sábado, 13 de maio de 2017
"Espíritas" ainda confiam em mais uma retratação dos contestadores
A crise no "espiritismo" brasileiro atinge níveis críticos e seus membros, para manter a deturpação do legado kardeciano, recorrem a inúmeros apelos. Recentemente, estão apelando para a "música espírita", como forma de usar as melodias piegas e excessivamente dóceis para manipular e atrair os leigos, diante do vazio doutrinário que não pode ser preenchido com as falácias de antes.
Diante da crise que a "fase dúbia" do "movimento espírita", vigente há quatro décadas, não consegue mais evitar, os "espíritas" correm atrás do próprio rabo e acreditam que a solução a ser encontrada é justamente aquela que adotaram na crise do roustanguismo assumido e que gerou justamente a própria "fase dúbia" que apresentou contradições graves em relação ao Espiritismo original.
Ou seja, os "espíritas" sempre apelam para a tão surrada promessa de "entender melhor Kardec". coisa que não convence sequer uma pedra. E os apelos à "fraternidade" que povoam a retórica "emotiva" adotada diante do vazio doutrinário - na boa, os "espíritas" brasileiros são analfabetos na doutrina kardeciana original - só revela o agravamento desta crise.
Setores do "movimento espírita" já começam a apedrejar os questionadores. "Alterados! Obsediados! Invejosos! Inimigos do trabalho do bem (sic)!", são os apelos mais conhecidos. Se achando "possuidores da Verdade" ou "predestinados ao Céu", apenas pelo espetáculo das "belas palavras" que pregam ou compartilham, os "espíritas" tentam evitar que a deturpação fracasse diante de questionamentos tão aprofundados.
Tentativas de combater a deturpação vêm desde os tempos de Angeli Torteroli, há mais de um século atrás. Mas sempre os problemas foram empurrados com a barriga, e a deturpação espírita, baseada no igrejismo de Jean-Baptiste Roustaing, se evoluiu (ou involuiu) para um roustanguismo cada vez mais envergonhado e dissimulado, que hoje finge ser "rigorosamente fiel a Kardec".
Os "espíritas", achando que podem tudo, estão confiantes em mais uma retratação dos contestadores. Tentam resistir em suas contradições, em sua abordagem igrejista, mais próxima do Catolicismo medieval do que do Espiritismo propriamente dito, e fazem todo tipo de apelo. Chegam mesmo até a "comprar matéria" na imprensa de esquerda, para afastar as acusações, verídicas e explícitas, de que o "espiritismo" brasileiro é a "religião da Rede Globo".
A resistência dos "espíritas" e sua falsa misericórdia em "acolher" os contestadores que fizerem alguma retratação e pedirem desculpas para os "bondosos" deturpadores, é ainda uma hipótese plausível e perigosa. A falta de firmeza dos questionadores da deturpação espírita, que elevou ao estrelato extremo os supostos "médiuns" brasileiros, deve ser combatida e os recados de Erasto devem ser ouvidos sem complacência nem más interpretações.
O espírito Erasto havia dito para combater, "sem dó" (ou seja, sem complacências nem ressalvas), a deturpação espírita, mesmo quando os deturpadores falam em "amor e caridade". Aliás, Erasto sempre havia dito que é nesses momentos que se deve ter cautela ainda maior, porque todo apelo emotivo pode esconder o desejo de inserir ideias levianas e desmoralizar o legado de Kardec.
São justamente os apelos a ideias como "bondade", "amor", "caridade" e "fraternidade" que são os mais perigosos e foi o Ad Passiones do "movimento espírita", sobretudo através das figuras de Chico Xavier e Divaldo Franco, com suas imagens supostamente bondosas e sensíveis, que permitiu que estes e outros deturpadores da Doutrina Espírita ficassem em pé, fazendo o que querem com o legado kardeciano.
Daí que ouvir Erasto não é estar complacente com Chico e Divaldo. É questionar até a aparente "bondade", se ela não pode ser um processo de mistificação e de autopromoção de ídolos religiosos. Nos lembremos de Moisés, que abominou os ídolos religiosos, de Jesus de Nazaré, que abominou os falsos sábios, de Allan Kardec e Erasto, que alertavam sobre os mistificadores.
Pois o próprio "espiritismo" e seus "mais conceituados" ídolos é que estão povoados de falsos sábios, falsos cristos, falsos profetas, malabaristas das palavras, que dizem condenar a "falsidade dos outros" e cujas ideias que transmitem esbarram nos postulados de Kardec, que os contradizem.
Desta forma, convém deixar de lado a complacência muito comum entre os brasileiros e questionar com firmeza qualquer apelo dos deturpadores do Espiritismo. Qualquer vírgula a favor dos ídolos "espíritas" é um ponto a favor da deturpação e menos chance para recuperarmos os postulados espíritas originais, há muito abandonados no Brasil.
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