segunda-feira, 9 de maio de 2016
Desvio de foco do "espiritismo" brasileiro preocupa, e muito
O desvio de foco do "movimento espírita", apelando para o bom-mocismo para abafar as denúncias sobre suas irregularidades preocupa, e muito. O triunfalismo que sentem os dirigentes "espíritas" e a certeza que eles se julgam ter de que prevalecerá a fase "dúbia", que diz jurar "fidelidade" a Allan Kardec mas pratica o igrejismo, é algo que não se deve comemorar, a sim questionar.
A hipocrisia de muitos "espíritas" é tanta que existem até igrejistas "reprovando" o igrejismo, "condenando" a chamada "vaticanização do Espiritismo", da mesma forma que existem "espíritas" que definem sua doutrina como "não sendo uma religião", usando argumentos que só comprovam que o "espiritismo" brasileiro é, sim, uma religião, no sentido lançado pela Igreja Católica.
A hipocrisia é tão intensa que a tendência alimenta seu prestígio alegando "rigoroso respeito" ao pensamento de Allan Kardec, mas apreciando ideias contrárias a ele, trazidas pelos livros de Francisco Cândido Xavier e Divaldo Pereira Franco.
É algo que preocupa porque o "espiritismo" vive o mais agudo complexo de superioridade entre os movimentos religiosos. Preocupa, à sua maneira, tanto quanto os esforços de seitas neopentecostais em impor retrocessos legislativos no Congresso Nacional, rasgando a Constituição, ameaçando as conquistas sociais tão arduamente alcançadas e transformando o Estado laico num Estado bíblico.
Diante de tantas contradições, tantas irregularidades observadas à luz da pesquisa investigativa e longe de representar qualquer calúnia ou raiva, o "movimento espírita" reage desviando o foco, falando em "fraternidade" e apelando para as pessoas "mudarem os pensamentos".
Eles acreditam que mais uma "mea culpa", mais um recuo nos moldes dos juristas de 1944 e de muitos jornalistas, críticos ou espíritas autênticos que reagiram contra a deturpação se ajoelharem diante dos maiores deturpadores, Chico Xavier e Divaldo Franco.
Só que hoje se acumulam questionamentos, contestações e divulgação de irregularidades nessas últimas oito décadas, depois que o pastiche chamado Parnaso de Além-Túmulo foi lançado e cujas primeiras reedições já mostravam um caráter estranho de revisões e reparos nos textos, algo muito duvidoso para uma obra tida como "ditada por benfeitores espirituais".
O maior risco é o habitual recuo que as pessoas têm, intimidadas com o pretexto de "bondade" que não pode ser sequer desafiado. Os deturpadores vibram com isso, e sempre gostaram de ver os contestadores baixarem a munição em determinado momento, intimidados com a "bondade" dos ídolos do "movimento espírita".
O "amor-daçar" do "espiritismo" busca um novo triunfo, e os "espíritas", em seus jornais, blogues, programas de TV e outros tentam, com seu exército de palavras, usar a "fraternidade" para desarmar os contestadores, num preocupante bombardeio de desculpas e alegações, que se vê nos fóruns de Internet com a "tropa de choque" dos seguidores de Chico Xavier e Divaldo Franco.
Isso é muito mau. Porque a deturpação da Doutrina Espírita é uma desonestidade que em si invalida a doutrina brasileira, a "bondade" não pode cicatrizar as manchas terríveis deixadas pelos "espíritas", com mais de 130 anos de deturpações, intensificadas depois com a trajetória de Chico Xavier.
Imagine, você, leitor, em sua casa, contratando um encanador para fazer um serviço. Ele faz um trabalho ruim, pois depois o reparo que ele fez dá no estouro de uma tubulação e na enchente que destrói eletrodomésticos, computador, e danifica muitos bens em sua casa.
O encanador buscava conquistar as pessoas com simpatia, apreço e generosidade. Sempre amigo e "irmão". Mas fez um mau trabalho. Ele será considerado um bom trabalhador por isso? Não. A mesma coisa é com o "movimento espírita", em que nenhum pretexto de "amor, bondade e caridade" tem condições de compensar a deturpação.
Desonrar o legado de Allan Kardec foi crueldade demais para deixar o "espiritismo" brasileiro incólume e isento de qualquer dura crítica. Essa realidade muitos "espíritas", tomados de deslumbramento religioso, não querem enxergar.
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