complicado ainda.
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