sexta-feira, 17 de março de 2017
Os "espíritas" fazem apologia ao sofrimento porque não sofrem
Crescem cada vez mais as manifestações de "espíritas" que comprovam sua ligação com a Teologia do Sofrimento, corrente medieval da Igreja Católica que fazia apologia da desgraça humana como um "atalho para o Céu".
A Teologia do Sofrimento está exercendo, no "movimento espírita", uma influência ainda maior do que mesmo a deturpação dos ensinamentos de Allan Kardec, feita em traduções igrejeiras (FEB e IDE). O "espiritismo" está se reduzindo cada vez mais a uma "lixeira" da Igreja Católica, já que foram aproveitados os valores que o Catolicismo oficial considerava obsoletos.
É muito grave. Palestrantes "espíritas" estão cada vez mais apelando para aceitar o sofrimento, amar a desgraça e isso é muito fácil de dizer para quem está sofrendo. Pedir ao outro que fique feliz com a própria desgraça só é possível para quem não passou pelo sofrimento.
O que um palestrante ou escritor "espírita" faz? Oficialmente, vive razoavelmente de transmitir a "boa palavra", faz alguma filantropia e vive sua modestíssima rotina pessoal na vida particular, certo? Não é isso que a prática diz.
O "espírita" é um aristocrata da retórica, que se equipara a um escritor de auto-ajuda. Fatura com livros e palestras, participa de eventos em locais caríssimos, recebe medalhas e condecorações. Aparentemente nada demais, porque o escritor é premiado por transmitir mensagens agradáveis.
O problema é que o "espiritismo" brasileiro cometeu inúmeras irresponsabilidades. Pelo comodismo religioso, preferiu o igrejeiro Jean-Baptiste Roustaing a Allan Kardec, e só tardiamente passou a bajular este último devido às conveniências. E, diante de tantas práticas irregulares, teve que apelar, até com uma frequência bastante suspeita, para aparatos de "amor" e "caridade".
Nota-se o rompimento com as ideias "mais complicadas" do pensamento kardeciano, ou seja, aquelas que vão contra dogmas religiosos adotados pelos "espíritas" - como o mito fantasioso das "colônias espirituais" - , ou a ignorância quanto aos assuntos sobre vida espiritual e a falta de estudo que permite até o truque da "mediunidade de faz-de-conta", consequência do típico hábito dos brasileiros não terem concentração para certas tarefas, ainda mais a comunicação com os mortos.
Com essa realidade, os "espíritas" tentam compensar essas irregularidades falando, até com determinado exagero, de "amor", "caridade", "fraternidade" etc etc. Alguém não parou para pensar que os "espíritas", ao falarem demais sobre tais qualidades, chegando ao ponto supérfluo de teorizar demais sobre o "amor", como se este fosse não um sentimento, mas um problema científico, para abafar críticas e investigações diversas?
E os palestrantes "espíritas", que falam tanto em aceitar o sofrimento? Eles não têm ideia do que um sofrimento é capaz. Ter boa teoria é fácil, viver a realidade na carne é que é complicado. Imagine se um palestrante "espírita" viver colecionando desgraças, perdendo o controle de cada situação, virando uma marionete das adversidades. Será que ele ficará feliz com isso, encarará tudo em silêncio e se limitará a fazer uma prece para suportar tudo isso e muito mais?
É aquele ditado popular que vêm à tona para definir o que os "espíritas" fazem quando apelam para os sofredores aceitarem e até amarem as desgraças: "pimenta nos olhos dos outros é refresco". Só falta eles dizerem para ninguém reclamar da ardência da pimenta e inventar que este tempero dá uma nova dimensão da visão humana. O que pode estar por trás do açúcar das palavras...
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