quarta-feira, 9 de dezembro de 2015
Submeter-se a um falso sábio não torna alguém mais sábio
Poucos sabem e conseguem admitir, mas o anti-médium baiano Divaldo Franco é um dos principais paradigmas do pseudo-sábio existente no Brasil. Um pretenso intelectual, um charlatão que adota um discurso ao mesmo tempo benevolente e rebuscado, exibindo suposta sabedoria e seguindo critérios duvidosos de maestria e aparente bom senso.
O Brasil caiu em muitas armadilhas que, de tanto permanecer, dá a ilusão de que elas fazem parte de nossa paisagem natural. Por isso as pessoas, em sucessivos processos de desinformação e alienação, deixam de se conhecer, deixam de saber o que realmente querem e precisam da vida, e acreditam que podem alcançar uma vida melhor através de cruéis retrocessos.
Por isso, para muitos soa ofensivo que se defina Divaldo Franco, a exemplo também de Chico Xavier, como um charlatão ou pseudo-sábio. Muitos chegam a chorar de lágrimas de tão entristecidos com tais constatações.
No entanto, não são acusações infundadas, feitas por gente com raiva deles. São constatações que se observam porque Divaldo e Chico são os maiores deturpadores da Doutrina Espírita, suas obras confirmam que os dois anti-médiuns são os maiores inimigos da doutrina de Allan Kardec, porque estabelecem ideias contrárias ao pensamento do professor lionês.
As pessoas se iludem facilmente com a fantasiosa imagem dos "bons mestres" que Francisco Cândido Xavier e Divaldo Franco forjaram para si. A imagem do "caipira inocente" atribuída a Chico Xavier, que o permitiu passar por cima de escândalos diversos (que o mineiro fez muitas vezes de propósito), e a imagem do "professor elegante" de Divaldo Franco, ainda seduzem muita gente.
Como o nosso foco é Divaldo Franco, ele comete deslizes que o colocam contra a fidelidade doutrinária de Kardec. Divaldo torna-se o inimigo mais traiçoeiro da Doutrina Espírita, pelo fato de espalhar a deturpação doutrinária para o mundo e se revestir do mais enganador aparato de sabedoria e bom senso, ofendendo todo o trabalho e legado do pedagogo francês.
É só comparar. Allan Kardec nunca previu crianças-índigo e nunca acreditou nessa farsa que tem um quê de mística e até de discriminatória (crianças de personalidade especial vistas como "anormais" através desse rótulo tendencioso e "bondosamente" pejorativo, como se tais crianças fossem fora de qualquer normalidade social) e foi usada por um ex-casal para vender livros com esoterismo barato.
Divaldo acredita nas crianças-índigo e nas "datas determinadas", algo também reprovado com firmeza por Allan Kardec. Isso mostra que o anti-médium baiano se insere no perfil de falso profeta que havia até mesmo sido advertido por Jesus de Nazaré, que rejeitava severamente os "Divaldos Francos" de seu tempo, expressos nos sacerdotes fariseus e saduceus.
Antes que os divaldistas e chiquistas reajam com apelações chorosas do tipo "você está equivocado", "que tristeza agir assim contra homens de bem", "o amigo erra ao definir assim nossos mestres", é bom recorrer a O Livro dos Médiuns, Capítulo 24, Identidade dos Espíritos, item 267.
Neste item é descrita uma série de critérios para se observar a qualidade dos Espíritos manifestantes num ato mediúnico, e isso se refere também aos supostos médiuns que por si mesmos também buscam uma reputação "bondosa" e "sábia". Só três critérios já derrubam Divaldo Franco:
8º) Os Espíritos levianos são ainda reconhecidos pela facilidade com que predizem o futuro e se referem com precisão a fatos materiais que não podemos conhecer. Os Espíritos bons podem fazer-nos pressentir as coisas futuras, quando esse conhecimento for útil, mas jamais precisam as datas. Todo anúncio de acontecimento para uma época certa é indício de mistificação.
Divaldo Franco é um entusiasta em "datas marcadas" e, com toda certeza, personifica este aviso que está escrito nesse item, o que define o "médium" baiano como leviano, até por sua mania de precisar datas, como a de 2052 como início da regeneração da Terra. Divaldo pode até desconversar depois, dizendo que "nunca precisou datas", mas a verdade mostra que ele tentou precisar, sim, tal qual um astrólogo ou vidente.
9º) Os Espíritos superiores se exprimem de maneira simples, sem prolixidade. Seu estilo é conciso, sem excluir a poesia das idéias e das expressões, claro, inteligível a todos, não exigindo esforço para a compreensão. Eles possuem a arte de dizer muito em poucas palavras, porque cada palavra tem o seu justo emprego. Os Espíritos inferiores ou pseudo-sábios escondem sob frases empoladas o vazio das idéias. Sua linguagem é freqüentemente pretensiosa, ridícula ou ainda obscura, a pretexto de parecer profunda.
