quarta-feira, 17 de maio de 2017
Mensagens duvidosas praticamente "paralisam" trabalho mediúnico no Brasil
Mediunidade, no Brasil, está desmoralizada. Não bastasse o culto à personalidade que cercam os ditos "médiuns" brasileiros, transformados em celebridades e convertidos em dublês de pensadores e ativistas, o trabalho dito mediúnico sempre apresentou irregularidades sérias.
A ação é comparável a um trote telefônico, no qual o telefonista se passa pelo parente da vítima e inventa um falsete no qual a "leitura fria", muitas vezes, é feita. Como no seguinte exemplo de um hipotético diálogo:
- Alô! Ah, pela voz você é o Eusébio, meu primo? Oi, Eusébio! Sou Laura, aqui do Rio de Janeiro! Que bom receber sua ligação aí de Campina Grande. Dois anos de saudades! Como estão as coisas aí na Paraíba? - diz a vítima.
- Ah, Laura, minha querida! - diz o estelionatário - Sou eu, o Zezé!
- Esse Zezé! Aqui estamos fazendo uma feijoada e me lembro muito de quando você passava o domingo para comer um prato desses!
- Ah, sim! - diz o sequestrador. - Me lembro muito, a gente papeava horas e horas.
Passada a conversa, o "primo" dá o seu golpe.
- Ah, Laurinha, me faz um favor? Estou passando por dificuldades, muitas dívidas, e por isso preciso de seu dinheiro. Uma ajudinha de nada, uns 35 mil reais. Me desculpe, é que estou tão enrolado que você deve se chatear, mas você não vai negar um favor a seu primo, né? Você retira o dinheiro da sua poupança e ajuda o seu priminho em dificuldades, viu? Fico muito agradecido com o seu carinho!
Certamente isso é desagradável e perigoso. É uma ameaça que faz o coração bater. Mas, infelizmente, no "espiritismo" brasileiro não é diferente e a falta de estudo da Ciência Espírita e o hábito comum entre os brasileiros de não ter concentração para certas tarefas, influi nessas fraudes, que não são apenas de gente "de baixo status", mas muitos "médiuns" tidos como "gabaritados" são os que mais o fazem.
Sobre Francisco Cândido Xavier, tido como "o mais conceituado de todos", há denúncias sérias e muito graves de irregularidades mediúnicas. Supostas cartas de pessoas mortas que apresentam problemas na caligrafia ou em dados pessoais, não raro havendo apenas a caligrafia do "médium", até mesmo na assinatura, e com mensagens padronizadas, como iniciar dizendo "querida mamãe" e terminar pedindo "a união das pessoas na fraternidade em Cristo".
Botar essa irregularidade por baixo do tapete por causa da suposta figura filantrópica de Chico Xavier - uma imagem "admirável" construída pelo poder midiático da Rede Globo para neutralizar a ascensão de pastores midiáticos como Edir Macedo - é uma leviandade e uma omissão, porque as irregularidades mediúnicas são um problema muito mais grave do que se pode parecer.
Quem prestar atenção nas sessões "mediúnicas" de Chico Xavier e similares, se verá uma energia traiçoeira que parece "tranquila" e "agradável", mas é confusa e maléfica. A "paz" equivale à suposta "luminosidade" das antigas missas católicas da Idade Média, que primavam pela aparente beleza e benevolência, que mascaravam a ganância e, em muitos casos, a tirania de muitos sacerdotes.
Se a pessoa se despir das paixões religiosas, verá que essas sessões "mediúnicas" se revelam espetáculos de orgias tão mórbidos quanto os do sexo, das drogas e do dinheiro. E, seguindo um padrão de deturpação da Doutrina Espírita para um igrejismo irresponsável, tais sessões se nivelam aos mais baixos entretenimentos das tábuas Ouija, um recreio irresponsável que atrai espíritos zombeteiros diante de pretensas consultas oraculares.
É chocante ver mães saltitando, infantilizadas, quando ouvem mensagens supostamente atribuídas a filhos mortos, gritando "É meu filho, é meu filho", sem saber que ela é enganada por toda essa atmosfera de love bombing, o "bombardeio de amor" cuja força traiçoeira corresponde a uma "pornografia sem sexo".
Essas sessões já pecam pelo fato de estimular a obsessão por pessoas mortas, revelando a falta de zelo de muitas famílias com seus entes, para depois os perderem por uma tragédia vinda do nada. Pecam também pela energia maléfica de Chico Xavier (cujas fotos antigas, antes de usar óculos escuros, revelam um olhar traiçoeiro e agressivo), que tratava as mortes prematuras com um certo exotismo.
Junta-se a isso a exploração sensacionalista da grande mídia a esses "médiuns" que recebem culto à personalidade, a diversão às custas das mortes dos entes queridos - cujos espíritos, em verdade, se sentem incomodados com tais ambientes que lhes lembram um velório às avessas e deles se afastam - e o igrejismo medieval do "espiritismo" brasileiro, que tudo isso acaba se equivalendo àqueles trotes telefônicos de sequestradores e estelionatários.
Diante de tantas denúncias a respeito, essas atividades acabaram ficando mais raras no "movimento espírita", incapaz de tentar explicar as inúmeras e infinitas irregularidades, não raro "eternizadas" em livros, explorando levianamente e de forma sensacionalista a tragédia alheia, reduzindo dramas humanos a uma diversão para a "masturbação com os olhos" das comoções fáceis pelas estorietas narradas por eventos e obras "espíritas".
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