JOÃO PEDROSA, O ANTIQUÁRIO E SUPOSTO JORNALISTA QUE XINGOU CHICO BUARQUE E A FAMÍLIA DO CANTOR.
A era da trolagem, da livre caluniação na Internet, movida pelas mídias sociais e por páginas ofensivas, parece entrar em declínio. Depois de tantos exemplos de ataques verbais contra feministas, negros e ativistas sociais, os chamados trolls, ou troleiros, começam a sentir o efeito bumerangue de seus vandalismo digital.
Depois da má repercussão causada por aqueles que ofenderam as famosas negras Maria Júlia Coutinho, jornalista, e Taís Araújo, Cris Vianna e Sheron Menezzes, atrizes, atacadas nas mídias sociais com comentários racistas, e a professora universitária Lola Aronovich, vítima de um blogue ofensivo que parodiava seu esquerdismo com supostas posições radicais que Lola nunca assumiria, foi a vez de um troleiro ser abatido pela sensatez do cantor e compositor Chico Buarque.
Chico Buarque, hostilizado por uma parcela de intelectuais que queriam o fim da MPB e a supremacia da bregalização musical, a desnorteou diante do episódio em que o cantor foi interpelado por dois burgueses que o ridicularizaram, já que a intelectualidade pró-bregalização, falsamente esquerdista, não poderia estar no lado dos dois riquinhos, desta vez deixou a "galera irada" da trolagem com medo.
O cantor foi vítima de ataques verbais de um antiquário que se dizia "jornalista", João Pedrosa, que, comentando fotos de Chico com sua ex-mulher Marieta Severo (de quem o cantor se separou de maneira amigável e respeitosa) e suas filhas no Instagram de uma destas, a atriz Sílvia Buarque, havia escrito, raivosamente: "Família de canalhas!!! Que orgulho de ser ladrão!!!", um comentário tão estúpido quanto o dado pelos burgueses cariocas: "Chico, vá morar em Paris! O PT é bandido!".
Outros caluniadores também atacaram Chico, como Guilherme Junqueira. Enquanto isso, outros caluniaram a presidenta Dilma Rousseff, como o ex-lutador Wanderlei Silva, que culpa o PT com alegações sem provas e responsabiliza a chefe do Executivo federal pelo atraso de uma obra que é de responsabilidade do Governo de Goiás.
Outro que amaldiçoou Dilma foi o próprio Pedrosa, que depois de xingar Chico Buarque e a família, ainda fez um comentário calunioso contra o nascimento do neto da presidenta: "Maldita até a sétima geração!!!", disparou o antiquário, com mais uma exclamação tripla.
O advogado de Chico Buarque, João Tancredo, está processando João Pedrosa, que tentou enviar uma carta à imprensa "pedindo desculpas". No entanto, Chico e o advogado não aceitaram os argumentos e mantém o processo por danos morais em andamento.
Troleiros são reacionários que tanto seguem valores retrógrados e preconceitos sociais diversos quanto endeusam ideologias dominantes e que, em primeiro momento, soavam como "cães de guarda" de valores e procedimentos diversos, mesmo de âmbito cultural ou político.
Pesquisas nas mídias sociais mostraram que até fenômenos como a "programação roqueira" da FM carioca Rádio Cidade, a gíria "balada" (jargão "infanto-juvenil" popularizado por Luciano Huck) e a pintura padronizada nos ônibus imposta pelo prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, estavam entre as causas defendidas pelos chamados trolls, que reagiam com ironias, agressões e ameaças contra quem questionasse esses fenômenos.
As agressões chegaram ao ponto de ameaçar "invadir a conta" dos questionadores ou mesmo saíam da realidade virtual para a vida real, com agressores invadindo as cidades de suas vítimas na esperança de algum encontro pessoal para represálias físicas.
Há exemplos de troleiros que acabaram levando a pior. Um busólogo da Baixada Fluminense que trabalhava em uma prefeitura para ensinar Informática teria usado o trabalho para fazer trolagem, para defender a pintura padronizada nos ônibus cariocas e bajular o prefeito Eduardo Paes.
O troleiro busólogo criou blogue de calúnias contra questionadores, crio uma campanha contra eles nas mídias sociais e chegou a invadir as cidades de suas vítimas na esperança de linchá-las e promovia ataques verbais até em fóruns e petições na Internet.
No entanto, ele foi denunciado por amigos e acabou sendo desmascarado e desmoralizado. Seu blogue calunioso foi denunciado para a Safernet (entidade que acolhe denúncias de crimes diversos), e dizem rumores que, de tanto visitar as cidades de suas vítimas, quase atraiu a atenção da "máfia das vans" (controlada por milicianos), que desconfiam de estranhos que usam máquinas fotográficas para registrar imagens junto aos pontos desse tipo de transporte.
Dizem que o busólogo perdeu o antigo emprego e, de tão desacreditado e hostilizado, teria se mudado para Minas Gerais ou "tirado férias" no Estado, sendo um caso de trolagem que acabou rendendo maus resultados ao próprio troleiro, que já não pode mais reagir com ironias e ameaças porque pode ser condenado criminalmente por isso.
A própria repercussão negativa dos casos mais famosos faz com que os antigos praticantes de trolagem passem a sentir medo até de suas sombras. E o exemplo de Chico Buarque em manter um processo judicial contra um troleiro abre precedentes para o fim dos tempos em que os caluniadores digitais se julgavam invulneráveis e impunes.
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