O que mais se observa nos discursos de Divaldo Franco, nas "maravilhosas palestras" que realiza, condiz com o que Kardec falava dos espíritos inferiores ou pseudo-sábios: frases empoladas, linguagem pretensiosa, obscura, sob o pretexto de parecer profunda.
São textos rebuscados, palavras excessivamente eruditas, frases enfeitadas de belas e complicadas palavras, forjando falsa sabedoria, contrariando os verdadeiros mestres que, mesmo em longos parágrafos, sempre são diretos e simples em seus argumentos.
10º) Os Espíritos bons jamais dão ordens: não querem impor-se, apenas aconselham e se não forem ouvidos se retiram. Os maus são autoritários, dão ordens, querem ser obedecidos e não se afastam facilmente. Todo Espírito que se impõe trai a sua condição.
São exclusivistas e absolutos ns suas opiniões e pretendem possuir o privilégio da verdade. Exigem a crença cega e nunca apelam para a razão, pois sabem que a razão lhes tiraria a máscara.
Divaldo Franco foi submetido à influência do espírito de Joana de Angelis (que NÃO teria sido a sóror baiana Joana Angélica, por uma questão de diferenças de temperamento). Joana de Angelis era autoritária, tirânica, e obrigava Divaldo a trabalhar mesmo quando estava cansado.
Algumas fontes definem Joana de Angelis como um espírito da "falange de Emmanuel", e com certeza ela não tem qualquer relação com a sóror que trabalhou no Convento da Lapa, em Salvador. Joana de Angelis não suportava sequer ver pessoas tristes, e seu discurso perverso de que as pessoas não podiam ficar tristes por mais de quinze minutos revela o jeito tirânico da mentora de Divaldo.
POR QUE SE SUBMETER A UM FALSO SÁBIO NÃO TRAZ SABEDORIA
As pessoas que se submetem às figuras dos falsos sábios, acreditando na ilusão de que estes "tudo sabem", cometem uma série de equivocos e, por isso, comprometem sua busca pelo conhecimento e pelo aprendizado iludidos com as imagens fantasiosas que os pretensos mestres inspiram nelas.
Em primeiro lugar, as pessoas se deslumbram quando elas não conseguem compreender um discurso rebuscado ou não compartilham dos conhecimentos dos falsos mestres, atribuindo a eles sabedoria pelo simples fato de que não conseguem entendê-los. Isso não é sabedoria, a pessoa não se tornará sábia por não entender o que alguém lhe transmite em frases rebuscadas e ideias truncadas.
Em segundo lugar, a ilusão de que alguém é "sábio" só porque tem respostas prontas para tudo - vide os tantos livros que Divaldo publicou com este fim - é uma grande hipocrisia, porque os verdadeiros sábios não são aqueles que alegam possuir a sabedoria e as respostas para tudo, mas aqueles que buscam, de maneira honesta e abrangente, o conhecimento, através da lógica e da pesquisa.
Em muitos casos, os verdadeiros sábios não têm respostas, mas perguntas. E eles não usam discurso rebuscado, vozes alteradas, pretensa erudição ou elegância, e podem explicar as coisas com parágrafos que podem ser grandes e curtos, mas são sempre concisos, esclarecedores e com argumentos simples, ainda que fartamente informativos.
Já o falso sábio pode ser prolixo até em parágrafos curtos ou em livros de poucas páginas, onde se percebe que uma coisa que poderia ser dita em um único parágrafo é dita em cinco ou dez páginas, sempre com discursos solenes, ideias truncadas, narrativa prolixa e palavras enfeitadas, um verdadeiro baile de gala das palavras que esconde o vácuo de ideias e o assassinato da lógica.
Livros ditados por Emmanuel e Joana de Angelis e as palestras de Divaldo Franco, além de outras obras de Chico Xavier, são exemplos desse discurso empolado que O Livro dos Médiuns advertia e que, com a segurança dada por Allan Kardec e seus afins, está associada não a espíritos de máxima evolução, mas a outros considerados inferiores e levianos.
Portanto, obras assim não trazem sabedoria. E não adianta as pessoas se apoiarem em estereótipos de sabedoria, bondade, humildade. Inútil Divaldo Franco ter jurado absoluta fidelidade a Allan Kardec, pois deste é seu pior traidor, espalhando a deturpação do Espiritismo pelos quatro cantos do mundo, coroado por prêmios dados pelos poderosos e ricos, devido ao baile de gala de suas palavras ocas.
A sabedoria não se consegue assim, diante de discursos empolados divulgados por pessoas associadas a estereótipos de sabedoria e humildade. A figura de Divaldo Franco lembra a dos velhos professores dos anos 1940, está até antiquada. Ninguém fica sábio com esses disfarces discursivos que nada fazem em prol do verdadeiro conhecimento.
E, mesmo assim, é até pior do que os professores dos velhos tempos, porque Divaldo, com seu discurso empolado e ideias truncadas, reforça e reafirma a deturpação doutrinária que humilha o legado arduamente trabalhado pelo professor francês.
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