domingo, 22 de outubro de 2017
A mais baixa sintonia vibratória de Divaldo Franco
É da mais extrema gravidade o consentimento de Divaldo Franco em oferecer o evento Você e a Paz para não só homenagear o decadente João Dória Jr., mas também deixá-lo lançar um duvidoso projeto alimentar, feito de restos de comida, sem informação nutricional conhecida e potencialmente sujeito a causar intoxicação alimentar, desnutrição, desidratação e até morte.
Divaldo Franco entrou num impasse. Como o homem que diz ter respostas prontas para todos os assuntos não desconfiou da tal "farinata", um potezinho com bolinhas que mais parecem lanche industrializado ruim, mas promovido sob a falsa ideia de ser um "alimento completo" a ser distribuído para as classes pobres.
Se ele fosse o "líder" que muitos acreditam ser, Divaldo teria desafiado até dom Odilo Scherer. O conflito, neste caso, atuaria em favor da paz, ao perceber a farsa de um alimento prejudicial para a população. Em vez disso, Divaldo aceitou tudo, e nem a idade avançada justifica tal omissão, porque, mesmo com 90 anos, Divaldo parece estar lúcido e consciente de seus atos e decisões.
Um aspecto que deve ser levado em conta é tão baixa sintonia vibratória que teve Divaldo Franco em acolher um prefeito já em decadência vertiginosa, que é o prefeito de São Paulo. Pois João Dória Jr. nunca teve carisma, foi apenas um apresentador de TV voltado para as elites, e só foi eleito por causa do modismo das elites reacionárias em eleger um candidato conservador associado à imagem de "político não-tradicional".
Mas João Dória Jr. só fez coisas ruins em seu governo. Nada justificava ele ser o maior homenageado do Você e a Paz. Divaldo Franco, tido como "grande sábio" e sempre "em contato com benfeitores espirituais", poderia ter sido avisado pelos "amigos do além" sobre a decadência retumbante de João Dória Jr., evidente até mesmo na imprensa que havia sido solidária ao prefake.
Vale lembrar que não se deve confundir decadente com injustiçado. João Dória Jr. é um representante das elites ricas, um membro da classe dominante, apoiador do golpe político que derrubou Dilma Rousseff e garoto de recados das elites empresariais, através de sua empresa Lide. Não é um sujeito que se possa equiparar, por exemplo, a Nelson Mandela e Martin Luther King.
Além disso, a imagem de João Dória Jr. já estava decadente quando Divaldo o acolheu. Dória havia até brigado com políticos do PSDB, trocado farpas com o veterano Alberto Goldman e criando uma discreta divergência com seu padrinho político, o governador paulista Geraldo Alckmin. Além disso, Divaldo cometeu o equívoco de homenagear João Dória Jr. como se o prefeito estivesse em alta, se esquecendo que o tucano estava em crise de reputação.
Isso mostra quem é o alvo da sintonia vibratória de Divaldo Franco. Ele tenta soar imparcial, acolhendo políticos de direita e esquerda, mas o apoio a João Dória Jr. mostra que a imparcialidade, no caso, é apenas uma cordialidade formal, mas a preferência que os "médiuns espíritas" expressam, com maior entusiasmo, sempre se volta a políticos conservadores, ideologicamente de direita. Sobre tal sintonia, lembremos de Jesus: "Diga com quem tu andas que eu te direi quem és".
A coisa é tão grave, como se não bastasse Divaldo Franco ter sido um dos maiores deturpadores do Espiritismo - coisa que ele admitiu como "acidente", devido à "falta de tempo", uma desculpa que só convence os complacentes - , é que ele aceitou a "farinata" sob o pretexto de ser uma "opção a mais" para "matar a fome dos necessitados".
Só que isso colocou Divaldo Franco numa situação bem baixa, para alguém considerado "ativista", "filantropo" e "sábio". Isso porque Divaldo Franco aceitou apoiar um alimento de procedência duvidosa, sem informações nutricionais e que, segundo especialistas em saúde, oferece grave risco de provocar intoxicação alimentar e morte por diversos motivos.
Isso coloca Divaldo Franco abaixo até mesmo do produtor cinematográfico Harvey Weinstein. O produtor de Hollywood fez coisas vergonhosas, deploráveis, grosseiras, imorais e altamente ofensivas. Mas o propósito dele era o "entretenimento sexual", ato do mais cínico egoísmo, do mais arrogante machismo e desprezo ao ser humano, um abuso cometido sob o véu do status quo.
Mas isso não se compara com o apoio e o consentimento a um alimento que não trouxe informações confiáveis de usa comida reaproveitável, e segundo muitos não garante a nutrição completa prometida e constituem em bolinhas industriais que são comparadas a comida de cachorro e à lavagem de porco.
Isso coloca Divaldo Franco em xeque mate, agravando ainda mais a crise que o "espiritismo" brasileiro, de raiz roustanguista, está sofrendo. A crise atinge níveis insustentáveis, e não é o prestígio religioso dos "médiuns" que vai resolver o problema ou que se deixe tudo para lá para proteger a imagem adocicada dos "médiuns".
Voltando a Weinstein, ele usou seu status quo, seu poder de rico e premiado produtor para assediar mulheres. Pagou por ter abusado demais de sua imunidade. Os "médiuns espíritas" são a mesma coisa, abusando do prestígio religioso para subestimar a inteligência do povo e cometer também os seus abusos de ordem doutrinária, filantrópica - como usar a grana da caridade para fazer turismo com palestras milionárias - e de outra natureza.
O "médium espírita" não pode ser o caloteiro moral a fazer o que quiser, a errar feio e não ser responsável por isso. Ele tem responsabilidade, sim, e deve pagar pelos erros, se eles são muito graves. E do jeito que os "médiuns espíritas" erram, não raro com extrema gravidade, isso faz o "espiritismo" brasileiro ir para o nível mais baixo das religiões, favorecendo as seitas neopentecostais que acabam lucrando com os erros dos deturpadores do Espiritismo.
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